quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Casamento dentro da mesma Etnia

Dados inéditos do Censo do IBGE de 2010 mostram que os brasileiros buscam seu "par perfeito" em seus próprios grupos étnicos e entre pessoas com o mesmo nível de instrução, o que revela a tendência do casamento "entre iguais".


O exemplo mais evidente desse movimento é que 75,2% dos homens e 73,7% das mulheres brancas casavam-se com pessoas da mesma raça. Os percentuais consideram todos os tipos de união, como casamentos no civil, religioso ou uniões consensuais.

Na divisão por cor, os dados revelaram que as mulheres pretas casavam-se mais com homens brancos (25,5% das uniões desse grupo) do que com pardos (22,9%).

Entre aqueles que se declararam pardos, por seu turno, 69% de homens e 68,1% das mulheres tinham como parceiros pessoas com a mesma cor da pele.

Segundo o IBGE, a mesma tendência de união entre "iguais" se repetia por grupos de escolaridade. Pelos dados do Censo 2010, 47% dos homens e 51,2% das mulheres com curso superior uniam-se a pessoas com o mesmo grau de escolaridade.

Na faixa mais baixa de instrução (até o fundamental incompleto), esses percentuais eram ainda mais altos no Censo de 2010: 82,9% para homens e 85,3% para mulheres.

Segundo Leonardo Queiroz Athias, técnico do IBGE, o "fator determinante" que junta pessoas com características semelhantes é o nível de rendimento. Tal "condicionante", diz, explica maiores uniões entre brancos e pessoas com curso superior --grupos de mais alto rendimento.

No caso dos pretos (grupo que corresponde a apenas cerca de 10% da população), o fato do menor contingente dificulta a escolha de pessoas no mesmo grupo para se relacionar e casar.

CASAMENTO INTERRACIAL

A partir dos dados do IBGE, não é possível notar uma sinalização clara de aumento dos casamentos interraciais no Brasil. O total de homens brancos que se casavam com mulheres pardas (os dois grupos mais numerosos) subiu de 17,4% em 2000 para 20,4% em 2010. No mesmo período, o contingente mulheres brancas com homens pardos também aumento, mais num ritmo menor _de 20,1% para 21,1%.

Por outro lado, caiu de 32% em 2000 para 27,3% em 2012 o total de homens casados com mulheres pardas. Já as uniões entre mulheres pardas com homens brancos recuaram 26,1% para 24,4%.

O que podemos aprender com Israel

Há algo que me intriga há algum tempo: o que leva um país com apenas 7,9 milhões de habitantes (o Paraná tem 10,4 milhões), um território minúsculo (menor que o estado de Sergipe), terras ruins, sem recursos naturais, com apenas 64 anos de existência, e em constantes conflitos militares... a ser um dos maiores centros de inovação do mundo; ter 63 empresas de tecnologia listadas na bolsa Nasdaq (mais que Europa, Japão, China e Índia somados), ter registrado 7.652 patentes no exterior entre 2002 e 2005, e ter ganho 31% dos prêmios Nobel de Medicina e 27% dos Nobel de Física?

Em resumo: o que explica o extraordinário desenvolvimento econômico e tecnológico de Israel? Pela lista de carências e problemas citados no parágrafo anterior, Israel tinha tudo para ser apenas mais um país atrasado e miserável. Mas, além de não ser, o país transformou-se em um caso único de inovação,

tecnologia e desenvolvimento. Muitas das maravilhas que usamos hoje vêm de lá. O pen-drive, a memória flash de computador e muitos medicamentos que salvam vidas estão na lista de patentes de Israel.

Qualquer explicação rápida é leviana. Muitos dirão que é o dinheiro dos norte-americanos e dos judeus espalhados pelo mundo que faz o sucesso de Israel. Não é. Primeiro, porque nenhuma montanha de dinheiro transforma uma nação de atrasados e ignorantes em gênios da inovação e ganhadores de prêmios Nobel.

Segundo, grande parte do dinheiro recebido por Israel foi gasta em defesa e conflitos militares. Terceiro, o apadrinhamento militar de Israel nos primeiros anos de sua fundação não foi dado pelos Estados Unidos, mas pela França, cujo apoio cessou somente em 1967, após a Guerra dos Seis Dias.

Nos artigos e livros que pesquisei, não há explicação simplista para o sucesso de Israel. Pelo espaço limitado deste artigo, destaco apenas quatro pontos:

Em primeiro lugar, a história e a cultura. A religião judaica dá ênfase à leitura e à aprendizagem, mais que aos ritos. A perseguição aos judeus e a proibição, durante a Idade Média, de possuírem terras os levou a estudar e se tornarem médicos, banqueiros ou outras profissões que pudessem ser exercidas em qualquer lugar.

Depois vem o apreço pela tecnologia e pela inovação. Israel gasta 4,5% de seu produto bruto em pesquisa e desenvolvimento, contra 2,61% dos Estados Unidos e 1,2% do Brasil. Na ausência de recursos naturais e premido pela necessidade, Israel entrou de cabeça numa cultura de pesquisar, descobrir e inovar.

