terça-feira, 25 de março de 2014

A renovada ameaça iraniana



            Nada melhor que as comemorações de Purim para analisar os efeitos da atual conjuntura internacional sobre os esforços iranianos para avançar, dissimuladamente, seu programa nuclear nada pacífico.

            Nas últimas semanas a situação na Ucrânia tem chamado a atenção de estrategistas ao redor do mundo, tanto por seu potencial bélico quanto pelas lições que dela podem ser aprendidas. Apesar disso, no Oriente Médio continua a guerra na Síria, agora entrando em seu terceiro ano e sem sinais de arrefecimento e o Irã, afastado do foco, manobra para consolidar seu programa nuclear.

            Não há por enquanto nenhuma resposta às perguntas que fizemos em nossa última análise: nenhuma instalação foi desativada, não houve comprometimento iraniano em relação às centrífugas, e não há qualquer  limitação ao programa de mísseis de longo alcance.

            A disputa na Ucrânia pode ter ainda outras consequências extra-regionais: se houver um posicionamento europeu e norte-americano muito duro frente à Rússia, esta poderia retaliar reabrindo as negociações com o Irã para o fornecimento de baterias de misseis S-300, a posse dos quais aumentaria significativamente o custo de uma ofensiva contra as instalações nucleares iranianas. E ainda que os russos tenham apoiado as sanções contra o Irã e se oponham a sua nuclearização, uma maior pressão contra a Rússia, especialmente econômica, poderia levar os russos a buscar uma compensação na venda de armas e equipamentos nucleares (um novo reator) ao Irã.

            Qual é então o teor da ameaça iraniana e quais são as opções de que dispõem os formuladores israelenses da politica de segurança nacional? Israel conseguiu gerar, ao longo dos últimos anos, a necessária reação internacional para combater o programa nuclear iraniano. As sanções impostas ao Irã são o reconhecimento, por parte das grandes potencias, de que o programa nuclear iraniano não era pacifico e os israelenses agiriam unilateralmente para interrompe-lo. Mas ao longo do ultimo ano os engajamentos norte-americanos levaram a uma flexibilização e à aceitação das posições menos hostis do novo presidente iraniano – o que dá folego ao Irã e renova a ameaça.

            A maior parte dos elementos não mudou:

  • O Irã continua a negar a Israel o direito à existência
  • Atua ao redor do mundo em uma campanha de de-legitimação.
  • Apoia abertamente grupos terroristas engajados na destruição de Israel e instituições judaicas
  • O Irã certamente já adquiriu a infraestrutura necessária para a produção de mais de uma bomba nuclear, e os meios para lançá-la.

            Quais seriam as consequências da obtenção por parte do Irã de tal capacidade?

  • Os Estados Unidos e as outras grandes potências teriam de enfrentar a nova capacidade de dissuasão do Irã, o que limitaria seriamente sua capacidade de intervenção.
  • Ainda que houvesse uma grande disparidade em relação ao poderio, Israel deixaria de ter o monopólio nuclear no Oriente Médio e sua capacidade ofensiva se reduziria dramaticamente.
  • O Irã atrairia inúmeros países-satélite  no Oriente Médio e na Ásia Central
  • O aumento do prestigio do governo fortaleceria o regime diminuindo as possiblidades de uma alternância promovida pela oposição.

            Há dois anos o ex-presidente Rafsanjani, (como o atual, considerado um moderado) declarou corretamente que Israel, dadas suas reduzidas dimensões, não poderia sobreviver nem a uma bomba, e uma paridade nuclear tornaria Israel muito mais vulnerável a uma longa guerra convencional de atrito. O apoio do Irã ao Hamas e outros grupos radicais que negam o direito de Israel à existência garantem também a inviabilidade de um acordo de paz com os palestinos; os acordos já assinados com o Egito e a Jordânia tiveram sua origem no reconhecimento de que Israel não poderia ser derrotado – realidade que o Irã tenta minar.

