A
Pfizer Inc e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech SE fecharam um acordo de
US$ 1,95 bilhão (R$ 9,9 bilhões) do governo dos Estados Unidos para produzir e
entregar 100 milhões de doses da vacina BNT162 candidata contra a Covid-19. O
anúncio foi feito pelas empresas nesta quarta-feira. A fórmula recebeu ontem
autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser
testada no Brasil.
O
acordo ainda permite ao governo norte-americano obter 500 milhões de doses
adicionais, totalizando 600 milhões de doses, anunciaram o Departamento de
Saúde e Serviços Humanos e o Departamento da Defesa. Na última segunda-feira, a
Pfizer e a BioNTech também fecharam um acordo com o Reino Unido assegurando a
entrega de 30 milhões de doses para o país europeu.
Em
ambos os casos, a entrega e o pagamento serão condicionais: os EUA, por
exemplo, só pagarão pelas vacinas caso elas se demonstrem eficazes e sejam autorizadas
pela Food and Drug Administration (FDA), equivalente à Anvisa no Brasil. Os
acordos com os governos americano e britânico superam a capacidade total de
produção prevista para 2020, de 100 milhões de doses.
Isso
significa que, mesmo se a vacina tiver sua eficácia comprovada antes do fim do
ano — hipótese encarada com ceticismo e cautela por parte de especialistas — e
sua utilização aprovada pelas reguladoras dos dois países, a meta só deve ser
completada em 2021. O governo dos EUA e as duas companhias informaram que as
vacinas serão fornecidas gratuitamente à população americana mediante a
aprovação da FDA.
Negociações
em aberto
Além
disso, as duas empresas anunciaram hoje que há negociações similares em aberto
com outros governos. O acordo se diferencia dos últimos investimentos da Casa
Branca na chamada Operation Warp Speed, ou "Operação Dobra Espacial",
um programa conjunto do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e do
Departamento da Defesa americano para acelerar o desenvolvimento de vacinas,
tratamentos e diagnósticos de coronavírus. É o valor mais alto do programa até
o momento.
Antes,
o governo de Donald Trump gastou bilhões de dólares no desenvolvimento e na
aquisição de uma vacina em potencial de diferentes companhias como a Moderna, a
AstraZeneca e a Johnson & Johnson. Agora, Pfizer e Biontech dependem da
garantia de imunização contra o coronavírus Sars-CoV-2 para receberem o
dinheiro. As empresas disseram que acreditam estar prontas para receber algum
tipo de aprovação regulatória já em outubro, se os estudos em andamento tiverem
sucesso.
A
candidata a vacina da Pfizer e da BioNTech está entre as que serão submetidas a
um teste de larga escala. A vacina se mostrou promissora em pequenos estudos de
estágio inicial com humanos. Atualmente, Pfizer e BioNTech esperam ampliar a
produção global de vacinas para 1,3 bilhão de doses até o final de 2021,
dependendo da seleção final da dose de seu teste clínico. Como os ensaios
clínicos envolvem a aplicação de uma dose dupla, a primeira parcela poderá
imunizar 50 milhões de americanos, podendo chegar a 300 milhões de pessoas caso
os EUA adquiram todo o valor previsto no contrato.
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