Papa Francisco conseguiu mais de 90 dos 115 votos
De acordo com o jornal “Corriere della Sera”, o conclave foi marcado não penas pela rapidez com que se chegou a um consenso, mas pelo volume da votação em favor do argentino, que a reportagem estima em mais de 90 dos 115 votos, muito acima do mínimo de 77 estipulado por Bento XVI com o objetivo de dar maior coesão à escolha.
Por trás dessa votação expressiva, diz a reportagem, estava um amplo acordo costurado pelo decano do colégio de cardeais, Angelo Sodano (que não participou do conclave por ter mais de 80 anos); o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone; Giovanni Battista Re, que assumiu as funções de decano do conclave e os cardeais das Américas. Segundo o jornal, Bertone era, inicialmente, eleitor do arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, mas mudou de lado após o brasileiro ter criticado Re em reunião da Congregação Geral.
O acordo teria sido cimentado pelo cardeal italiano Raffaele Martino, presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz e, durante 15 anos, representante do Vaticano na ONU. O trabalho nas Nações Unidas fez com que ele desenvolvesse laços fortes com o clero do Novo Mundo e com as questões sociais do continente. No conclave de 2005, ainda segundo o “Corriere”, Martino já havia votado em Bergoglio, que acabou derrotado por Joseph Ratzinger.
Confirmando o ditado segundo o qual “quem entra Papa no conclave sai cardeal”, o favorito Angelo Scola, arcebispo de Milão, conseguiu unir a maioria do cardinalato italiano, só que contra si. De acordo com as informações de bastidores, a ligação de Scola com o movimento carismático Comunhão e Libertação - e deste com políticos mais que controvertidos - foi fatal para sua candidatura.
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