Até 2009 Israel promoveu uma política baseada em ações secretas, como o assassinato de cientistas iranianos e a introdução de vírus que comprometiam o movimento das centrifugas de enriquecimento de uranio.  E ainda que efetivo, o esforço não foi suficiente para interromper o programa, obrigando os israelenses a reiterar sua disposição de engajar-se unilateralmente em uma ação militar; somente isso levou a um maior envolvimento das grandes potências e a uma intensificação das sanções que agora estão sendo relaxadas.

No ultimo ano a discussão tornou-se publica em Israel,  com vários elementos apontando para os custos de uma ação militar contra o Irã. Mas o dilema de um Irã nuclear tem de ser enfrentado pelo conjunto de países liderados pelo grupo 5+1, alvos potenciais não somente de um Irã equipado com artefatos nucleares e foguetes, mas também aliado de organizações terroristas que tem buscado estes elementos para praticar atentados ao redor do globo.

Um Irã nuclear poderia paralisar a livre circulação marítima através do Golfo Persico, levando a um colapso da economia mundial, mesmo em uma era do pré-sal e da exploração das camadas de xisto nos Estados Unidos. Mas este também poderia ser o resultado de um ataque às instalações nucleares do Irã. Mas qual teria sido a possível reação do ocidente à invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990, se Israel não tivesse bombardeado o reator de Osirak e Saddam Hussein tivesse obtido armas nucleares?

Um Irã nuclear levaria ainda a uma corrida armamentista em toda a região, com o provável fornecimento pelo Paquistão de armas nucleares para a Arábia Saudita e à nuclearização do Egito e da Turquia.

            Se as sanções não forem efetivas (especialmente num ambiente em que o preço do barril de petróleo ronda os 100 dólares) restam somente duas opções: um ataque às instalações iranianas, ou a aceitação do Irã como mais uma potência nuclear. A maioria dos especialistas concorda com a inviabilidade de um ataque, tanto em função de seu possível resultado parcial quanto de seu custo. Diferentemente do que ocorreu com o ataque ao reator iraquiano de Osirak em 1981, ou às supostas instalações nucleares da Síria em 2007, um ataque ao Irã não poderia eliminar o programa nuclear iraniano.

            A destruição do facilmente identificável reator em Busher somente causaria uma catástrofe ambiental, enquanto a maioria das instalações ligadas ao programa e dedicadas ao enriquecimento de urânio estão de alguma maneira protegidas, ou por terem sido construídos em áreas subterrâneas ou por terem localização ainda desconhecida. Assim, se um ataque israelense, norte-americano, ou conjunto pudesse fazer retroceder em alguns anos o programa nuclear iraniano, certamente não poderia destruí-lo, e levaria a uma coesão da opinião pública iraniana que destruiria qualquer perspectiva de derrubada do atual governo. E o custo seria enorme: os iranianos certamente retaliariam contra as bases e tropas norte-americanas estacionadas no Golfo Pérsico, minariam o Estreito de Hormuz e utilizariam sua frota de lanchas de assalto e mísseis anti-navio, impedindo ou seriamente dificultando a passagem de petroleiros que transportam 40% do petróleo em circulação no mundo. A efetividade de tais mísseis ficou comprovada durante o conflito no Líbano em 2006, quando um navio israelense foi atingido, e seriamente danificado, por um míssil fornecido pelo Irã e lançado pelo Hizballah.

 

            Os “clientes” iranianos no Líbano e na Faixa de Gaza provavelmente se veriam obrigados a participar do confronto, utilizando seu arsenal de foguetes contra o território israelense, e Israel se veria numa situação extremamente vulnerável já que, seus aviões engajados no ataque ao Irã, não poderiam eliminar os mísseis de longo alcance de posse do Hizballah. Se no confronto de 2006 um milhão de moradores do norte de Israel abandonou suas casas, não é difícil imaginar o impacto  provável de mísseis atingindo bairros de grandes centros urbanos como Jerusalém e Tel Aviv.

