quinta-feira, 24 de março de 2016

Piora das contas públicas e exterior fazem dólar subir a R$ 3,69


 

 

A maior aversão ao risco em escala global e o temor de piora nas contas públicas pressionam os negócios no mercado de câmbio e na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta-feira. A moeda americana opera cotada a R$ 3,692 na compra e a R$ 3,694 na venda, alta de 0,43% ante o real — na máxima, a divisa chegou a R$ 3,723. Já o índice Ibovespa cai 0,54%, aos 49.420 pontos, puxado pelo desempenho negativo das ações da Petrobras e dos bancos.

Do ponto de vista externo, contribui para essa valorização do dólar a expectativa de uma nova alta nos juros americanos no curto prazo, de acordo com sinalização de integrantes do Federal Reserve (Fed, bc americano). O petróleo também opera em terreno negativo. O recuo no preço do óleo tende a pressionar a moeda de países produtores.

No exterior, a moeda americana está em alta. O Dollar Spot Index, calculado pela Bloomberg, registra leve avanço de 0,08%.

Internamente, os investidores receberam de forma negativa a piora da expectativa do resultado das contas públicas. O Ministério da Fazenda anunciou na quarta-feira, após o fechamento dos mercados, que o déficit primário deve ficar equivalente a 1,55% do PIB, ou R$ 96,65 bilhões. A atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, com a oferta de contratos de "swap cambial reverso", que possuem o efeito de uma compra de moeda no mercado futuro, também influenciam os negócios.

— Isso pesa no mercado. A partir do momento que ele assume um déficit dessa magnitude, o governo deixa claro que não está fazendo esforço nenhum para resolver seu principal problema — afirmou João Pedro Brugger, da Leme Investimento. — Além disso, o cenário político deve continuar dando o tom, pois a semana que vem é decisiva. Tem a convenção do PMDB e a continuidade dos trabalhos da comissão de impeachment.

Do ponto de vista político, os investidores estão de olho nos desdobramentos da operação Lava Jato, nas negociações do governo para tentar manter o PMDB como aliado e nas discussões em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A divulgação, na quarta-feira de uma lista com o nome de mais de 200 políticos que podem ter recebido doações da Odebrecht contribuiu para a piora do humor, embora não esteja claro se as operações são ilegais ou não. "Com base nesse contexto no reforço pelo Banco Central brasileiro no esquema de leilões, o dólar deve apresentar nova sessão de alta", avaliou, em relatório a clientes, Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.

Resultado de imagem para dolar



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário