segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Imóvel Comercial em Miami


Após invadirem o mercado de casas e apartamentos em Miami, compradores brasileiros gastam agora fortunas investindo em imóveis comerciais nos Estados Unidos — e, desta vez, miram também fora da ensolarada Flórida. Propriedades desse tipo já representam 8% das aquisições por brasileiros, fatia maior do que a de outros investidores, de acordo com a Associação Nacional das Corretoras (NRA, na sigla em inglês) dos EUA. Segundo corretores, a procura de moradores do Brasil tem aumentado pelo menos 30% ao ano nesse segmento.

A maior parte dos brasileiros que apostam no segmento busca aproveitar a perspectiva de valorização das propriedades e dos aluguéis com a recuperação da economia americana — no primeiro semestre deste ano, as vendas comerciais avançaram 23% em comparação a 2013, destaca George Ratiu, da NRA. O principal objetivo é se proteger da alta cambial, afirma Leo Ickowicz, sócio da Elite International. Localizada em Miami e focada em brasileiros, a imobiliária fechou 60 negócios desse tipo este ano, contra 35 em 2013.

O preço das propriedades comerciais é salgado: costuma ficar acima de US$ 1 milhão, enquanto casas na Flórida custam em média US$ 410 mil. Mas há imóveis a partir de US$ 700 mil, e é possível financiar cerca de metade do valor em até 20 anos junto a bancos americanos e até brasileiros (o Banco do Brasil oferece essa linha por meio de sua subsidiária nos EUA). Segundo investidores, a taxa dos financiamentos é atraente, abaixo de 5% ao ano.

ENCARGOS SÃO DO INQUILINO

Os brasileiros adquirem as propriedades para alugar por meio de acordos do tipo Triple Net, no qual o inquilino assume o pagamento de impostos, taxas, manutenção e seguro, explica Cassio Faccin, dono da consultoria Faccin Investments, especializada em transações imobiliárias nos EUA. A compra costuma ser feita quando o imóvel já tem um longo contrato de locação — acima de dez anos — com grandes redes de restaurante (Taco Bell, Burger King), farmácia (CVS, Walgreens) ou bancos. Faccin recomenda a seus clientes abrirem empresas nos EUA, um processo rápido e barato. Isso visa a contornar o imposto sobre herança americano, que come até metade do patrimônio em caso de morte.

— Com o boom imobiliário nos EUA, o retorno das residências caiu. Enquanto isso, os imóveis comerciais têm mais chances de valorização e rendem cerca de 6% ao ano, muito para a baixa inflação americana — explica Faccin.

O paulistano Marcelo Mazza, de 43 anos, tem apartamento na Flórida desde 2012, para lazer. Este ano, tomou coragem e comprou dois imóveis comerciais: um em Fort Lauderdale, ocupado pela rede de panquecas Ihop, e outro em Miami, com um KFC. Este último custou US$ 1,1 milhão, dos quais 60% foram financiados por um banco de lá, com taxa de 4,25%. O aluguel mensal é de US$ 5.960, enquanto as parcelas do financiamento são de US$ 4.080, o que garante rendimento líquido de US$ 1.880.

— Eu tinha uma despesa em dólar com meu apartamento e uma receita em real aqui no Brasil. Acabava perdendo com a variação cambial. Agora, garanti uma renda interessante em dólar — diz o investidor, que já pensa em comprar o terceiro imóvel para alugar. — Eu até conseguiria rentabilidade maior no Brasil, mas prefiro ganhar 6% em dólar do que 9% em real.

ESTABILIZAÇÃO NO RESIDENCIAL

O caminho feito por Mazza é o mais comum: o investidor busca imóveis comerciais quando já estabeleceu residência.

— Para brasileiros, casas funcionam como uma chance de “molhar o pé”, aprender sobre o mercado americano para, depois, investir em edifícios comerciais — conta David Wigoda, da diretoria da associação de corretores de Miami, que vê seus negócios com brasileiros crescerem 30% no segmento.

Se o setor comercial se aquece, a procura por imóveis residenciais se estabiliza. A fatia de brasileiros nas compras de casas nos EUA por estrangeiros subiu de 1% para 3% em 2011, mas está congelada em 2% desde o ano passado. Enquanto isso, a fatia dos chineses saltou de 9% para 16% de 2010 para cá. Só na Flórida, o percentual de brasileiros caiu de 9% para 6% desde 2012.