 

Aparentemente há poucas opções de utilização de hard power, a não ser que os israelenses identifiquem avanços significativos no programa nuclear iraniano, aliados a uma percepção de que um Irã nuclear possa representar uma ameaça existencial a Israel. Caso contrário, um Irã tornado invulnerável como potencia nuclear representará muito mais uma ameaça aos interesses norte-americanos na região, exigindo dos Estados Unidos a expansão de seu guarda-chuva nuclear ou a aceitação de uma nova corrida armamentista nos moldes do início da Guerra Fria, com todas as implicações de sua instabilidade.

 

O atual governo israelense tem de tomar decisões difíceis, que certamente comprometerão o futuro do país, e não é surpreendente que se mova com tanta cautela em relação aos palestinos e aos sacrifícios que tem sido exigidos de sua parte para um avanço das negociações.
 
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Schumacher

“A família de Michael gostaria de expressar sinceros agradecimentos pela contínua simpatia proveniente de todo o mundo. Os bons votos que recebemos ajudam a família e estamos convencidos de que também ajudam a Michael, que ainda está em processo de acordar.
Como muitas vezes, em tal situação, nenhum dia é igual ao outro. A família agradece a compreensão pelo desejo de que não sejam divulgados detalhes médicos, a fim de proteger a privacidade de Michael. Como assegurado desde o início, vamos continuar a comunicar qualquer nova informação decisiva sobre o estado de saúde de Michael. Estamos conscientes de que a fase de despertar pode levar um longo tempo.
A família continua a acreditar fortemente na recuperação de Michael e coloca toda sua confiança nos médicos, enfermeiros e auxiliares. O importante não é a velocidade da recuperação de Michael, mas que o processo de cura progrida de forma contínua e controlada.”

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Substância usada em explosivos virou mania nas academias


 

LONDRES - Quatro mortes no Reino Unido e até 60 outras no mundo foram atribuídas à substância 2,4-dinitrofenol (DNP), composto químico popular entre bodybuilders e pessoas com transtornos alimentares. Mas o DNP não é novo e seus efeitos letais são conhecidos por um século: o primeiro uso deste princípio ativo em escala industrial aconteceu na França, durante a Primeira Guerra Mundial, na produção de explosivos. Os trabalhadores expostos ao DNP apresentaram perda de peso, fadiga, suor excessivo e alta temperatura corporal. Muitas mortes ocorreram antes que medidas de segurança fossem tomadas, segundo o jornal “The Guardian”.

Tais observações levaram os pesquisadores Maurice Tainter e Windsor Cutting, da Universidade de Stanford, a estudar os efeitos do DNP; em 1933 eles relataram que o metabolismo era estimulado em 50% com o uso da substância. Estoques de gordura e carboidratos desapareciam, levando a uma perda de 1,5kg por semana sem que fosse necessária qualquer restrição alimentar. Os pesquisadores viram o potencial do DNP no tratamento para perda de peso, mas alertaram sobre os perigos desconhecidos do uso prolongado e do potencial de superaquecimento fatal com a administração de altas doses.

Como a perda de peso sem dieta é um sonho, as observações dos pesquisadores ficaram para trás e, em um ano cerca de cem mil pessoas tinham tomado DNP nos EUA, através de vendas sem prescrição ou supervisão. De início a droga parecia segura, mas conforme o número de pacientes aumentava ou usava por longos períodos, vários efeitos colaterais foram relatados, como lesões de pele e uma epidemia de catarata decorrente do DNP. Um homem literalmente cozinhou até morrer com a temperatura corporal de 43,3ºC. Em 1938 o DNP foi considerado extremamente perigoso e não adequado para consumo humano.

Em 1948, os bioquímicos W F Loomis e Fritz Lipmann, da Universidade de Harvard, mostraram que o DNP interrompe a geração de energia nas células, por isso ajuda a emagrecer. Em 1960, o médico russo Nicholas Bachynsky conheceu os efeitos do DNP ao traduzir jornais médicos russos para o governo americano. Os russos tinham usado DNP para manter os soldados aquecidos durante o inverno, tendo como principal efeito colateral a perda de peso. Nos anos 1980 Bachynsky usou esse conhecimento criando clínicas de emagrecimento com a promessa de perda de peso de até 7 kg por semana. Cerca de 14 mil pacientes fizeram seu programa e Bachynsky ficou rico.

