sexta-feira, 3 de junho de 2016

Ponte Preta 1 x 2 Flamengo - Melhores Momentos - Campeonato Brasileiro 2016

Dilma knew about Pasadena


Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a presidente afastada Dilma Rousseff não só tinha conhecimento de todos os detalhes sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, como também deveria saber que políticos do PT recebiam propina da Petrobras. O relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, tornou a delação pública nesta quinta-feira. Os depoimentos estavam guardados até ontem em caráter sigiloso e abastecem vários inquéritos que tramitam no tribunal sobre a Lava-Jato. O acordo de delação prevê que Cerveró deixe a prisão no próximo dia 24 e devolva mais de R$ 18,37 milhões aos cofres públicos.

“Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a Refinaria de Pasadena”, disse o depoente. A delação também atesta “que Dilma Rousseff acompanhava de perto os assuntos referentes à Petrobras; que Dilma Rousseff, inclusive, tinha uma sala na sede da Petrobras no Rio de Janeiro; que Dilma Rousseff frequentava constantemente a Petrobras, usando essa sala, no Rio de Janeiro; Que Dilma Rousseff conhecia com detalhes os negócios da Petrobras”, diz o depoimento, prestado em 7 de dezembro de 2015.

No entanto, Cerveró pondera que não teve conhecimento de nenhum pedido de propina feito por Dilma. “Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras; que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores. Que o declarante não tem conhecimento de que Dilma Rousseff tenha solicitado, na Petrobras, recursos para ela, para políticos ou para o Partido dos Trabalhadores”, diz a delação.

No depoimento, Cerveró diz que entre março de 2005 e março de 2006 o projeto de aquisição da refinaria passou pela análise das áreas técnicas da Petrobras até ser aprovado pelo Conselho de Administração, que era presidido por Dilma – que, na época, também era ministra de Minas e Energia. O depoente contou que o processo de aprovação foi feito às pressas, de forma pouco usual.

Cerveró também disse ao Ministério Público Federal “que não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas”, referindo-se às condições da compra da refinaria. O ex-diretor ponderou que não sabe de nenhuma irregularidade no processo de aquisição de Pasadena. Em julho de 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que a compra da refinaria de Pasadena causou um prejuízo de US$ 792,3 milhões à Petrobras. Cerveró discorda da avaliação do tribunal.

O depoente também afirmou que recebeu propina no valor de US$ 1,5 milhão. Parte desse dinheiro teria sido repassada ao ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). A delação também conta que Delcídio pressionou Cerveró o outro ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, para receber propina para financiar sua campanha para o governo de Mato Grosso do Sul. Em troca da participação em obras de Pasadena, a UTC teria concordado em repassar R$ 4 milhões a Delcídio. O depoente supõe que Dilma sabia disso.

“Que Delcídio do Amaral conversava diariamente com Dilma Rousseff, porque estava em campanha para o governo do estado do Mato Grosso do Sul, que isso faz o declarante crer que Dilma Rousseff sabia do adiantamento de propina a Delcídio do Amaral pela UTC”, diz o depoimento.

Pelo acordo de delação premiada, Cerveró terá de devolver R$ 18,37 milhões à estatal e à União. Ele também entregará 10.266 ações da Petrobras em seu nome. Do dinheiro que vai ser transferido, apenas uma parte - R$ 11,425 milhões - é em moeda nacional. O restante é composto por 495.794 dólares e 1 milhão de libras. Em relação a R$ 4,6 milhões, Cerveró poderá escolher devolver o dinheiro ou, alternativamente, imóveis que possui no Rio de Janeiro, Teresópolis e e Petrópolis.

Também como parte do acordo, Cerveró ficará um ano e meio, a partir de 24 de junho deste ano, em regime domiciliar fechado diferenciado. Isso significa que ele não poderá sair da sua casa no distrito de Itaipava, em Petrópolis (RJ). A partir de 24 de dezembro de 2017, ele ficará um ano em regime domiciliar semiaberto diferenciado, ou seja, podendo sair de casa em dias úteis entre as 10h e 20h para trabalhar. Finalmente, a partir de 24 de dezembro de 2018, cumprirá regime aberto diferenciado: terá que ficar em casa entre as 22h e 6h, sendo dispensado o monitoramento eletrônico.
 
