Eletrobras anunciou no domingo a renúncia de seu presidente.
Na BR, ele vai assumir cargo que é de
Rafael Grisolia.
O atual presidente da
Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, vai assumir o comando da BR Distribuidora,
afirmou nesta segunda-feira (25) a empresa, que já foi subsidiária da
Petrobras.
No domingo, a Eletrobras
comunicou que Ferreira Junior renunciou ao cargo na estatal. Em fato relevante,
a empresa afirma que a decisão foi tomada por motivos pessoais. Ferreira Jr.
ficará no cargo até o dia 5 de março para fazer transição para seu sucessor,
que ainda será indicado. Ele deve fazer um pronunciamento nesta segunda-feira
(25).
Na BR, ele foi indicado para
assumir a presidência no lugar de Rafael Grisolia, que vai deixar a companhia
no final deste mês.
Transição
Ferreira Jr. pode ter que
cumprir quarentena antes de assumir a BR. A partir de 1 de fevereiro, e até que
ele possa assumir o posto, a Companhia será liderada interinamente pelo Diretor
Executivo de Operações e Logística, Marcelo Bragança, que será apoiado por um
comitê de transição.
Saída da Eletrobras
A saída do executivo, que
antes da Eletrobras presidiu por 18 anos a CPFL Energia, vem após poucos
avanços na desestatização - Ferreira Jr. é grande defensor da privatização da
empresa.
No cargo desde julho de 2016,
ele foi nomeado pelo ex-presidente Michel Temer. Depois, foi convidado pelo
governo de Jair Bolsonaro para continuar no comando da estatal, sob
expectativas de que liderasse a continuidade de planos para a privatização da
companhia.
Em dezembro, o governo
anunciou que pretende realizar nove privatizações em 2021, entre as quais a da
Eletrobras. A venda da estatal, porém, é um dos grandes desafios do governo
Bolsonaro.
A expectativa da pasta era
que o projeto fosse aprovado ainda no primeiro semestre. Mas, na semana
passada, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que não
haverá prejuízo se a votação pelo Congresso Nacional da privatização da
companhia ficar para o segundo semestre deste ano.
O governo prevê levantar
cerca de R$ 16 bilhões com a privatização da Eletrobras, por meio de uma
capitalização da companhia por meio da emissão de novas ações e envolve
pagamento de outorgas à União.
O governo anterior, de Michel
Temer, falava em promover uma desestatização da Eletrobras, por meio de uma
operação em que a empresa emitiria novas ações e diluiria a fatia governamental
na companhia para uma posição minoritária. A gestão Bolsonaro passou a adotar o
termo "capitalização" para se referir ao processo.
Último balanço mostra que a
Eletrobras teve lucro de R$ 95,764 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda
de 86,6% em relação ao mesmo período de 2019, quando o ganho ficou em R$
715,872 milhões. A empresa justificou a queda do lucro ao aumento das provisões
por redução na geração de energia, por processos judiciais e de contratos
onerosos.
Reflexo na Bolsa de NY
Os American Depositary
Receipts (ADRs) da Eletrobras negociados na Bolsa de Nova York caíam mais de 8%
por volta de 12h30 desta segunda-feira, sendo negociados a US$ 5,30, após o
anúncio de Ferreira Junior.
Os ADRs (American Depositary
Receipts) são recibos de ações de empresas de fora dos EUA negociados na Bolsa
de Nova York. Como ações de companhias estrangeiras não podem ser negociadas
diretamente no mercado americano, os papéis ficam sob custódia de uma
instituição financeira, e seus recibos circulam na Bolsa de Nova York. Os ADRs
podem ser emitidos a partir de novas ações que a companhia lance ou de ações já
negociadas em mercado.
Como a Bovespa está fechada
por conta do feriado de aniversário de São Paulo, os efeitos da saída de
Ferreira Junior da Eletrobras nos mercados locais só terão repercussão na
terça-feira.
Nenhuma estatal de controle
direto da União, no entanto, foi vendida até o momento. Além disso, o
presidente Jair Bolsonaro decidiu se posicionar conta a privatização de
empresas federais incluídas no PPI, como Casa da Moeda e Ceagesp.
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