— A depreciação do real e a desaceleração econômica do Brasil são as possíveis razões do declínio — afirma Jed Smith, um dos diretores da NRA.

Mas os edifícios para locação atraem até quem não tem casa nos EUA. O empresário Mauro Ferreira comprou um imóvel de US$ 3,5 milhões em Houston, no Texas. O prédio será entregue no mês que vem e vai abrigar uma rede de farmácias. O que o atraiu foi a segurança do Triple Net, que, além de deixar os encargos para o inquilino, tem cláusulas rígidas para rompimento de contrato.

— No Triple Net, o investidor não está preocupado com a localização, pode ser em qualquer lugar dos EUA. O que importa é a rentabilidade — explica a carioca Claudia d’Orey, corretora em Miami na AG Advisors.

Ela esteve no Rio este mês para fazer contato com possíveis clientes, como escritórios especializados em administrar fortunas familiares. Segundo Claudia, o resultado das eleições pode influenciar os investidores.

— O motivo de eu ter comprado apartamento nos EUA foi a situação econômica aqui. Agora, esperarei para ver o que vai acontecer. Não descarto passar a investir em imóveis comerciais por lá — diz a economista Karla Camargo, de 46 anos.

Mas é preciso ter em mente os riscos, alerta Paulo Fabbriani, investidor imobiliário e membro da Ademi-RJ, associação do setor no Rio. O processo, ressalta, exige um conhecimento sofisticado do mercado:

— Se o título americano rende 2,5%, é claro que um negócio que rende 7% terá riscos consideráveis. Empresas, que são locatárias, quebram também

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

FLA anuncia arena multiuso na Gávea


RIO — O Flamengo aguarda apenas a liberação do prefeito Eduardo Paes, que deve sair em breve, para iniciar a construção de uma arena multiuso na área onde até há pouco funcionava um posto de gasolina em sua sede social, na Lagoa, Zona Sul do Rio.

A liberação não deve sair até este sábado, quando o time de basquete rubro-negro, campeão intercontinental, embarca para amistosos preparatórios nos Estados Unidos com times da NBA. Mas a obra também faz parte das comemorações pelo título inédito conquistado pela equipe do técnico José Neto.



Bancada pelo MacDonald's, a arena receberá não apenas jogos de basquete e vôlei, mas outros esportes olímpicos. O projeto já está pronto e aprovado pelo comando do clube, novo ginásio será erguido na Gávea, ao lado da sede social do Flamengo.



Passaporte e-gates

O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, começou a testar, nesta quinta-feira (25), portões eletrônicos de controle de passaportes brasileiros na emigração e na imigração. Os equipamentos passarão a funcionar de forma efetiva em 2 de janeiro de 2015.
 