Reclamações sobre os efeitos colaterais da droga se acumularam na FDA e surgiram ações legais contra Bachynsky, baseadas no uso de uma droga não aprovada, mas só em 1986 uma liminar preventiva foi emitida contra o uso de DNP. Mesmo assim ele continuou tratando pacientes com DNP até ser condenado por fraude de seguros e acabar na prisão.

Na prisão Bachynsky conheceu Dan Duchaine, conhecido como “guru dos esteroides”, preso por vender ilegalmente estas drogas. Nos anos 1990, já fora da prisão, Duchaine promoveu o DNP no meio do bodybuilding e a substância foi ressuscitada mais uma vez.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Neymar

O juiz espanhol Pablo Ruz aceitou nesta quarta-feira ação contra o presidente do Barcelona, Sandro Rossell, pelo suposto crime de apropriação indébita na contratação do atacante Neymar.
"Tudo o que foi indicado anteriormente leva a estimar a priori como verossímil a classificação dos fatos relatados na denúncia... como constitutivos de um possível crime de apropriação indébita do artigo 252 do Código Penal", disse o juiz na decisão.

Neymar foi o principal reforço do time catalão para a atual temporada, e o clube afirmou ter investido 57,1 milhões de euros para contratar o brasileiro.

No entanto, os detalhes do contrato são cercados de mistério, e um sócio do clube, Jordi Cases, apresentou a denúncia por não ter recebido do Barcelona informações solicitadas.

O Ministério Público espanhol pediu neste mês uma investigação sobre o pagamento de 40 milhões de euros a uma empresa do pai de Neymar.

Agora, o juiz acatou o processo e solicitou informações à Fifa, a Neymar, ao Santos e ao Barcelona, assim como um relatório de especialistas da Deloitte, a empresa que elaborou as auditorias sobre as contas do clube.

Na última segunda-feira, o presidente do Santos, Odílio Rodrigues, disse que o clube alvinegro pode questionar o Barcelona para saber o destino do suposto dinheiro não declarado pago pela contratação do atacante Neymar em 2013.

Por enquanto, o juiz não convocou Rossell. O dirigente nega irregularidade e se ofereceu a testemunhar perante o juiz, para não ter que revelar cláusulas de confidencialidade que outras pessoas o pediram para assinar.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Anão no Metro


Num vagão de metrô, um anão começou a escorregar pelo banco e um passageiro ao seu lado,
solidário, o recolocou na posição.

 

Pouco depois, lá ia o anão escorregando e o mesmo passageiro o recolocava no assento,
com toda gentileza.

 

Quando a situação se repetiu pela quinta vez, o homem, já puto, esbravejou:

- Caramba, você não consegue ficar com a bundinha sentadinha direito no banco, porra?

 

Ao que o anãozinho respondeu:
- Porra digo eu, meu amigo, já era para eu ter desembarcado a três estações, mas você não deixa!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sexo também pode te tornar mais inteligente

MARYLAND (EUA) - Uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, surgiu para oferecer ainda mais motivos para que as pessoas pratiquem sexo. A razão? Ela constatou que a prática é capaz de tornar as pessoas mais inteligentes ao estimular o crescimento de células cerebrais, conforme divulgou o jornal inglês “The Telegraph”.
O estudo avaliou a atividade sexual em ratos e camundongos nos Estados Unidos e na Coreia do Sul. Ficou provado que a ação melhora nossas funções cognitivas.
Psicólogos da Universidade de Maryland também descobriram que a experiência aumentou o número de neurônios recém gerados no hipocampo, onde as memórias de longo prazo são geradas.
Eles apontaram que o sexo pode estimular a neurogênese adulta (desenvolvimento de neurônios) e restaurar as funções cognitivas. Os responsáveis pelo trabalho também descobriram que, se a atividade sexual é interrompida, as melhorias são perdidas.

Uma equipe da Universidade Kontuk, na Coreia do Sul, constatou ainda que sexo combate com sucesso os efeitos negativos do estresse sobre o desenvolvimento do cérebro. Eles apontaram que o estresse é um dos maiores inibidores da neurogênese, e que sexo contribui para restabelecer essa função.


