Uma mutação genética identificada em um
grupo Amish em Indiana, nos EUA, aparentemente está relacionada com
a vida mais longeva, melhoria no metabolismo e menor risco para o
diabetes. De acordo com os pesquisadores que fizeram a descoberta, as
pessoas que carregam essa variante vivem dez anos a mais, morrendo,
em média, aos 85 anos.
O gene em questão é chamado SERPINE1,
conhecido por produzir uma proteína que promove o envelhecimento, a PAI-1. A
variante deste gene surgiu há seis gerações no grupo Amish Old Order, fazendo
com que os portadores carreguem metade da quantidade normal da proteína.
A equipe do pesquisador Douglas
Vaugham, da Universidade Northwestern, em Chicago, estudaram 177 membros da
comunidade e encontraram 43 pessoas que carregavam ao menos uma cópia da
mutação. Elas tiveram o DNA analisado, além de alguns sinais de envelhecimento,
como a resistência à insulina, ligada ao diabetes, e o comprimento dos
telômeros, estruturas nas extremidades dos cromossomos que impedem o desgaste
do material genético.
Eles também avaliaram 221 mortos que
provavelmente teriam a variante genética para avaliar quanto tempo eles
viveram. Os resultados indicaram que os portadores da mutação vivem, em média,
dez anos a mais e têm níveis de insulina 30% menor. Nenhuma das pessoas com
gene mutante desenvolveram diabetes, enquanto 7% do grupo de controle tinham a
doença.
— Os portadores parecem ser
completamente protegidos do diabetes — disse Vaughan, à revista “New
Scientist”.
Os telômeros eram 10% mais compridos do
que em pessoas sem a mutação. Essas estruturas ficam mais curtas cada vez que a
célula se divide. Dessa forma, telômeros mais longos sinaliza envelhecimento
mais lento. Drogas que miram a proteína PAI-1 já estão sendo desenvolvidas,
incluindo uma para prevenir ou aliviar a calvície.
— Esse estudo adiciona evidências de
que é possível estender a vida humana — comentou Brian Kennedy, da Universidade
Nacional de Cingapura.
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