Conhecidos como e-gates, os equipamentos prometem reduzir a fila de passageiros para voos internacionais. Segundo a Polícia Federal, a inspeção de passaportes, que durava três minutos, em média, cairá para menos de 30 segundos.
Os 16 equipamentos, adquiridos pelo custo de US$ 8 milhões pela GRU Aiport, concessionária que administra Cumbica, permitem que os passageiros façam sozinhos o procedimento para entrada ou saída do país. Até hoje, a única maneira era a manual e feita em guichês, por policiais federais ou funcionários de empresas terceirizadas.
“A ideia é que esse modelo possa ser levado para todos os aeroportos do país. Ele dá rapidez, dá segurança para a Polícia Federal, ele permite dar um atendimento de primeira linha como poucos países têm no mundo”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após participar da inauguração da nova delegacia da Polícia Federal, no Terminal 3 de Cumbica.
No entanto, o serviço não está disponível para todos. Para acessar o e-gate, é preciso ser brasileiro, ter acima de 18 anos e o passaporte com chip. Os menores de idade precisam da autorização de um responsável para viajar. Os equipamentos estão disponíveis no embarque e desembarque dos terminais 3 (com nove e-gates) e 2 (com sete).
Os passaportes com chip, localizado na capa do documento, começaram a ser emitidos pela PF em 2010. Em 2013, a imigração em Cumbica foi de 11 milhões de passageiros. A estimativa é que 30% desse montante faça o uso dos e-gates, ou seja, cerca de 3,6 milhões de passageiros.
“O passageiro se aproxima [do e-gate], abre o passaporte para ser lido os dados biométricos, biográficos e do chip. É feita uma checagem no Banco de Dados da Polícia Federal, se estiver tudo certo com o passaporte, se não for falso, vai abrir a porta que se fecha em seguida”, explicou o diretor-executivo da Polícia Federal Rogério Augusto Viana Galoro.
Além disso, uma câmera irá fotografar o passageiro e, em seguida, comparar a imagem com a foto impressa no passaporte, “fazendo o reconhecimento facial”, disse Galoro.
Como os passaportes têm prazo de cinco anos de validade, até 2015 todos os documentos expedidos no Brasil terão chip.
A nova tecnologia também permite identificar se o passaporte foi roubado, extraviado e até se o passageiro é procurado e não pode sair do país. “Toda a notificação excepcional vai para um centro de inteligência, o Centro de Controle, e a Polícia Federal vai tomar as providências de acordo com a situação”, declarou Galoro. As decisões judiciais nacionais e dados da Interpol serão identificados pelo sistema.
O procedimento de vistoria dos estrangeiros não sofrerá alteração. “O estrangeiro é preciso analisar o visto, ter o carimbo do passaporte, conferir prazo de estadia”, disse o diretor da PF.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Responsabilidades


 

Rosh Hashaná é um paradoxo. De certo modo é celebrada como um dia de festa: comidas especiais são servidas em meio a grandes reuniões familiares e estendemos cumprimentos alegres desejando a todos ao nosso redor um ano bom e doce. Os pecados não são nem mencionados durante as rezas de Rosh Hashaná para não diminuir o nosso foco positivo e ofuscar nossa alegria neste dia.

Examinemos uma questão mais geral: quais são as alegrias em qualquer ocasião? Qual a razão pela alegria nos evento do ciclo de vida judaico? Um bebê nasce e oito dias depois é circuncidado. O bebê grita por alguns momentos enquanto os participantes desejam para os pais, alegremente, ‘Mazal Tov’! Então se sentam e desfrutam de uma bela refeição. Por que as pessoas celebram enquanto o bebê sofre?

Agora considere a criança celebrando seu Bar Mitsvá treze anos depois. O jovem é chamado para ler na Torá e seu pai recita uma estranha bênção: “Abençoado é aquele (D’us) que me liberou das obrigações deste jovem”. Os pais parecem estar ‘lavando suas mãos’ das responsabilidades de seu jovem adolescente. A pobre criança parece estar por sua própria conta, mas todos alegremente lhe desejam Mazal Tov. Parece tão frio. Como as pessoas se alegram numa situação aparentemente assustadora?

Anos depois, um jovem casal está sob a chupá, prontos para casar. Eles se comprometem um com o outro para toda a vida, sacrificando as liberdades da vida de solteiro. Deve ser tão amedrontador, mas todos celebram! Qual o significado por trás da alegria?

O denominador comum dessas ocasiões é a aceitação da responsabilidade. Em cada um destes eventos, os indivíduos estão parados na frente de uma porta que se abre para uma identidade pessoal mais rica e complexa.

A circuncisão marca o primeiro passo do menino judeu para receber o fardo da responsabilidade inerente à santidade de ser um judeu. No Bar Mitsvá, o garoto aceita a responsabilidade de cumprir os mandamentos da Torá. Ele chegou num novo estágio de sua vida, que oferece mais oportunidades, satisfações mais profundas, maiores obrigações e, potenciais armadilhas. Na chupá, o noivo e a noiva aceitam a responsabilidade de seu novo status, pela nova entidade que se tornaram e pela nova família que almejam criar. Os Judeus celebram a aceitação da responsabilidade.

O ser humano não foi criado meramente para viver. Ele foi criado para um propósito mais elevado. Somente quando ele sente que está trabalhando em direção a uma meta maior é que atinge sua satisfação interior. A verdadeira alegria vem de aceitar as responsabilidades que cada pessoa recebeu de D’us.

