Conforme era esperado, a Câmara dos Deputados, controlada
pelos democratas, aprovou o impeachment de Donald Trump seguindo linhas
partidárias. No mês que vem, será a vez de o Senado, sob domínio republicano,
inocentar o presidente. O impacto nas eleições deve ser irrelevante porque os
eleitores do líder americano seguem contra o seu afastamento, enquanto os
eleitores da oposição se posicionam a favor. Nos últimos meses, não houve
alteração relevante nos números da popularidade presidencial, de acordo com as pesquisas.
Após encerrado o processo no Senado, o debate focará nas
primárias, e veremos uma série de previsões sobre o efeito do impeachment na
reeleição ou não do atual ocupante da Casa Branca. Mas ignorem todas as
especulações sobre quem vencerá em novembro do ano que vem. É impossível de
saber. São variáveis equivalentes a jogadores perderem um pênalti ou chutarem
uma bola na trave na final do Mundial de Clubes com o jogo entre Flamengo e
Liverpool empatado ao final do segundo tempo. Basta ver como as últimas
eleições presidenciais nos EUA e as parlamentares no Reino Unido teriam um
resultado completamente diferente com uma mudança mínima nos votos ou nas
regras eleitorais. Também vale observar como o acaso ajudou Emmanuel Macron na
França.
Trump venceu apenas no Colégio Eleitoral, apesar de ter
perdido no voto popular por três milhões de votos, equivalentes a dois pontos
percentuais. Este dado por si só indica que a maioria dos eleitores americanos
não concordava com sua agenda. Mas estas eram as regras, e o republicano venceu
legalmente graças a diferenças mínimas de dez mil votos em Michigan (0,2%), 44
mil na Pensilvânia (0,7%) e 23 mil em Wisconsin (0,6%). Uma margem que poderia
variar bastante de um dia para o outro.
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