Beetroot é um suplemento
alimentar obtido da beterraba. A beterraba (Beta Vulgaris) é excelente fonte de
carboidratos, fibras, ferro, potássio, sódio, magnésio, vitamina C, nitrato
(também encontrado em folhas verdes) e do pigmento Betaína. Pode ser encontrado
em pó, forma mais comumente produzida e encontrada também no Brasil, ou em
cápsula (fora do Brasil). Também já está sendo encontrado adicionado a produtos
e preparações como chocolates e balas.
Seu pico de ação se dá entre 1 e
2 horas. Pode ser utilizado pré-treino ou competição (1 a 2 horas antes) na
forma de suco, o Beetroot juice, equivalendo a 200g de beterraba ou 500 ml de
suco de beterraba. Na compra na forma de suplemento é importante observar a
associação com outros elementos, como por exemplo cafeína, taurina, BCAA.
+ Suco de beterraba potencializa
treino, aumenta força e inibe fadiga
Dois componentes “chaves” no
desempenho esportivo:
Betaína
É um pigmento natural bioativo
presente na beterraba com função antioxidante e anti-inflamatória. Estudos
apontam que este pigmento tem correlação com redução da fadiga muscular e
aumento da força.
Nitrato
O Nitrato presente na beterraba é
metabolizado no organismo, convertido primeiramente a nitrito e posteriormente
em óxido nítrico. O pico de sua concentração no sangue se dá em 1 a 2 horas
após a ingestão. O óxido nítrico provoca relaxamento da musculatura lisa da
camada interna dos vasos sanguíneos havendo vasodilatação (aumentando o fluxo
sanguíneo e diminuindo a pressão arterial) e broncodilatação.
Benefícios:
- Estímulo a Angiogênese
(desenvolvimento de novos vasos sanguíneos nos tecidos)
- Estímulo a Biogênese
Mitocondrial (nascimento de novas mitocôndrias)
- Maior captação de glicose
- Maior sensibilidade por íons de
cálcio
- Redução da pressão sanguínea
sistólica e diastólica em indivíduos saudáveis
- Maior resistência à fadiga,
maior eficiência do exercício e melhor desempenho esportivo
+ Carboidrato presente na
beterraba ajuda a ter mais energia
Suplementação do Beetroot e
esportes praticados na altitude:
Conforme nos distanciamos do
nível do mar em direção a maiores altitudes, as pressões barométricas diminuem
e ocorre a hipóxia, caracterizada por uma redução na concentração de oxigênio
no ar. A exposição à redução de oxigênio traz alguns efeitos agudos como:
sonolência, fadiga mental e muscular, prostração, cefaleia e náusea. A
tolerância ao exercício é prejudicada em situação de hipóxia.
Pode ocorrer o risco associado de
Doença Aguda das Montanhas (DAM), sintomas que incluem dor de cabeça, náusea,
anorexia (falta de apetite) e fadiga, ocorrendo principalmente em pessoas que
ascendem rapidamente a grandes altitudes. Com menor frequência, de forma
extrema e muito grave pode ocorrer edema pulmonar e edema cerebral.
O que ocorre com o ar na grande
altitude:
A respiração pulmonar é
responsável por transportar o oxigênio que está no ar para o sangue, eliminando
o dióxido de carbônico. O transporte de oxigênio é realizado pelos glóbulos
vermelhos, cerca de 1 litro de oxigênio a cada 5 litros de sangue. No nível do
mar a pressão de oxigênio é de cerca de 21%, esta pressão nos pulmões é
necessária para manter as células sanguíneas saturadas em 95% de Oxigênio. Em
altitude acima de 3000m, a pressão de oxigênio na atmosfera é bem menor e não é
suficiente normal para fornecer o suprimento de oxigênio.
Sintomas comuns na exposição à
altitude de acordo com o período de permanência:
De 2400 a 300m por mais de 4h -
fadiga, esgotamento e exaustão.
De 3000 a 4500m por 2h - fadiga,
sonolência, dor de cabeça, capacidade de julgamento deficiente.
De 4500 a 5400m por 30 minutos -
falta de sensação de bem-estar, excesso de confiança, falhas de raciocínio,
falta de coordenação motora, estreitamento do campo visual, visão embaçada,
memória fraca, podendo ocorrer desmaio e inconsciência.
Acima de 5400m - os sintomas já
descritos aparecem mais rapidamente, há perda de controle muscular, senso
crítico, da memória e da qualidade decisória, nenhum sentido de tempo,
repetição de movimentos sem propósito, ataques de riso, de choro e outras
explosões emocionais.
Acima de 7000 após 4 a 6 minutos
- perda da consciência
Acima de 8000m após 1 ou 2
minutos - perda da consciência
Estudo com suplementação do
Beetroot
Estudo realizado por Masschelein
e colaboradores (2012), com quinze indivíduos jovens saudáveis expostos a
hipóxia severa (5000m de altitude), investigou o efeito da suplementação do
nitrato dietético (bebida à base da beterraba) no estado de oxigenação arterial,
muscular e cerebral, sintomas do mal agudo da montanha e tolerância ao
exercício simulando 5000m de altitude.
Utilizando estudo cruzado (todos
os indivíduos participavam das 3 avaliações e tinham comparados seus
resultados), com 2 sessões de bicicleta - cicloergômetro: 20 minutos a 45% do
consumo máximo de oxigênio (VO2 pico) e teste de esforço máximo até a exaustão:
- Uma avaliação realizada em
Normoxia (20,93% de oxigênio) com bebida controle (“placebo”) utilizada 6 dias
antes da sessão de exercício.
- 2 avaliações em hipóxia (11% de
oxigênio - correspondendo a 5000m altitude) utilizando bebida controle e outra
com suplementação de suco de beterraba (0,07mmol de nitrato/ kg peso corporal/
dia) 6 dias antes de cada avaliação.
A hipóxia reduziu o VO2 de pico,
o tempo de exaustão no teste de esforço máximo em 36% dos participantes usando
a bebida controle, mas este efeito ergolítico foi parcialmente negado por
suplementação da beterraba em mais de 5% dos indivíduos. O percentual de
saturação de oxigênio foi maior na sessão com suplementação do suco de
beterraba.
Portanto, a suplementação de
nitrato dietético (suco de beterraba), a curto prazo, melhora o estado de
oxigenação arterial e muscular, mas não o estado de oxigenação cerebral durante
o exercício em hipóxia severa. Isto está associado a uma melhor tolerância ao
exercício no contexto de uma incidência semelhante de sintoma de mal agudo da
montanha.
Benefícios do Beetroot
Reduz a perturbação metabólica
muscular durante o exercício de alta intensidade e aumento da oxigenação das
artérias e dos músculos durante o exercício realizado em hipóxia severa (ex:
acima 5000m).
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