Em terceiro lugar, a estrutura educacional. A crença de que a única saída para o desenvolvimento – mais que os recursos naturais – é a educação de qualidade está na raiz da cultura de Israel. Do ensino básico até a universidade, Israel desfruta de uma educação de nível e acessível a todos. Se você pensa encontrar um judeu analfabeto, desista. É uma questão cultural: para eles, povo e governo, a educação é o bem maior.

E, por fim, o respeito pelo empreendedor e pelo fracasso. Em Israel, valoriza-se muito aquele que se dispõe a inventar, inovar ou empreender. Quem tenta e fracassa é respeitado e apoiado, pois eles acreditam que a falência é um aprendizado e a chance de acertar da próxima vez aumenta. Isso leva a uma ausência de medo do fracasso e é um elemento-chave da cultura da inovação. No Brasil, o desgraçado que falir uma microempresa nunca mais consegue uma certidão negativa e jamais volta a ser empreendedor.

Não se consegue transpor a cultura de um país para outro, mas há muito que aprender com Israel.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Aluno do Santo Inácio vai a Israel




Um concurso inédito promovido em parceria entre o colégios Liessin e Santo Inácio vai levar um aluno do Ensino Médio da escola católica à Marcha da Vida, uma viagem à Polônia e Israel.

No próximo dia 11, haverá uma aula sobre Holocausto e Israel para os alunos do Santo Inácio se interarem sobre o assunto e poderem fazer, no dia 25, uma prova sobre os conhecimentos adquiridos.

Comenta esta materia, Gilson Birman, conforme vemos em seu blog, www.gilsonbirman.blogspot.com.br

Quem obtiver melhor desempenho, viajará em companhia de 80 alunos do Ensino Médio do Liessin. Desde 2007, mais de 500 alunos do colégio judaico participaram da Marcha, viagem que passa pela Polônia e Israel e que tem por objetivo levar jovens a conhecer e refletir sobre o Holocausto, a Segunda Guerra Mundial, promovendo a coexistência entre grupos católicos e judeus.


A parceria entre as duas escolas já acontece há seis anos, sempre com a promoção de encontros entre os alunos de ambas as instituições. A ideia é realizar um diálogo interreligioso, ampliando a tolerância entre as diferentes culturas

Direito e Dignidade.



Quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila.

- Qual o seu nome?

- Juan, senhor.

- Saia de minha aula. Não quero que volte nunca mais! gritou o professor.

Desconcertado, Juan recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos indignados, mas ninguém falou nada. Em seguida, o professor perguntou à classe:

- Para que servem as leis?

Assustados, começamos a responder.

- Para que haja uma ordem em nossa sociedade, disse alguém.

- Não! respondeu o professor.

- Para cumpri-las.

- Não!

- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

- Não! Será que ninguém sabe responder?

- Para que haja justiça, falou timidamente uma garota.

- Até que enfim! É isso: Para que haja justiça. E continuou: Para que serve a justiça?

Mesmo incomodados pelo comportamento grosseiro do professor, respondemos:

- Para salvaguardar os direitos humanos.

- Bem, o que mais?

- Para mostrar a diferença entre o certo e o errado. Para premiar a quem faz o bem.

- Não está mal, comentou o professor. Agora, respondam: Agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?

Todos ficamos calados.

- Quero que todos respondam ao mesmo tempo!

- Não!

- Poderiam dizer que cometi uma injustiça?

- Sim!

- E por que ninguém fez nada? Para que servem as leis se não nos dispomos a colocá-las em prática? Todos temos de reclamar quando presenciamos uma injustiça.

- Vá buscar o Juan, pediu para mim.

Naquele dia recebemos a lição mais importante do curso de Direito:
Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Prêmio Nobel de Economia de 2012

Os economistas americanos Alvin Roth e Lloyd Shapley conquistaram nesta segunda-feira o Prêmio Nobel de Economia de 2012 por pesquisas independentes que mostram como unir diferentes agentes econômicos, como estudantes e escolas ou doadores de órgãos e pacientes, proporcionando benefícios mútuos.
Os dois pesquisadores trabalharam de forma independente, mas a Academia observou que “a combinação da teoria básica de Shapley e as investigações empíricas, os experimentos e o formato prático do trabalho de Roth deram origem a um campo de pesquisa fértil que melhorou o desempenho de muitos mercados.”
A comissão do Nobel afirmou que Shapley utilizou a Teoria dos Jogos — que analisa a tomada racional de decisões — para estudar e comparar vários métodos de combinação e descobrir como se certificar de que essas combinações são aceitáveis ​​para todos os envolvidos.
Shapley é um matemático e economista há muito tempo associado à Teoria dos Jogos. São dele algumas das primeiras contribuições teóricas para pesquisas de modelação de mercado, ainda nos anos de 1950 e 1960. Seu trabalho se dedicou a entender por que, em pleno livre mercado, às vezes é difícil para as pessoas chegar a um acordo sobre as combinações adequadas.
Em um artigo escrito em 1962 com o pesquisador David Gale, Shapley debruçou-se sobre o quebra-cabeça do casamento: ele tentou explicar como os casais se formam de uma forma justa e estável, de modo que ninguém que já é casado queira se separar para se relacionar com alguém já casado.
Roth deu prosseguimento aos resultados encontrados por Shapley em uma série de estudos empíricos. Com eles, o economista ajudou a remodelar o funcionamento de instituições que vão de hospitais a escolas — permitindo, por exemplo, que novos médicos se combinassem com os hospitais disponíveis e que pacientes encontrassem doadores de órgãos.
Um projeto recente baseado no trabalho de Roth combina doadores de rim e pacientes que precisam do órgão. Sistemas de escola pública em Nova York, Boston, Chicago e Denver, entre outras cidades, utilizam algoritmo baseado em seu trabalho que ajuda a alocar alunos pela rede escolar.
“O prêmio deste ano está sendo concedido a um excelente exemplo de engenharia econômica”, acrescentou a comissão.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Encontrado Júlio César


