quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Obama e Trump na Casa Branca


WASHINGTON — O presidente eleito Donald Trump foi à Casa Branca nesta quinta-feira para se reunir com o chefe de Estado, Barack Obama, no primeiro passo público para uma transição de poder após uma acirrada disputa eleitoral. O encontro foi marcado por muita cordialidade e disposição dos dois para garantir uma boa transição de poder. Segundo a Casa Branca, a reunião foi calma e sem problemas — "menos esquisita de o que poderia se esperar". Enquanto isso, milhares de manifestantes foram às ruas em várias cidades dos Estados Unidos na quarta-feira para protestar contra o republicano, cuja vitória sobre a democrata Hillary Clinton continua provocando uma onda de choque no mundo.

 

Vencedor nas eleições americanas, Donald Trump afirmou que pretende ser o presidente de todo o país, e afirmou que é hora de renovar o sonho americano

Protecionismo é o maior temor de analistas quanto a Trump

Contêineres no porto de Lianyungang, na ChinaNa China, maior temor é que Trump adote barreiras à importação

Depois de uma hora e meia de encontro, o presidente disse que espera que o seu futuro sucessor se sinta bem-vindo na Casa Branca. Ele assumirá o governo em 20 de janeiro e, a partir de então, a sua família ocupará a mansão de Washington. Segundo Obama, eles discutiram assuntos de política interna e externa dos EUA.

 

— Tivemos uma excelente conversa. Fiquei muito encorajado pelo interesse do presidente eleito de trabalhar com minha equipe para lidar com as muitas questões que o país enfrenta. Acredito que seja muito importante para nós, independente de partido ou preferências políticas, nos unirmos — disse. — No meio tempo, (a primeira-dama) Michelle teve uma chance de receber a futura primeira-dama e tivemos uma conversa com ela, também, e queremos ter certeza de que eles se sintam bem-vindos enquanto se preparam para fazer a transição.

 

Em resposta, Trump disse que encontrar o presidente foi uma "honra" e a conversa passou por temas "maravilhosos" e "difíceis" sobre o governo. E ressaltou que espera ter novas reuniões produtivas com o atual chefe da Casa Branca para receber conselhos.

 

— Estou impaciente para trabalhar com o presidente Obama — disse o eleito. — Isto foi para nos conhecermos. Nunca havíamos nos encontrado. Tenho muito respeito por você. Discutimos muitas coisas, algumas maravilhosas, e outras, não. Espero continuar trabalhando junto a você. Foi uma grande honra, senhor presidente.

 

Michelle Obama também se encontrou de maneira muito discreta e reservada com a próxima primeira-dama, Melania Trump.

 

— Eu o convidei a vir à Casa Branca para discutir como assegurar uma transição bem-sucedida — explicou na quarta-feira Obama, que assumiu um tom conciliador após a vitória do bilionário populista que surpreendeu os Estados Unidos e todo o resto do mundo. — Antes de tudo, somos americanos. Antes de tudo, somos patriotas. Todos queremos o melhor para este país.

 

Na saída, Trump foi se encontrar com as lideranças do Partido Republicano no Capitólio.

 

Depois do encontro, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o encontro do atual com o futuro presidente transcorreu bem, sem interferência de assessores. Perguntado sobre o "Obamacare", plano de saúde federal que Trump disse querer derrubar, e sobre as supostas ameaças judiciais de Trump à rival Hillary Clinton, ele desconversou.

 

— O tom do presidente eleito deu ao presidente nova segurança. Ele saiu de confiança renovada. — disse. — O que eles tentaram fazer foi assegurar a fundação. Podemos dizer pelo menos o encontro foi um pouco menos esquisito de o que poderia se esperar. Eles não tentaram resolver todas as suas diferenças.

 

 

Cassino no Brasil

Cassinos podem ser liberados em resorts no País para atrair turistas


O Ministério do Turismo está discutindo um megapacote de medidas para incentivar a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil. O objetivo é conclui-lo nos próximos 60 dias e apresentá-lo à equipe econômica do governo federal até janeiro do ano que vem, segundo afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão, em entrevista a jornalistas em Londres.

 

Entre as principais medidas discutidas estão a adoção do tax free (reembolso de impostos pagos durante a estadia), a liberação de cassinos integrados a resorts, a abertura do mercado para companhias aéreas estrangeiras no Brasil e a concessão de parques nacionais à iniciativa privada.