Este é o significado do paradoxo de Rosh Hashaná. É o dia que D’us reconta cada boa ação, cada falha, o dia que somos julgados por todas as nossas atitudes. Somos lembrados que cada um de nós é responsável por suas ações.

Podemos estar temerosos das possíveis consequências do julgamento, se o levarmos a sério. Entretanto, o outro lado da mesma moeda: a aceitação de responsabilidade traz grande alegria. Constatamos que existe significado em nossas vidas e este reconhecimento é uma tremenda fonte de prazer. A alegria de Rosh Hashaná reside no reconhecimento do potencial humano e o constante esforço em atingir metas mais elevadas.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Rosh Hashana.


 

Um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de R$ 100,00 e perguntou:

“Quem de vocês quer esta nota de R$ 100,00?”

Todos ergueram a mão...

Então, ele amassou totalmente a nota e perguntou: “Quem ainda quer esta nota?E as mãos continuavam erguidas. Ele então deixou a nota cair no chão, começou a pisá-la e esfregá-la e perguntou: “Quem ainda vai querer esta nota de R$ 100,00?” Todas as mãos voltaram a se erguer.

O palestrante voltou-se para a platéia e disse: “Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuaram a querer esta nota, porque ela não perde o valor.

Esta situação também acontece conosco. Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros,nada disso altera a importância que temos. O preço de nossas vidas, não é pelo que aparentamos ser, mas pelo que fizemos e sabemos.”

No dia de Rosh Hashana fortalecemos aquilo que há de mais importante dentro de nós;a nossa Neshama (alma) e revelamos a D-us o compromisso de valorizar a vida material e espiritual mesmo as vezes sendo pisoteada e amassada. Pedimos então a Ele mais um voto de confiança para o próximo ano nos fornecendo saúde,sustento e Naches para continuarmos assim nossa missão neste mundo.

Vamos fazer a nossa parte e certamente Hashem fará a Dele!!!

Desejo a você um Shana Tova Umetuca repleto de beleza como a maçã e de doçura como o mel Com carinho...

Rabino Moishe Lenczynski

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Dez comidas que ajudam metabolismo


Dá para emagrecer comendo? Sim, basta escolher bem os pratos. A “Harper’s bazaar” listou dez alimentos que ajudam a queimar calorias e acelerar o metabolismo. E prepare-se para surpreender: na lista, há desde sementes de cânhamo ao bom e velho ovo.

 

Sementes de cânhamo

Segundo a especialista em dietas Frances Largeman-Roth, autora de “Eating in Color: Delicious, Healthy Recipes for You and Your Family”, as sementes da cannabis contêm ácido alfa-linolênico (ALA), um ácido essencial do Ômega 3, que ajuda a acelerar o metabolismo. Ela sugere o consumo com cereais, iogurte e saladas. Contudo, vale lembrar, a venda dessas sementes é proibida no Brasil.

Banana

A fruta é riquíssimas em potássio, o que ajuda o corpo a regular os minerais e os fluidos que entram e saem das células. Além disso, elas contêm amido, que também beneficia o metabolismo ao reduzir o nível de açúcar no sangue após refeições.

Aveia de grãos longos


Ainda pouco comum no Brasil, este tipo de corte de aveia tem mais fibras e é mais difícil de cozinhar. Porém, o resultado vale a pena, segundo Largeman-Roth. “Estudos mostram que a aveia de grãos longos ajuda a fazer com que você se sinta satisfeito por mais tempo”, comenta

Ovos


Antes tidos como vilões, os ovos reconquistaram a sua reputação por ser uma fonte de proteína de qualidade. A publicação defende mesmo o consumo durante o café da manhã, o que ajudaria a despertar o metabolismo

Salsa mexicana


O tradicional molho apimentado do México não é poderoso só no sabor. Os compostos encontrados na pimenta queimam calorias e quebram a gorda, o que leva à perda de peso.

Barra de proteína


A proteína é útil em dietas por gerar uma sensação de saciedade no organismo. Mas ela pode ficar ainda mais poderosa se for associada ao ato de mastigar, que também ajuda a criar a mesma sensação. Segundo a nutricionista Jackie Newgent, as barras com sabor de Jalapeño são bastante eficazes.

