A decisão de liberar parte dos recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC faz parte de uma agenda que Roberto Campos Neto e sua equipe estão tocando para melhorar a eficiência do sistema financeiro brasileiro. Mas deixar R$ 135 bilhões nas mãos da turma que faz dinheiro é um empurrão no mercado de crédito, fundamental para o aumento da atividade econômica.
O Banco Central não fica muito satisfeito quando vê esse tipo de associação entre sua agenda de longo prazo e a conjuntura atual da economia brasileira. Bruno Serra, diretor de Política Monetária do BC, frisou isso na entrevista na manhã desta quinta-feira, quando deu detalhes sobre a medida.
– O objetivo aqui é melhorar a eficiência do sistema financeiro nacional. Para estimular a economia a gente tem outros instrumentos – disse Serra, lembrando que a grande arma do BC para manter a inflação sob controle e estimular a economia é a taxa básica de juros. Aquela que o mesmo Serra e demais integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC jogaram, ainda neste mês, para 4,25% ao ano, novo piso histórico.
A diretoria do BC decidiu encostar, por enquanto, seu principal instrumento de estímulo econômico. Por isso, a liberação de recursos terá efeito sim sobre a atividade econômica. Não há possibilidade de R$ 135 bilhões ficarem no caixa das instituições. É plausível imaginar que emprestar o dinheiro é um caminho que deverá ser percorrido por todos. Até mesmo Bruno Serra admitiu:
– É natural que neste ambiente se espere que uma parte desses recursos vá para o crédito, senão em sua totalidade – afirmou o diretor do BC.
O governo Jair Bolsonaro usa o que tem à disposição para evitar que o país acumule mais um ano de atividade fraca. É a Selic em patamar historicamente baixo, mais dinheiro na mão dos bancos para emprestar e nova linha de crédito da Caixa com juros fixos.
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