 

Além disso, acrescentou Beltrão, o governo pretende enviar ainda neste ano ao Congresso uma medida provisória que dispensa a exigência de visto de turismo para estrangeiros de países como Austrália, Canadá, China, Estados Unidos e Japão.

 

A iniciativa ocorre em meio ao desafio de continuar atraindo visitantes internacionais ao Brasil após a Copa e as Olimpíadas. "Muitas pessoas dizem que a Copa do Mundo e a Olimpíada foram o ápice do turismo brasileiro. Eu acredito que é o ponto de partida para o crescimento do turismo brasileiro", afirmou Beltrão, que foi a Londres para participar da feira internacional de turismo World Travel Market 2016 e da abertura do seminário Latin American Investments Forum 2016.

 

"Temos de aproveitar a exposição que o Brasil teve mundo afora, e o governo tem de tomar as medidas certas para que esses turistas continuem vindo ao país. Cerca de 90% dos turistas estrangeiros que visitaram o Brasil afirmaram querer voltar", acrescentou o ministro.

 

Na capital britânica, ele também se encontrou com investidores e realizou reuniões bilaterais com autoridades do setor turístico do Reino Unido. O Brasil recebeu 6,3 milhões de turistas estrangeiros no ano passado, apontam dados da Organização Mundial do Turismo (OMT). O número, no entanto, ainda é muito pequeno se comparado a países como França (84,5 milhões), Estados Unidos (77,5 milhões) e Espanha (68,2 milhões).

 

Mesmo entre os emergentes, o Brasil ainda não é um destino turístico popular. No ano passado, a China recebeu 56,9 milhões de visitantes, enquanto 32,1 milhões foram ao México.

 

Visto liberado

Segundo Beltrão, a MP sobre a liberação da exigência de vistos de turismo para estrangeiros deve ser enviada ao Congresso "ainda neste ano". A medida contemplaria cidadãos de países como Austrália, Canadá, China, Estados Unidos e Japão. Durante a Copa e as Olimpíadas o Brasil havia isentado temporariamente turistas estrangeiros do visto.

 

Questionado sobre a aprovação da medida não implicar em reciprocidade (ou seja, que os brasileiros também sejam isentos de vistos), o ministro se limitou a dizer que o assunto "será tratado pelo Ministério das Relações Exteriores". "Do ponto turístico, não conseguimos entender que o Brasil possa estar com esse tipo de barreiras, porque precisamos receber mais turistas e gerar emprego", afirmou. "A única oportunidade que temos para trazer mais turistas é facilitando a vinda deles, e não dificultando."

 

Segundo Beltrão, o governo também pretende aprovar a solicitação e emissão do visto por meio eletrônico, como já ocorre em outros países.

 

Estudo

O ministro também citou um estudo feito pelo Ministério do Turismo sobre uma série de medidas adicionais para atrair o turista estrangeiro. Entre elas, estão o tax free (reembolso de impostos pagos durante a estadia) e a liberação de alguns impostos para turistas que "pagarem hotelaria com o cartão de crédito", disse Beltrão.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Repatriação já rendeu R$ 40,1 bi ao governo


 
A Receita Federal informou, nesta quinta-feira, que o programa de repatriação já assegurou arrecadação de R$ 40,1 bilhões em Imposto de Renda (IR) e multas aos cofres públicos. Até o início da manhã de hoje, já haviam sido entregues 18.651 declarações de pessoas físicas e 605 declarações de pessoas jurídicas que decidiram regularizar ativos mantidos ilegalmente no exterior. No total, esses bens somam R$ 133,6 bilhões.

 

O prazo final para fazer o acerto de contas com a Receita é 31 de outubro. Até lá, o Fisco espera conseguir arrecadar, pelo menos, R$ 50 bilhões. Esses recursos são considerados essenciais para o fechamento das contas públicas de 2016. Estados e municípios, que ficarão com uma parte do valor recolhido com o Imposto de Renda, também contam com esses valores para pagar despesas até o final do ano.

 

Segundo a Receita, o aplicativo para preenchimento da declaração de regularização de ativos (Dercat) está em funcionamento 24 horas. O serviço de recepção será interrompido às 23h59min59s do dia 31. O programa de repatriação aplica-se aos residentes ou domiciliados no Brasil em 31 de dezembro de 2014 que tenham sido ou ainda sejam proprietários ou titulares de ativos, bens ou direitos em períodos anteriores a essa data.