 




Brazil's Economy. Nowhere to go but up


 

WITH bearded baristas and furniture cobbled together from wooden crates, Curto Café in Rio de Janeiro is a typical outpost of Brazil’s nascent hipster scene. Aficionados of its organic coffee do not pay set prices; instead they pay what they think reasonable—or what they can afford. This, says Gabriel Magalhães, one of Curto’s founders, is less and less. Like other Brazilians, cariocas (as Rio residents are known) are pinching their pennies.

 

Brazil is suffering its worst recession since the 1930s, perhaps of all time. On June 1st the government reported that GDP contracted by 0.3% in real terms in the first quarter of this year; it is 5.4% smaller than it was a year earlier (see chart). Over that period GDP per person dropped by more than it did during the hyperinflationary “lost decade” from 1981 to 1992, notes Alberto Ramos of Goldman Sachs, an investment bank. Over two years the number of jobless Brazilians rose from 7m to 11m. It is a “downright depression”, says Mr Ramos.

The task of pulling Brazil out of this morass falls to Michel Temer, who took over as interim president after the Senate voted in May to try President Dilma Rousseff on impeachment charges. Politically, his government has had a rough start. Two of the ministers in his all-white, all-male cabinet, including the one in charge of fighting corruption, had to step aside after recordings were leaked in which they appeared to criticise prosecutors’ investigation of the massive corruption scandal surrounding Petrobras, the state-controlled oil company. They say they were misinterpreted.

Mr Temer’s economic programme is faring better. His heavyweight team, led by Henrique Meirelles, a former governor of the Central Bank, has proposed the most ambitious overhaul of Brazil’s economic governance in decades. Public spending, including on the unaffordable pension system, is to be slashed, though the government has yet to say just how. Enterprise-crushing regulations are to be lifted, starting in the oil and gas sector. Mr Meirelles says the government will consider reforming Mussolini-era labour laws and the Byzantine tax code. Privatisation, long a taboo, is a possibility for the first time since the 1990s. Such ideas are a radical break from the left-wing interventionism practised by Ms Rousseff’s government, which is largely responsible for the economic mess. They offer hope of a way out of it.

The centrepiece of Mr Temer’s plan is a constitutional amendment to freeze public spending in real terms. Even health and education—which consume more than a quarter of government revenue without providing commensurate benefits—may not be spared. The government is expected to present a draft to Congress within the next two weeks.

The idea is to cure the government of one of its principal vices. Public spending has grown by an annual average of 6% for the past 20 years, much faster than GDP. The central government’s primary fiscal balance (before interest payments) went from a surplus of 2.2% of GDP in 2010 to a deficit of 2.3% in the year to April 2016, the highest level yet. This, and the prospect of deficits stretching far into the future, keeps interest rates high, which further worsens the deficit. The government’s interest bill is a massive 7% of GDP. Brazil’s high taxes thus pay for past profligacy rather than effective government.

The spending cap, if approved by majorities of three-fifths in both houses of Congress, will lead to lower deficits as soon as growth and tax revenues revive. It could help even sooner, says Arthur Carvalho of Morgan Stanley, an investment bank. That is because confidence that Brazil will reduce its debt could lower long-term interest rates, cutting the government’s interest bill. As important, the spending cap will force the government to undertake other reforms, though in the long run it may prove impossible to maintain as the population grows. Currently, the constitution and other legislation protect 90% of spending from cuts, no matter how unproductive it is. If the government is not to breach its self-imposed ceiling, those laws will have to change.

Such prospects are already stirring hopes among unhappy entrepreneurs and investors. Bond yields have fallen from about 17% in January to 13%; the cost of insuring against default is down by a third since December. With more than a third of industrial capacity idle, production could revive quickly if sentiment improves. “In six months we may look back at today as an inflection point,” says Marcelo Carvalho of BNP Paribas, a bank. But only if Mr Temer delivers what he has promised.

