O Yom Kipur é uma das datas comemorativas
mais importantes do judaísmo. É o dia mais sagrado do calendário judaico ou, em
hebraico, o "Shabat HaShabatot" (o Sábado dos Sábados). Trata-se de
uma data móvel, como ocorre, por exemplo com
a Páscoa dos cristãos.
O
feriado começa no pôr-do-sol que dá início ao décimo dia de Tishrei, o sétimo
mês do calendário judaico, e continua até o final da tarde seguinte. O Tishrei
corresponde no calendário gregoriano a um período compreendido entre os meses
de setembro e outubro.
Segundo
a tradição religiosa, em Rosh Hashaná (o ano novo judaico), Deus julgou a
humanidade e registrou sua sentença no Livro da Vida, mas ofereceu um período
de reflexão, de dez dias para os pecadores se arrependerem. Esse décimo dia é o
Dia do perdão, ou Yom Kipur. No Yom Kipur, o Livro da Vida é fechado e selado.
A
Torá, reunião dos livros sagrados do judaísmo (que os cristãos conhecem como o
"Antigo Testamento"), traz em seu terceiro livro, o Va-Ykra ou Vaicrá
(o Levítico dos cristãos), as recomendações sobre como proceder no feriado,
feitas diretamente por Deus a Moisés, o profeta que libertou os judeus do
cativeiro no Egito.
Assim,
o Yom Kipur é um dia dedicado ao jejum, à oração e à reflexão, ao
arrependimento e ao perdão. É um dia de "não fazer", porque nele não
se deve comer ou beber, tomar banho, passar perfumes ou cremes, nem ter relações
conjugais ou vestir calçados de couro (material resultante da morte de um
animal).
Não
se pode carregar nada, acender fogo, fumar, nem usar eletricidade. Essas
restrições visam aproximar o homem de seu espírito. Estão dispensados do jejum
os doentes, as crianças menores de nove anos e as mulheres grávidas ou que
deram a luz há menos de 30 dias.
Na
sinagoga, o templo do judaísmo, o Yom Kipur começa com a entoação do Kol Nidre,
uma prece que enfatiza a importância de cumprir os votos e não violar um
juramento. Uma parte importante da celebração é o Vidui ou confissão, que é
feita no plural, lembrando a pertinência dos indivíduos à comunidade.
No
final do Yom Kipur, ocorre a cerimônia do Neílah, que marca a última
oportunidade para o arrependimento. Nela, as portas da Arca onde se guardam os
rolos da Torá permanecem abertas, significando que, naquele momento, os portões
do Paraíso também estão abertos.
A
celebração se encerra com a repetição do versículo "O Senhor é nosso
Deus" por sete
vezes. O Shofar (uma trombeta de chifre de carneiro) soa e a congregação
proclama: "No ano que vem em Jerusalém".
A saudação comum durante o período do Yom
Kipur é "Que você seja inscrito no Livro da Vida”.