 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Noite no Caixão do Drácula


O Castelo de Drácula, na Transilvânia, na Romênia, terá convidados na noite de Halloween, no dia 31 de outubro.

O site de hospedagem Airbnb lançou promoção nesta segunda-feira (17/10) para selecionar duas pessoas, que poderão passar a noite dentro da mansão.

Esta é a primeira vez que alguém vai dormir no local, cujo nome verdadeiro é Castelo de Bran, desde 1948.

Os hóspedes vencedores da promoção vão jantar e depois poderão se acomodar em dois caixões, decorados com veludo vermelho, para dormir, assim como Drácula fez no filme de terror de Bram Stoker.

O castelo é famoso por sua conexão com Vlad, o Empalador (que também inspirou o filme), um príncipe da vida real que viveu ali no século 15 e tinha o hábito cruel de usar estacas para empalar suas vítimas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Furacão Matthew


 
 

 

A Flórida suspendeu as atividades escolares, e os parques de diversão estão em alerta, enquanto o furacão Matthew avança em direção à Costa Leste dos Estados Unidos. Matthew aproximou-se das Bahamas nesta quarta-feira e era esperado chegar à costa atlântica da Flórida na noite de quinta-feira. O perigoso furacão foi rebaixado de categoria 4 para 3 nesta manhã.

 

A passagem da tormenta pela República Dominicana, Haiti e Cuba foi acompanhada de fortes ventos, chuvas pesadas e uma tempestade perigosa, provocando o deslocamento de milhares, destruição e a morte de pelo menos nove pessoas.

 

As autoridades do condenado de Brevard, na Flórida, ordenaram a retirada de moradores de ilhas costeiras e áreas que podem sofrem inundações.

 

Por enquanto, o site do Walt Disney World disse que todos os seus parques e resorts continuam funcionando em condições normais, mas pediu aos visitantes que estejam atentos às atualizações meteorológicas.

 

Na Carolina do Sul, a governadora Nikki Haley vai anunciar nas próximas horas seu plano para a chegada do furacão. Segundo as agências internacionais, ela avalia pedir a 1 milhão de pessoas que deixem a costa.

 

As autoridades temem a desatenção das pessoas, sobretudo no Sul da Flórida, onde não foi registrado furacão de grande potência nos últimos 11 anos.

 

No condado Miami-Dade, o maior distrito escolar do estado, as autoridades disseram que vão monitorar a tormenta nesta quarta-feira antes de decidir se suspendem as aulas na quinta e sexta-feira.

 

Do condado de Broward até a Costa Espacial, onde há advertências pelo furacão, foram canceladas aulas até o resto da semana. A maioria das universidades nas áreas de alerta também cancelou suas aulas de quarta-feira à tarde.

 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Setor de serviços recua 4,5%


O volume de vendas do setor de serviços avançou 0,7% na passagem de junho para julho, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Frente a julho do ano passado, no entanto, houve queda de 4,5% — pior resultado para o mês nesta comparação desde o início da série histórica, em 2012. Em 2016, o setor acumula recuo de 4,8%, enquanto em 12 meses o tombo chega a 4,9%. O cálculo do volume é obtido descontando a inflação da receita nominal.

 

Alimentos estão entre principais impactos negativos na inflação em 2016

Inflação recua a 0,44% em agosto, mas taxa é a maior para o mês desde 2007

— Foi mais um resultado positivo, mas que não recupera as perdas recentes e do ano passado. Foi um dado bom, mas não dá para falar em início de recuperação do setor — afirmou à Reuters o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha, referindo-se ao avanço de 0,7% frente a junho.

 

Já a receita nominal cresceu 1,2% em relação a junho. Na comparação com julho do ano passado, a alta foi mais modesta, de 0,3%. O crescimento da receita acumulado no ano ficou em 0,2% e, em 12 meses, em 0,1%.

 

Frente a junho, o IBGE registrou avanço em serviços prestados às famílias (3,2%); outros serviços (1,9%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,3%). Os serviços de informação e comunicação não variaram (0,0%), enquanto a atividade de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio recuou (-0,3%). A item atividades turísticas cresceu 0,7%.

 

— No resultado há um efeito da Olimpíada, pois alojamento, alimentação e turismo começaram a se beneficiar do evento. Mas julho foi também mês de férias escolares e houve um incremento do turismo no país — explicou Saldanha à Reuters.