 

That “will be tough”, admits Mr Meirelles, the finance minister. He hopes to enact some reforms, including the spending cap, before next year’s budget is submitted to Congress, which must happen by August 31st. With important local elections looming in October, few politicians will be in the mood to vote for less spending on schools and hospitals.

But members of Mr Temer’s team, several of whom left lucrative private-sector jobs to help rescue the economy, dispute that. They think the political and economic crisis has made both voters and congressmen more receptive to proposals for radical change. A billboard put up by the National Confederation of Industry at the airport in Brasília, the national capital, demands: “Pension reform now!”

In theory, Mr Temer can count on 356 votes in the 513-seat lower house of Congress, and 56 in the 81-seat Senate, more than enough to amend the constitution. Unlike Ms Rousseff, who also enjoyed solid nominal majorities in Congress, Mr Temer knows how to charm and cajole his allies. Unencumbered by past commitments, he has more perks and patronage to offer politicians who formerly supported Ms Rousseff.

Despite watching two ministers sink into the quicksand of the Petrobras scandal, Mr Temer has managed to keep his government functioning. That may be in part because Brazilians have low expectations. A handful of other members of his cabinet are under investigation, as is Renan Calheiros, the president of the Senate and a member of Mr Temer’s Party of the Brazilian Democratic Movement, who features in the leaked recordings. But neither Congress nor the voters are demanding the toppling of Mr Temer’s government. The howls of rage from Ms Rousseff and her allies have so far had little effect.

A survey published this week by IMD, a business school, puts Brazil in last place out of 61 countries in the efficiency of its government, behind war-torn Ukraine and, astoundingly, bankrupt and autocratic Venezuela. Brazilians are not expecting moral purity from Mr Temer’s interim government, which will probably continue in office until after elections are held in 2018. But they are hoping for relief from their economic pain. The early signs are that Mr Temer knows how to provide it.

Resultado de imagem para economia brasileira

 

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Mercado imobiliário teve auge e queda.


 

O mercado imobiliário brasileiro viveu a última década de muito dinamismo e passou por duas fases bastante distintas. Primeiro, acompanhando o ciclo econômico do país em alta, experimentou um forte crescimento e registrou o auge da prosperidade. Porém, com a desaceleração da economia brasileira nos anos mais recentes, entrou em uma curva descendente significativa. E, agora, quais as perspectivas para o mercado imobiliário?

Em 2008, a crise imobiliária dos Estados Unidos refletiu de forma negativa em todo o mundo. Foi justamente neste pós-crise que a economia brasileira começou a dar sinais de prosperidade e o mercado imobiliário seguiu a mesma tendência. Afinal de contas, com uma economia fortalecida e estável, há uma melhora na empregabilidade, na renda e na confiança do consumidor com o futuro, características que garantem condições propícias para o investimento em um imóvel.

De acordo com levantamento global feito em 54 países pelo Banco de Compensações Internacionais (BID, na sigla em inglês), instituição que funciona como o banco central dos bancos centrais, a valorização imobiliária no Brasil foi de 121% nos cinco anos seguintes ao período pós-crise de 2008. Entre 2008 e 2011, a valorização anual ficou acima dos 20%.

"Acompanhando a valorização imobiliária também houve a expansão significativa no crédito para aquisição de imóveis. E a alta demanda pressionou também a valorização dos preços dos imóveis", afirma o economista Marcelo Barros.

 

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), houve um incremento de 42% no volume de financiamentos para construção e compra de imóveis em 2011 comparado com 2010, somando R$ 79,9 bilhões. Foram financiadas 493 mil unidades, 17% a mais que o ano anterior. Já o valor dos imóveis subiu 26%, de acordo com o Índice FipeZap.

Como a economia se manteve em uma crescente, com baixo desemprego, crescimento da renda e baixa inadimplência, a liberação do crédito imobiliário continuou em expansão nos anos seguintes. Em 2012, houve mais um incremento nos financiamentos, totalizando R$ 82,8 bilhões, alta de 3,6% sobre 2011. Em 2013, os números bateram recorde, atingindo R$ 109,2 bilhões, 32% a mais do que no ano anterior. Foram financiados 529,8 mil imóveis, alta de 17% ante os 453,2 mil de 2012.

