terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Dólar fecha acima de R$ 2,83


O dólar fechou em alta nesta terça-feira, refletindo o estresse do mercado com a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro e com a desaceleração econômica da China. Além disso, o mercado reagiu à expectativa de alta nos juros dos Estados Unidos e ao ceticismo do mercado sobre a Petrobras.

A moeda norte-americana subiu para R$ 2,8364, em alta de 2,12%. Veja cotação. Este é o maior valor de fechamento desde 2004, quando, no dia 1º de novembro, a moeda fechou cotada a R$ 2,8590, segundo dados do Banco Central. Na máxima da sessão, a divisa alcançou R$ 2,8398, segundo a Reuters.

No ano, o dólar acumula valorização de 6,68%.

Na semana e no mês, há alta de 2,09% e 5,47%, respectivamente.
Nesta sessão, as preocupações com a fraqueza da economia da China, importante parceiro comercial do Brasil e referência para investidores em mercados emergentes, foram corroboradas por dados que mostraram que a inflação ao consumidor chinês atingiu em janeiro o menor nível em cinco anos, segundo a Reuters.

O número alimentou o mau humor dos investidores internacionais, já afetado pelo temor de que o impasse entre a Grécia e seus credores force o país a sair da zona do euro, o que poderia enfraquecer ainda mais a economia global.

"Parece haver algum movimento na posição grega que ainda pode formar as bases para um acordo", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório, segundo a Reuters. "Dito isso, os credores oficiais não parecem ter aliviado suas exigências em nada."

No Brasil 
Embora parte dos fatores que vêm pressionando a divisa norte-americana nos últimos dias tenham origem nos mercados externos, preocupações sobre a economia brasileira fazem com que a pressão cambial seja mais intensa no país.

As crescentes expectativas de estagnação econômica e inflação de mais de 7% em 2015 somaram-se às preocupações com o futuro da Petrobras, após a nomeação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para comandar a estatal.

Investidores temem que a mudança na chefia da petroleira, envolvida em um escândalo bilionário de corrupção, não se traduza em melhora operacional em breve, segundo a Reuters. Há ainda dúvidas sobre a capacidade do governo de promover um ajuste fiscal significativo neste ano, em meio à crescente oposição às medidas que vêm sendo adotadas pela equipe econômica, encabeçada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

"O problema é que as expectativas de melhora na política econômica estão perdendo força", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Se o apoio político deixar de existir, pode haver um downgrade à frente", acrescentou ele, se referindo a um eventual corte na nota de risco soberano do Brasil por agências.

Programa cambial
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 600 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1,4 mil contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,8 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, já rolou cerca de 42% do lote total.

 

 

'50 Tons de Cinza'






Funcionários de uma cadeia de lojas de ferragens no Reino Unido estão se preparando para uma avalanche: responsáveis pelo estoque acreditam que a procura por cordas e fitas adesivas vai aumentar muito após a estreia de "Cinquenta tons de cinza" neste fim de semana.

As equipes das lojas da B&Q receberam cópias do romance erótico de EL James, em que o filme se baseia, para que se preparem para orientar os clientes.

Um comunicado da empresa diz que a equipe deve esperar um aumento no número de consultas relacionadas a "cordas, braçadeiras e fita crepe ou fita isolante".

Estrelado por Jamie Dornan e Dakota Johnson, "Cinquenta tons de cinza" chega aos cinemas durante as comemorações do Dia dos Namorados no hemisfério norte.

A trama acompanha a relação entre a formanda Anastasia Steele e o empresário de sucesso Christian Grey, que a apresenta ao mundo do sadomasoquismo e dramatização.

Uma das passagens mais famosas do livro, que deve ser retratada no filme, mostra o casal indo a uma loja de ferragens para comprar cordas e laços.

A empresa B&Q diz esperar o aumento de clientes inspirados pelo filme. Segundo o comunicado, os funcionários devem estar preparados para lidar com "pedidos de clientes potencialmente sensíveis" e para não deixar os estoques acabarem.


Um porta-voz da empresa confirmou a existência do comunicado: "B&Q continua empenhada em servir os nossos clientes em todas as suas necessidades de atividades manuais e nós nos esforçamos para preparar nossa equipe para qualquer pedido.

A satisfação do cliente é sempre nossa prioridade número um".

A mensagem, que foi distribuída para 20 mil empregados, incentiva os funcionários a lerem o livro para se familiarizarem com o conteúdo em caso do aumento de interesse em "determinados produtos" após a estreia do filme.




segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Portela


 

Dos versadores que compõem o samba-enredo ao carnavalesco. Ferreiros, soldadores, carpinteiros e aderecistas. De pluma em pluma, de ponto em ponto de costura. Dançarinos e cantores, batuqueiros e coreógrafos... Uma verdade é incontestável: a escola de samba é uma obra coletiva, feita de milhares de habilidades, erguida por mãos, mentes e corações que fazem do carnaval da Marquês de Sapucaí um espetáculo único. Um trabalho incessante que, por três meses, O GLOBO acompanhou nos barracões, nas quadras e nos ensaios técnicos de duas agremiações: a Portela, a mais antiga do Grupo Especial, e Acadêmicos do Grande Rio, a caçula entre as grandes da folia carioca. Essa imersão no dia a dia das escolas resultou no documentário "Sonho em construção", que mostra como, de novembro até a semana passada, evoluíram os preparativos para o show da Avenida.

No começo, no dia 11 de novembro, fazia menos de um mês que os sambas das duas escolas tinham sido escolhidos. Muitos componentes ainda aprendiam a letra, enquanto a bateria acertava o ritmo. Nos barracões, os carros alegóricos mesclavam as fases da ferragem e da carpintaria. E os escultores do isopor e da fibra preparavam suas obras de arte.

- Para nós, falta pouco (para o desfile) - afirmava, na época, a artista plástica da Grande Rio Mariana Vergara, que construía peças para as alegorias da tricolor de Duque de Caxias.