 

Já na comparação entre julho deste ano e de 2015, as contribuições principais contribuições para a taxa mais negativa da série para o mês vieram de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-2,7 pontos percentuais); serviços profissionais, administrativos e complementares (-1 ponto percentual); serviços de informação e comunicação (-0,6 ponto percentual); serviços prestados às famílias e outros serviços (-0,1 ponto percentual para cada).

 

Na análise por região, 19 de 27 unidades da federação registraram resultado negativo no volume de vendas de serviços na passagem de junho para julho. As principais variações negativas foram identificadas em Alagoas (-4,7%), Acre (-3,7%) e Bahia (-3,6%). No Rio de Janeiro, o recuo foi de 1,2%. Já entre os números positivos, os destaque ficaram com Mato Grosso (3,8%), Pernambuco (2,1%) e São Paulo (1,9%).

 

Em relação a julho de 2015, Roraima foi o único local com variação positiva (4,1%). As variações negativas mais intensas foram registradas em Rondônia (-14%), Amazonas (-12,5%) e Amapá (-12,1%). No Rio de Janeiro, o tombo foi de 6,4%. Em São Paulo, foi de 2,2%.

 

O item atividades turísticas registrou variações positivas em Santa Catarina (2%), Goiás (1,6%), São Paulo (1,2%), Rio de Janeiro (1,1%), Bahia (0,5%) e Pernambuco (0,3%) na comparação entre junho e julho. Rio Grande do Sul (-3,0%), Paraná (-1,9%), Ceará (-1,8%), Minas Gerais (-1,6%), Espírito Santo (-1,4%) e Distrito Federal (-0,8%) registraram desempenho negativo.

 

Em relação a julho do ano passado, Goiás (5,4%), São Paulo (4,9%) e Pernambuco (4,1%) ficaram no azul. Os dados negativos foram observados pelo IBGE em Minas Gerais (-9,5%), Bahia (-7,5%), Ceará (-4,9%), Santa Catarina (-4,2%), Espírito Santo (-3,1%), Rio Grande do Sul (-2,4%), Paraná (-2,3%), Rio de Janeiro (-2,0%) e Distrito Federal (-1,9%).

 

O setor de serviços é um dos mais importantes na composição do Produto Interno Bruto (PIB), respondendo por cerca de 60% do chamado lado da oferta — formado também por indústria e agropecuária. Primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, a PMS inclui as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores de saúde, educação, administração pública e aluguel imputado — o valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram.

 

Em 2015, o volume do setor de serviços encolheu 3,6%, o pior resultado da série histórica iniciada em 2012 e o primeiro a ficar no terreno negativo.
 
 
 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Recrutadores contam como avaliam os currículos recebidos


Dicas ajudam a fugir de erros clássicos que desvalorizam a apresentação dos candidatos

 

Já parou para pensar em como os recrutadores leem os currículos? Ter uma boa compreensão desta situação ajuda bastante na produção do material. Cuidar bem da forma e do conteúdo é fundamental para garantir a visibilidade deste, que pode ser o passaporte de entrada em uma vaga de emprego.

 

Pensando exatamente nisso, o aconselhador de carreira Rodrigo Ferraz, que dirige a empresa de consultoria empresarial Up Beat, escreveu um artigo sobre o tema. Segundo ele, como os processos seletivos estão mais lentos e com um contingente muito maior de candidatos, os recrutadores estão buscando cada vez mais objetividade durante a análise dos candidatos.

 

— Muitos cuidados na hora de elaborar um currículo ainda são vistos pelas pessoas como diferenciais, quando, na verdade, deveriam ser encarados como obrigação — afirma ele. — É o caso de descrever mais detalhadamente as experiências. É muito comum as pessoas apenas nomearem suas atribuições nas empresas. Mas queremos saber, na verdade, quais foram seus pontos fortes nessa atuação. A gente sabe, por exemplo, o que um gerente de marketing faz. O que importa, para nós, é conhecer qual ação o candidato tomou em relação a determinada marca e o que isso proporcionou.

 

A apresentação visual também deve ser uma preocupação. De acordo com Ferraz, quanto mais limpa for a aparência do documento, mais chances tem de atrair o olhar do recrutador.

 

— Tem gente que faz uma verdadeira colcha de retalhos, com informações truncadas e mistura de fontes — comenta.

 

VENDER O PEIXE

 

A coordenadora e professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas, Anna Cherubina Scofano, mostra uma visão prática sobre como os currículos devem ser pensados:

 

— O candidato tem que se colocar no lugar de um produto e pensar que, para que alguém queira compará-lo, precisa ser vendável. Ou seja, tem que mostrar seus benefícios.