"Porém, a partir de 2013, a economia começou a dar sinais de desaquecimento e começou um novo cenário com uma curva descendente, principalmente em 2015", ressalta Barros. Em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, foram realizadas muitas obras de infraestrutura nas cidades-sede e houve valorização de bairros mais próximos de onde essas melhorias foram feitas. Porém, já se ouvia falar em supervalorização dos preços dos imóveis e na construção se desacelerando para se adequar à demanda.

Neste ano, já não foi registrada tanta alta nos financiamentos, segundo a Abecip. Foram financiadas 538,3 mil unidades, encerrando o ano em estabilidade, com aumento de 1,6% em relação a 2013. Porém, somando todo o período o número representa um crescimento de quase 800% em nove anos até 2014. Em relação aos números, os financiamentos somaram R$ 113 bilhões e o incremento de 5,3% sobre o ano anterior se deu graças ao aumento dos preços.

Em 2015, no entanto, houve um agravamento na situação do mercado imobiliário brasileiro, puxado pelo enfraquecimento na economia nacional, além das incertezas políticas. "Se no primeiro momento, em um ciclo econômico crescente havia crédito imobiliário mais barato e uma demanda em alta, agora houve uma inversão desses fatores, já que os juros estão altos e o crédito mais escasso", revela Eduardo Zylberstajn, coordenador do Índice FipeZap.

 

No ano passado, as taxas de juros para financiamento de imóveis tiveram um aumento por conta da grande retirada da caderneta de poupança e os depósitos mais limitados nesta que é a maior fonte de financiamento imobiliário do país. Soma-se a isso a instabilidade da economia brasileira e do cenário político. "O desemprego e a inflação estavam em alta e é preciso lembrar que o crédito imobiliário é de longo prazo e, com qualquer instabilidade, as pessoas tendem a adiar o projeto da casa própria”, diz Zylberstajn.

Além disso, foram implementadas mudanças nas regras de financiamentos e para os imóveis usados. O limite de financiamento passou de 80% para 50%, obrigando o consumidor a dar uma entrada maior. Segundo dados da Abecip, os financiamentos alcançaram R$ 75,6 bilhões no ano passado, uma queda de 33%. Foram financiadas 342 mil unidades, devido à baixa nas vendas e nos lançamentos.

O resultado final é que, em 2015, o preço dos imóveis no Brasil teve queda real, já que teve valorização de 1,32%, aumento que ficou abaixo da inflação registrada no ano. "As incorporadoras realizaram promoções, ofereceram descontos e tiveram menos lançamentos, já que o mercado estava relativamente parado", explica Barros.

E o que esperar?

A economia brasileira ainda está bastante instável, o que influencia negativamente o mercado imobiliário. "O setor depende de como está o cenário do país e não dá para falar em uma melhora econômica. E o cenário de instabilidade na política também contamina a confiança", reforça o coordenador do Índice FipeZap.

Na linha do tempo é possível conferir o quanto caiu os valores de financiamento no Brasil desde 2008.

Isso significa que a dinâmica econômica é um termômetro de como será o mercado imobiliário. No entanto, de acordo com o economista, o cenário ainda se mostra adverso a curto prazo. "A perspectiva é que haja mais queda no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016", afirma.

No entanto, existem boas expectativas já para o próximo ano. "Se a economia começar a se ajustar e o Governo Federal começar a organizar não só as questões econômicas como também as políticas, a tendência é o mercado imobiliário apresentar uma melhora em 2017 porque uma economia ajustada vai trazer mais confiança no futuro e vamos voltar a ter crédito disponível", conclui Marcelo.
 
