quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Covid - Segunda Onda

 

Nova variante do coronavírus se espalha pela Europa, alertam cientistas.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, nova cepa surgiu na Espanha e é responsável pela maioria dos novos casos de Covid-19 no continente

 

Uma variante do coronavírus, que surgiu entre trabalhadores no nordeste da Espanha em junho, se espalhou rapidamente por grande parte da Europa desde o verão e é a responsável pela maioria dos novos casos de Covid-19 em vários países do continente, que vive uma segunda onda de infecção.

 

De acordo com o Financial Times, uma equipe internacional de cientistas que rastreia o vírus por meio de suas mutações genéticas descreveu a disseminação da variante, identificada pelo acrônimo 20A.EU1, em um artigo que será publicado nesta quinta-feira (29). A nova cepa, informa o jornal britânico, já é responsável por mais de 80% dos casos no Reino Unido.

 

O estudo, que ainda não foi publicado em periódico revisado por pares, sugere que pessoas que voltaram de férias na Espanha desempenharam um papel fundamental na transmissão do vírus pela Europa. Essa é uma possibilidade que levanta indagações sobre se a segunda onda que está varrendo o continente poderia ter sido reduzida com uma melhor triagem em aeroportos e outros centros de transporte.

 

— A partir da disseminação da 20A.EU1, parece claro que as medidas [de prevenção contra o coronavírus] em vigor muitas vezes não eram suficientes para interromper a transmissão das variantes introduzidas neste verão — afirmou Emma Hodcroft, geneticista da Universidade de Basileia (Suíça) e líder do estudo, ao Financial Times.

 

ada variante do vírus tem sua própria assinatura genética, por isso ela pode ser rastreada até o local de origem. As equipes científicas na Suíça e na Espanha estão examinando o comportamento da nova cepa para determinar se ela pode ser mais letal ou infecciosa do que outras.

 

Cepa é diferente de outras versões do vírus

De acordo com o jornal britânico, Emma Hodcroft enfatizou que não há  “nenhuma evidência de que a propagação [rápida] da variante se deva a uma mutação que aumente a transmissão ou impacte o resultado clínico” . Mas ressaltou que a 20A.EU1 era diferente de qualquer versão do Sars-Cov-2 que ela havia encontrado anteriormente.

 

— Não vi nenhuma variante com esse tipo de dinâmica desde que comecei a observar sequências genômicas de coronavírus na Europa — disse Hodcroft ao Financial Times.

 

Os cientistas estão trabalhando com laboratórios de virologia para descobrir se a 20A.EU1 carrega uma mutação específica na proteína spike (espícula, em inglês), que o vírus usa para entrar nas células humanas, capaz de alterar seu comportamento.

 

As mutações são mudanças nas "letras" do código genético do vírus, que podem se agrupar em novas variantes e cepas. Já havia sido identificada uma mutação no Sars-Cov-2, chamada D614G, a qual cientistas acreditam tornar o vírus mais infeccioso.

 

— Precisamos de mais estudos para encontrar mutações que atingiram alta frequência na população e, em seguida, fazer a engenharia reversa para ver se elas tornam o vírus mais transmissível — disse ao jornal britânico Joseph Fauver, epidemiologista genético da Universidade de Yale que não esteve envolvido na pesquisa.





quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Vacina para todos

 

A farmacêutica americana Moderna anunciou nesta quinta-feira que não registrará patentes de sua vacina candidata contra a Covid-19 enquanto a pandemia do novo coronavírus persistir. A decisão, uma vez confirmada, permitiria que outras companhias replicassem a fórmula do imunizante, ampliando a capacidade de produção do imunizante e facilitando sua universalização.

 

Em um comunicado, a empresa informou que pretende licenciar os direitos de propriedade intelectual sobre o produto apenas após o fim da pandemia de Covid-19. A vacina testada pela Moderna é tida como uma das principais na corrida global por um imunizante capaz de bloquear a infecção pelo novo coronavírus.

 

A empresa recebeu US$ 1 bilhão da Operação Warp Speed, iniciativa do governo americano para acelerar o desenvolvimento de potenciais vacinas contra o Sars-CoV-2, e mais US$ 1,5 bilhão para assegurar doses para os Estados Unidos.

 

 

A vacina criada pela empresa conta com a parceria dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA. A fórmula consiste em fragmentos de RNA, material genético do vírus. Dentro do organismo humano, eles produziriam proteínas do patógeno capazes de estimular o sistema imune a atacar o coronavírus no momento da infecção.