 

Os selecionadores, como ela diz, também querem coerência. Eles analisam como a formação profissional e as experiências do candidato têm a ver com a vaga aberta.

 

— Não adianta ficar enchendo o currículo com experiências repetitivas e desconexas — recomenda Anna. — Então, a cada palavra escrita, a pessoa tem que se questionar se realmente tem algo a agregar.

 

Outro aspecto muito observado é o modelo utilizado. No passado, era comum esses documentos serem redigidos com informações como números de CPF e Identidade. Atualmente, isso caiu em total desuso. Nome, idade, contatos, endereço e estado civil estão de bom tamanho.

 

— Se a pessoa insiste nisso, acaba passando uma imagem de que está desatualizada — afirma Anna.

 

Monitora de Recursos Humanos do grupo de consultoria Insigne, Mariana de Assis está acostumada a avaliar currículos com olhar clínico. A cada processo aberto pela empresa, ela recebe cerca de 200 exemplares.

 

— A primeira coisa que vejo é se realmente está de acordo com a vaga, analisando o objetivo da pessoa e as funções que já exerceu. Ainda é muito comum profissionais de outras áreas mandarem seus dados para qualquer processo aberto, achando que terão alguma chance — comenta.

 

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Depois dessa peneira, ela imprime os exemplares adequados e parte para a avaliação das experiências descritas e a formação. Ela também dá uma atenção especial para o local onde os candidatos residem. Quem está mais próximo à empresa soma pontos.

 

Já Ana Paula Montanha, sócia da Jobplex no Brasil, empresa especializada em recrutamento e seleção de executivos de alto escalão, conta que a primeira coisa que observa é a formação. Ela explica:

 

— Isso mostra o quanto a pessoa se dedicou à carreira e como ela se esforçou para se aprimorar. Para ser dedicado, o profissional precisa de gostar do que faz, e a quantidade de cursos e especializações dentro de sua área são indicadores disso.

 

E isso, segundo ela, não significa que tais informações devem ser as primeiras listadas. Ela espera apenas que estejam bem escritas.

 

— Os brasileiro têm mania de se apegar à ideia de que lemos apenas a primeira página. A preocupação não tem que ser essa. Tem que ser com o conteúdo — observa Ana Paula.

 

Jamais esquecer-se de que a mentira tem perna curta é outro mandamento. Ana Paula conta que muita gente insiste em inflar a carreira, e acaba se queimando para sempre na empresa.

 

— Certa vez, um executivo disse que havia se formado numa faculdade e, quando pedimos o comprovante, ele confessou que ainda não tinha terminado o curso — recorda-se.

 

EXIGÊNCIA TAMBÉM PARA INICIANTES

 

Jovens que estão inciando a vida profissional também devem ser criteriosos ao produzir um currículo. A assessora técnica de recrutamento e seleção da Fundação Mudes, Ana Paula Furlan, afirma que não é por estarem começando a carreira que a exigência vai ser menor.

 

Especializada em estágio e trainee, a fundação recebe cerca de 200 currículos por dia, dos quais, pelo menos, 30% têm alguma falha, de acordo com Ana Paula.

 

— Eles costumam se esquecer de informações essenciais, como telefone, bairro e estado civil — nota a assessora. — É muito comum listarem apenas um telefone residencial que nunca é atendido ou escrever algo com grafia errada, como nome de softwares que dizem dominar.

 

Obviamente, como essas pessoas estão no início da carreira, também é normal se sentirem inseguras por terem poucas experiências a serem listadas. Mas mentir ou citar atividades que não conversam com a vaga só vai atrapalhar.

 

— O ideal é que o estudante aproveite isso para pensar na carreira. É o momento de buscar cursos, trabalhos voluntários e até palestras que possam ser citadas — indica ela.

 

Para o superintendente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola no Rio, Paulo Pimenta, também é importante fugir do modelo-padrão:

 

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— O material deve ser adequado à cada empresa. O estudante precisa conhecer o perfil da companhia e priorizar as experiências que interessem ao recrutador.

 

Outro aspecto interessante para o candidato, segundo Pimenta, é mostrar um pouco da sua personalidade por meio de algumas atividades.

 

— É o caso daqueles que fazem algum trabalho voluntário ou ação cultural — ilustra ele, ressaltando que isso deve ser feito com parcimônia. — Não adianta ficar enchendo de penduricalhos, porque vira excesso.