 
 
imoveis_mercado_imobiliario (Foto: Shutterstock)

 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Sobram Quartos em Miami

Os hotéis da ensolarada Miami estão sofrendo com a diminuição do turismo brasileiro e com um boom da construção que adicionou milhares de quartos ao mercado.
O custo das diárias está caindo.
Na grande Miami, a receita por quarto disponível – um indicador das tarifas e taxas de ocupação conhecido como “revpar” – caiu todos os meses deste ano, e em abril esse foi o pior dos 25 principais mercados dos EUA, segundo a STR, uma fornecedora de dados sobre o setor hoteleiro.
A Marriott International, que deve se tornar a maior operadora de hotéis do mundo, disse em sua conferência sobre lucros do primeiro trimestre que Miami é uma das suas áreas mais fracas nos EUA.
A cidade, conhecida pelas influências latino-americanas e pela badalada noite de South Beach, está sendo afetada pelo excesso de oferta de hotéis e pela demanda insuficiente.
Um inverno inusitadamente ameno na América do Norte reduziu o número de visitantes, e os brasileiros, uma importante fonte para o turismo, estão recuando porque a moeda de seu país está em queda, e a economia, em recessão.
As incorporadoras imobiliárias que correram em aproveitar o grande interesse de turistas ricos agora enfrentam a perspectiva de uma abundância de quartos, particularmente no segmento de luxo.
— Miami tem sido um mercado muito ativo e agora precisamos tomar fôlego — disse Gregory Rumpel, diretor-gerente da corretora de imóveis comerciais Jones Lang LaSalle.
QUEDAS
O “revpar” de hotéis do mercado de Miami-Hialeah caiu 3,6% em relação ao ano anterior nos três primeiros meses de 2016, em comparação com um aumento de 2,7% nos EUA, segundo a STR. A taxa de ocupação diminuiu 1,9%, e as diárias caíram 1,7%.
Nova York foi a maior fonte de visitantes para Miami no ano passado, com um recorde de 2,1 milhões de pessoas, segundo a Secretaria de Convenções e Visitantes da Grande Miami.
O Brasil foi a segunda, com mais de 747 mil visitantes, e depois vieram Canadá, Colômbia e Chicago.
— O inverno ameno no nordeste nos matou — disse Robert Finvarb, diretor de uma empresa familiar com sede em Miami que incorpora imóveis.
O número de turistas brasileiros também caiu, disse Steven Marin, vice-presidente da Travelers Hotel Group, que compra, incorpora e administra imóveis hoteleiros no sul da Flórida, principalmente perto de aeroportos.
Os turistas do Brasil e, em menor medida, da Venezuela costumavam pedir que suas compras feitas na Amazon fossem enviadas para o hotel antes de chegarem, às vezes quinze ou vinte pacotes por hóspede, disse ele.
FRAQUEZA BRASILEIRA
— Miami está fraca, talvez principalmente por causa da fraqueza do Brasil, um dos grandes mercados fonte para Miami, e em certo grau talvez pelo crescimento da oferta de luxo — disse o CEO da Marriott, Arne Sorenson, na conferência de lucros da Marriott, no dia 28 de abril.
Publicidade
No total, 2.866 quartos de hotel foram abertos na região de Miami em 2015, 62% deles em Miami Beach, segundo a Greater Miami & the Beaches Association. Outros 2.128 quartos serão abertos neste ano, mas apenas 186 deles em Miami Beach.
O mês de maio parece mais forte em termos de turistas em Miami, disse Peggy Benua, gerente do hotel Dream South Beach, famoso pela piscina no último andar e pelo restaurante Naked Taco. Ela disse que a demanda poderia demorar dois ou três anos para acompanhar a oferta nova.

— Miami continua crescendo como destino turístico — disse Peggy. — Neste momento, está havendo certo reajuste.



segunda-feira, 2 de maio de 2016

IOF de 0,38% para 1,1%


Comprar dólar e outras moedas estrangeiras em espécie nos bancos e corretoras terá uma tributação maior. Um decreto presidencial eleva de 0,38% para 1,1% a alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado na aquisição das moedas.

A medida foi publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (2). O aumento, porém, vale somente a partir desta terça-feira (3), informou a Receita Federal.

O coordenador-geral de Tributação do Fisco, Fernando Mombelli, disse, porém, não esperar uma corrida aos bancos nessa segunda-feira (2) – quando a alíquota menor, de 0,38%, ainda está valendo. "Não pensamos dessa forma. As pessoas se estruturam para fazer suas viagens", declarou ele.

