quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Remédio Emagrecedor Alternativo

Após o veto à venda de inibidores de apetite do grupo das anfetaminas e derivados (femproporex, mazindol e anfepramona), a partir de dezembro de 2011, médicos e pacientes podem ter migrado para alternativas "off-label" --remédios usados para fins diferentes daquele para o qual foram aprovados.


Entidades criticam retirada de emagrecedores do mercado

É o que indica um levantamento do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo), com dados da consultoria IMS Health, que mediu a venda de três drogas usadas como alternativa para perda de peso.

O Victoza (para o tratamento da diabetes tipo 2) teve o maior percentual de aumento entre os três. Saltou de 7.800 caixas vendidas em agosto de 2011 para 35,3 mil em setembro -mês em que, em meio às promessas da Anvisa de retirar os inibidores do mercado, a revista "Veja" abordou o emprego do Victoza para a redução do peso.

Em dezembro, quando os inibidores saíram de vez do mercado, 58,5 mil caixas de Victoza foram vendidas.

Como comparação, diz o Sindusfarma, o mercado cresceu cerca de 9% em número de unidades de janeiro a setembro de 2012.

Para o sindicato, é possível fazer a relação da explosão nas vendas do Victoza com o veto aos inibidores.

"Quando você diminui o arsenal terapêutico, os médicos procuram se utilizar de outros, mesmo que indicações 'off-label' ", afirma Nelson Mussolini, do Sindusfarma. Por não acompanhar as prescrições, a entidade evitou, porém, fazer a relação direta do aumento dos outros remédios com o veto da Anvisa aos inibidores.

Já Alfredo Halpern, professor de endocrinologia da USP, diz não ter dúvidas de que o crescimento das vendas tem a ver com a proibição. "O topiramato está aí há anos, a bupropiona também. O que aconteceu, por causo houve um surto de depressão? E a venda desses remédios tende a aumentar ainda mais, a não ser que venham outros."

Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), concorda. "Ficamos órfãos e estamos usando 'pais substitutos'."

A retirada dos inibidores foi criticada em audiência pública ontem na Câmara. Para especialistas e deputados, o veto aumentou contrabando, uso "off-label" e teve impacto no aumento de peso e das cirurgias bariátricas.

A Anvisa disse saber que existe o uso "off-label", mas afirmou não ter avaliado aumento dessas prescrições.

Um comentário:

  1. Que fique bem claro que não é com remédios que se obtem a saúde muito menos a perda de peso de que uma dieta equilibrada pode oferecer. As drogas apenas criam uma ilusão de perda de peso temporária para o paciente e o mesmo acredita, se iludindo e estimulando o mercado farmacêutico a produzir mais. O que está por detrás de todo esse consumismo exagerado é a indústria farmacêutica, que lucra cada vez mais com falsas promesas de um remédio que prejudica a sua saúde e não cumpre aquilo que foi prometido. Ou seja: a alimentação é o ponto-chave de uma vida equilibrada e saudável.

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