O cinema, o teatro e as artes plásticas contaram inúmeras vezes a história do assassinato de Júlio César, o nobre e militar romano que governou Roma no século I a.C. Vinte séculos depois, uma equipe do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), liderado pelo historiador Antonio Monterroso, encontrou o lugar exato onde o general foi apunhalado e morto no dia 15 de março de 44 a.C por um grupo de senadores que conspiraram contra ele.

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O local deste momento histórico está justamente no fundo do centro da Cúria do Teatro de Pompeu, em Roma, onde os senadores costumavam se reunir. Júlio César morreu sentado em uma cadeira durante uma reunião do Senado. Depois de seu assassinato, Marco Antônio, Lépido e Otávio Augusto passaram a governar e Roma foi tomada por guerras civis.
- Encontramos uma laje de concreto de três metros de largura por dois de altura, uma estrutura que mostrava o lugar onde Júlio César estava sentado naquela reunião - disse Monterroso, que desde 2002 investiga o local do assassinato. - Essa estrutura não é original da construção, que é de 55 a.C, só foi colocado por volta de 20 a.C, por ordem de Augusto, seu filho adotivo e sucessor, para fechar a zona e condenar o assassinato de seu pai.

Os restos do Teatro do Pompeu estão atualmente na área arqueológica da Torre Argentina, em pleno centro histórico de Roma. Pelas fontes clássicas se sabia que o local da morte foi fechado e se transformou em um memorial para Júlio César.

- O que não sabíamos é que este fechamento supôs também que o edifício deixou de ser completamente acessível - disse o historiador, explicando que os restos foram encontrados na época de Mussolini, em 1929.

Na Torre Argentina, assim como na Cúria do Pompeu, há outros restos. Os dois edifícios compõem um complexo monumental de 54 mil metros quadrados que Pompeu Magno, um dos maiores militares da história de Roma, construiu na capital para comemorar seus triunfos no Oriente no ano 55 a.C.



Remédio Emagrecedor Alternativo

Após o veto à venda de inibidores de apetite do grupo das anfetaminas e derivados (femproporex, mazindol e anfepramona), a partir de dezembro de 2011, médicos e pacientes podem ter migrado para alternativas "off-label" --remédios usados para fins diferentes daquele para o qual foram aprovados.


Entidades criticam retirada de emagrecedores do mercado

É o que indica um levantamento do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo), com dados da consultoria IMS Health, que mediu a venda de três drogas usadas como alternativa para perda de peso.

O Victoza (para o tratamento da diabetes tipo 2) teve o maior percentual de aumento entre os três. Saltou de 7.800 caixas vendidas em agosto de 2011 para 35,3 mil em setembro -mês em que, em meio às promessas da Anvisa de retirar os inibidores do mercado, a revista "Veja" abordou o emprego do Victoza para a redução do peso.

Em dezembro, quando os inibidores saíram de vez do mercado, 58,5 mil caixas de Victoza foram vendidas.

Como comparação, diz o Sindusfarma, o mercado cresceu cerca de 9% em número de unidades de janeiro a setembro de 2012.

Para o sindicato, é possível fazer a relação da explosão nas vendas do Victoza com o veto aos inibidores.

"Quando você diminui o arsenal terapêutico, os médicos procuram se utilizar de outros, mesmo que indicações 'off-label' ", afirma Nelson Mussolini, do Sindusfarma. Por não acompanhar as prescrições, a entidade evitou, porém, fazer a relação direta do aumento dos outros remédios com o veto da Anvisa aos inibidores.

Já Alfredo Halpern, professor de endocrinologia da USP, diz não ter dúvidas de que o crescimento das vendas tem a ver com a proibição. "O topiramato está aí há anos, a bupropiona também. O que aconteceu, por causo houve um surto de depressão? E a venda desses remédios tende a aumentar ainda mais, a não ser que venham outros."

Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), concorda. "Ficamos órfãos e estamos usando 'pais substitutos'."

A retirada dos inibidores foi criticada em audiência pública ontem na Câmara. Para especialistas e deputados, o veto aumentou contrabando, uso "off-label" e teve impacto no aumento de peso e das cirurgias bariátricas.

A Anvisa disse saber que existe o uso "off-label", mas afirmou não ter avaliado aumento dessas prescrições.