Para compras pequenas de moeda, como as feitas por turistas, o peso do imposto não chega a ser proibitivo: ao comprar, hoje, R$ 5 mil em dólares, por exemplo, o brasileiro paga outros R$ 19 em IOF. Com a alta da alíquota, esse valor passa a R$ 50,50.

Minutos após a abertura dos mercados, a alta do dólar frente ao real ganhou força, e a moeda chegou a ser cotada a R$ 3,50.

Segundo o Ministério da Fazenda, a expectativa de aumento anual da arrecadação, com esta medida, é de R$ 2,37 bilhões. Somente em 2016, a previsão de alta das receitas com o aumento do IOF para compra de dólar é de R$ 1,4 bilhão.

Questionado por jornalistas, Fernando Mombelli, da Receita Federal, negou que essa medida tenha por objetivo "compensar" orçamento de gastos com o reajuste do Bolsa Família - anunciado neste domingo (1) pela presidente Dilma Rousseff.

"Essas questões vêm sendo avaliadas há um bom tempo. A arrecadação pode vir a suportar alguns outros gastos, mas não há vinculação específica com o Bolsa Família. Ao fim, vai gerar diminuição do déficit [nas contas públicas neste ano]", declarou ele.

No fim de 2013, o governo anunciou que o IOF incidente nos pagamentos em moeda estrangeira feitas com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos com moeda estrangeira ficaram sujeitos a uma alíquota de 6,38% - que já valia para cartões de crédito desde março de 2011.

A única modalidade que havia permanecido com uma alíquota do IOF reduzida, de 0,38%, havia sido justamente a compra de dólar em espécie - que está sendo elevada para 1,1% a partir desta terça-feira.

Mombelli, da Receita Federal, informou ainda que o aumento do IOF para compra de moeda estrangeira tende a alinhar tributação do IOF, ou a diminuir a diferença de alíquotas, "em relação a outros instrumentos equivalentes nessas operações, que são cartão de crédito, débito, ou pré-pago" - cuja tributação é de 6,38%.

"[A alíquota do IOF para comprar dólar em espécie] não vai para 6,38% porque não é uma questão matemática. Há de se considerar o impacto dessa medida para o mercado de câmbio a vista. E estas outras modalidades [cartão de crédito, pré-pago ou de débito] são muito mais seguras. Há inclusive um seguro embutido nisso", afirmou Mombelli, do Fisco.

No começo deste ano, o governo elevou o Imposto de Renda (IR) sobre remessas ao exterior de zero para 25% para o pagamento de serviços para gastos pessoais, o que encareceu pacotes de turismo comprados em agências de viagens. Posteriormente, no começo de março, baixou a alíquota para 6%. Segue isenta a cobrança para despesas com educação, saúde e fins científicos.

Gastos no exterior em queda
O aumento do IOF para compra de dólar em espécia acontece em um momento de forte queda de gastos de brasileiros no exterior - consequência da recessão na economia brasileira, que eleva o desemprego e diminui a renda dos trabalhadores - e também da alta do dólar, que encarece esses gastos lá fora.

Segundo números do Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 2,97 bilhões no primeiro trimestre deste ano, contra US$ 5,23 bilhão no mesmo período do ano passado. A queda nos gastos foi de 43,2%. De acordo com a instituição, também foi o menor valor para o primeiro trimestre, desde 2009, ou seja, em sete anos.

Outras alterações
O texto publicado no "Diário Oficial da União" também fixa alíquota zero de IOF nas liquidações de operações simultâneas de câmbio para ingresso de recursos no País, originárias da mudança de regime do investidor estrangeiro, de investimento direto para investimento em ações negociáveis em bolsa de valores.

Segundo o Ministério da Fazenda, o decreto presidencial também prevê a aplicação de alíquota de 1% ao dia, podendo ser reduzida, incidente sobre o valor do resgate, cessão ou repactuação das operações compromissadas (venda com compromisso de recompra) efetuadas por instituições financeiras com debêntures emitidas por instituições integrantes do mesmo grupo econômico.

"Atualmente, em razão da incidência de alíquota zero de IOF, verificou-se que as instituições financeiras aumentaram consideravelmente essas operações de captação em detrimento das demais. A medida pode gerar recolhimento de R$ 146,48 milhões e R$ 156,28 milhões em 2016 e 2017, respectivamente", acrescentou o governo.