Óleo de coco e azeite de dendê

Conhecido de longa data dos brasileiros, o azeite de dendê foi descoberto agora pelos americanos. Assim como o óleo de coco, ele pode ser um grande aliado na queima de gordura, além de ajudar a reduzir o colesterol.

Laticínios com pouca gordura


Não é preciso cortar o queijo da sua vida: laticínios, desde que sejam com baixo teor de gordura, podem auxiliar na perda de peso e, ao mesmo tempo, contribuir na absorção de cálcio

Quinoa


O alimento originário da Bolívia é do tipo que leva mais tempo para ser digerido, o que ajuda a acelerar o metabolismo. Considerada um “supergrão”, a quinoa contém duas vezes mais fibras do que os grãos comuns.

Chá verde


Aceleração do metabolismo é apenas um dos vários benefícios deste chá antioxidante. Isto graças à catequina, um composto que ajuda a reduzir a gordura corporal. Além disso, a cafeína presente no chá verde também tem o poder de aumentar a quaritdade de energia gasta pelo corpo.

 

 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ó Pedaço de Mim


 

 
Sempre que ouço aquela música do Chico, "ó pedaço de mim, ó pedaço arrancado de mim", me bate uma deprê braba. Lembro da minha infância e acabo voltando no tempo.
Estava eu deitado no meu bercinho, ainda com uma semana de vida, quando começou a chegar gente em casa.  Era dia de festa.  E festa de judeu lembra muito reunião do PSDB: só tem tucano. Cada nareba que não tem mais tamanho.
Mamãe convidou só 30 pessoas, mas como era boca livre, veio judeu de tudo quanto foi canto. Se mamãe cobrasse ingresso, corria o risco de nem o papai aparecer. Não precisa dizer que os presentes não trouxeram presentes. Metade esqueceu em casa e a outra metade disse que não tinha dado tempo de comprar. Coisas da religião.
Cada um que chegava, vinha até o meu bercinho. Quando se abaixavam para me ver mais de perto, virava um autêntico ataque do exército israelense. Contabilizei pelo menos umas 30 narigadas na barriga. Em vez de olharem para os próprios umbigos, vinham olhar pro meu. Acho que era por causa da "faixa de gaze".
De repente, se fez o silêncio. Um ser estranho, trajando um terno preto pra lá de surrado, com barba até a cintura, chapéu e cabelo ponhonhóin dos lados adentrou a sala. Parecia o Capitão Caverna na versão judaica. Ele veio na minha direção. Tirou um bisturi reluzente. Ficamos frente a frente. Ele, o lobo mau, e eu, o Solidéu Vermelho.
Para que esse nariz tão grande, perguntei. Por uns segundos, cheguei a pensar que mamãe tinha resolvido fazer uma plástica no meu nariz que, com menos de uma semana de vida, já era avantajado. Mas o negócio era mais embaixo. Bem mais embaixo.
Ele tirou a minha fraldinha descartável, que mamãe tinha acabado de lavar, e eu gritei, abri o berreiro: Tira esse Michael Jackson ortodoxo daqui! Esse comunista judeu quer comer criancinha!!! E no rabino, não vai nada? Apesar de tanta tecnologia, buááááá não vem com legenda. Não sei por que ainda não inventaram uma tecla SAP para bebês.
Parti então para a minha última tentativa: um ataque com armas químicas. Soltei duas bombas de efeito moral. PUM! PUM! Mas o bigode do sujeito cobria o nariz como uma máscara antigases.
Ataquei com meus jatos poderosos, mas o xixi não conseguiu furar o bloqueio da barba blindada do velho. Não teve jeito.
O Jacozinho virou o Jacozinhozinho.
Vai entender o que esse povo tem na cabeça, além desse chapeuzinho medonho?
Em vez de sacrificarem uma galinha como na velha e boa macumba, eles sacrificam o pinto. Cortaram o meu pausówsky, meu penisberg. Ficou só o "cara". O "lho" foi-se. Uma parte de mim estava agora que nem pinto no lixo, literalmente.
Depois de circuncidado, passei a entender o porquê daquele muro das lamentações. Eu, pelo menos, lamento até hoje.
Ó pedaço de mim...