 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Schumacher

Sete títulos mundiais, recorde absoluto, recorde também de poles e vitórias. Michael Schumacher é o maior ícone do esporte a motor em todo o mundo e em todos os tempos. Os números assim o dizem.




Claro que a pilotagem de Ayrton Senna era muito mais empolgante, a estratégia de Prost mais inteligente, o estilo de Jim Clark mais bonito, o carisma de Graham Hill maior, a interação de Fangio com o carro melhor, as artimanhas de Piquet mais divertidas e subliminares, mas não há o que questionar. Até o final do ano de 2013 Michael Schumacher é o melhor piloto da história do automobilismo. É isso. Simples assim.



Quando parou pela Ferrari no GP do Brasil em (pesquisar) Schummy foi apenas o quarto colocado. Parece pouco? Naquela prova Schumacher fez o maior numero de ultrapassagens e conquistou muitas posições numa corrida épica que foi uma de suas melhores performances. Isso, decididamente, não é para qualquer um. Muito poucos fizeram algo semelhante nos mais de 50 anos de história da F1.



Ao se aposentar da Ferrari, Michael virou uma entidade poderosíssima e isso no feudo de Enzo Ferrari é muito. Muito mais que qualquer posição em outra escuderia. Estava sendo preparado para dirigir o famoso “Reparto Corse” que subordina a equipe de F1. Era um processo mais que natural.



Todo grande atleta quando para por cima sabe que, no íntimo, pode mais. E essa questão fez Schummy ser seduzido pela oportunidade oferecida pela Mercedes por meio de Ross Brawn e Norbert Haug para voltar as pilotar em 2010, agora pela marca que o colocou no automobilismo de elite, primeiro pela Sauber Mercedes em Le Mans e depois pagando a Eddie Jordan para colocá-lo no GP da Bélgica, disputado em Spa, no ano de 91 substituindo ao brasileiro Roberto Pupo Moreno. Em sua primeira prova Schumacher fez um quinto lugar na largada à frente de seu então companheiro de equipe o brasileiro, tri campeão mundial, Nelson Piquet. Isso assombrou o mundo e ele logo provou que podia mais. Muito mais.



Após sua volta à F1 teve um desempenho não mais do que razoável seja pelo carro ou por suas condições, mas nunca mais figurou entre os favoritos às glorias e conquistas. Pegou uma geração nova forte, com Hamilton, com quem já havia brigado em seus últimos anos, Nico Rosberg que lhe enfiou surras constantes na briga interna da equipe Mercedes e seu conterrâneo e herdeiro Sebastian Vettel que há quatro anos é o cara a ser batido. Despedida melancólica e injusta para tudo que Schumacher realizou.



Tivesse voltado às origens e, continuado como manager do time de F1, provavelmente hoje Michael seria o executivo mais importante da F1 com a única (e real) preocupação de Vettel tomar-lhe o trono de melhor do mundo em todos os tempos. Poderia ainda fomentar um projeto que hoje a Ferrari discute de voltar a disputar as lendárias 24 horas de Le Mans com um carro na principal categoria, onde, com certeza ele seria o protagonista. Poderia colocar-se degraus acima de seus antagonistas mostrando uma versatilidade que todos sabemos ele possuir talento de sobra para isso. Mas, infelizmente, não foi essa sua opção.



Ao esquiar Michael Schumacher sabia, melhor que ninguém, dos riscos que estava correndo. Mesmo com prática esse não é seu esporte primeiro e, mesmo protegido, foi vítima de um acidente grave.



Esportistas são, na grande maioria das vezes, seres quase invencíveis e invulneráveis com uma saúde de aço até para eles mesmos. Mas no fundo somos apenas humanos e sujeitos às fragilidades de nossos corpos que, por mais trabalhados que sejam, estão longe da resistência que imaginamos ter.



Agora é torcer para que um simples tombo de esqui não leve o melhor do automobilismo de todos os tempos. Uma recuperação do grande campeão seria um ótimo presente de ano novo.