A Receita Federal explicou que o governo também decidiu que, quaisquer empréstimos tomados no exterior, cujos recursos já tenham permanecido no país por mais de 180 dias, terão alíquota zero de IOF. Acima desse prazo, a regra estabelece o pagamento de uma alíquota de 6%. A explicação é que, no passado, o prazo para ter um imposto zero era mais alto e chegou a ser, por exemplo, de cinco anos.

Portanto, esses contratos fechados no passado, quando o prazo mínimo para ter alíquota zero era de cinco anos, não precisarão permanecer todo o tempo do contrato para ter o benefício. Basta que tenham ficado no país por mais de 180 dias (regra atual) para ter alíquota zero. O Fisco informou que essa alteração é uma questão de justiça para com os contribuintes.
 
Casa de câmbio no Rio de Janeiro (Foto:  Reuters/Sergio Moraes)
 

 

terça-feira, 12 de abril de 2016

Estudante é aprovado com bolsa em dez universidades dos EUA


O estudante Vinícius Xavier Garcia, de 19 anos, parte nesta quarta-feiira para uma espécie de turnê pelos EUA. Aprovado com direito a bolsa em dez universidades americanas, entre elas algumas mundialmente conhecidas, como Stanford, Yale e Duke, ele quer conhecer de perto cada uma antes de escolher a sua. O jovem, que nasceu em Belém, no Pará, mas mora no Rio de Janeiro desde os 2 anos de idade, ainda está aguardando os resultados das instituições Harvard e Datmouth, também nos EUA.

Vinícius teve uma trajetória exemplar no Colégio Pedro II, no bairro do Engenho Novo, Zona Norte do Rio, onde ele cresceu. Foi representante de turma, atuou no grêmio estudantil e participou de projetos como um modelo de simulação da Organização das Nações Unidas (ONU) em sua escola. O aluno também ajudou a implementar no colégio um fórum de discussão voltado para a temática de raça e etnia na educação e na sociedade. Além disso, trabalhou como tutor de física, química e matemática.

- Sou bom aluno, mas as universidades americanas não estão interessadas apenas em notas boas. Eles querem alunos atuantes, que participam de diferentes projetos. As pessoas acham que para entrar nessas instituições é preciso ser um gênio, mas não funciona assim - comenta Vinícius, que está cursando Matemática Aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se matriculou antes de ter as respostas das instituições americanas. - O que me atrai nas faculdades dos EUA é a possibilidade de passar os primeiros semestres conhecendo diferentes cursos, antes de optar por um deles.

Para ser aprovado nessas faculdades, Vinícius teve apoio da Fundação Estudar, que oferece um programa de preparação gratuito voltado a alunos do ensino médio que desejam estudar no exterior. Para 2016, há 30 vagas, e as inscrições estão abertas até 18 de abril neste site.

Vinícius não tem nenhuma receita para tanto sucesso. Ele se considera apenas um cara interessado em aprender. Nunca se matou de estudar em casa, mas sempre prestou muita atenção nas aulas. Tem vários amigos, com quem vai ao shopping ou à praia. Faz natação, gosta de ir ao cinema e de ver filmes em casa. Enfim, é um jovem normal, com vida social ativa, mas também com uma coleção de medalhas em olimpíadas de ciências como química, astronomia e matemática.

O estudante é filho de uma assistente social e servidora pública que não tem condições financeiras de bancar uma educação internacional para seu filho. A anuidade da Universidade Stanford, na Califórnia, por exemplo, gira em torno de US$ 74 mil (cerca de R$ 250 mil). Para estudar lá, só mesmo com bolsa. A instituição, por onde já passaram políticos, empresários, cientistas e artistas de renome, ofereceu a Vinícius um abatimento de 97%, aí incluindo despesas com alimentação e moradia.

- Li muito sobre as universidades pela internet, mas preciso conhecer todas de perto antes de me decidir. Para fazer essa viagem de reconhecimento, estou recebendo ajuda das próprias universidades e de pessoas próximas, como familiares e amigos, que acompanham minha história.