A Casa Branca afirmou nesta
terça-feira, 11, que as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio entrarão em
vigor no Canadá e em outros países, mesmo com o presidente dos EUA, Donald
Trump, recuando em sua ameaça de impor tarifas de 50% sobre os metais
canadenses nesta tarde. O Brasil é um dos mais atingidos pela medida, por ser
grande exportador de aço para os Estados Unidos.
“De acordo com suas ordens executivas
anteriores, uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio, sem exceções ou
isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros
comerciais à meia-noite de 12 de março”, disse o porta-voz da Casa Branca, Kush
Desai, em um comunicado.
Nesta terça-feira, 11, no
Brasil, fabricantes de produtos siderúrgicos e do metal não ferroso estavam na
expectativa de que houvesse, ao menos, a prorrogação das medidas em 30 dias.
Esse tempo daria fôlego para aprofundar negociações com as equipes de comércio
exterior do governo dos EUA.
Do Brasil, grande parte do
volume que desembarca em solo americano, cerca de 90%, é de material
semiacabado (placas). Siderúrgicas locais importam esse tipo de aço e o
beneficiam para ser usados na fabricação de vários tipos de produtos, como
automóveis, bens eletrodomésticos e máquinas e equipamentos.
Três siderúrgicas brasileiras
são mais afetadas com as tarifas de Trump se não houver um arranjo que permita
estender o sistema de cotas: ArcelorMittal e Ternium, fabricantes de placas que
exportam a maior parte de sua produção aos EUA, e CSN, que embarca produtos
laminados de alto valor agregado. A Usiminas faz vendas esporádicas para os
EUA.
No alumínio, a CBA, controlada
do grupo Votorantim, é quem mais sofre, pois exporta produtos laminados
(folhas), mas o volume não passa de 5% das vendas da empresa, segundo
informações. Segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), os
embarques para os EUA representaram 17% (US$ 267 milhões) do total exportado
pelo setor no ano passado - US$ 1,5 bilhão. Há empresa, como a Hydro, que não
exporta nada para o mercado americano.