sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Mercedes carro temporada 2020


A Mercedes deu fim ao mistério e divulgou na manhã desta sexta-feira na Inglaterra o seu carro para a disputa da temporada de 2020 da Fórmula 1. Vencedora dos últimos seis campeonatos de pilotos e construtores, a escuderia alemã quer manter o reinado e ainda se tornar a primeira a conquistar por sete vezes seguidas os dois mundiais. O time será novamente representado pelo hexacampeão Lewis Hamilton e pelo finlandês Valtteri Bottas.

Depois da apresentação da pintura praticamente igual à do ano passado, o carro revelado nesta sexta-feira também apresenta muitas similaridades no visual, principalmente com a parte dianteira bastante estreita. Já a asa dianteira é diferente em relação ao modelo apresentado pela Ferrari.

Logo após ser apresentado, o novo Mercedes W11 já foi para a pista em Silverstone. O objetivo era fazer o quanto antes um teste de checagem de componentes. O primeiro piloto a entrar na pista foi Valtteri Bottas, vice-campeão da última temporada.

- Neste momento não sinto nenhuma pressão, é o momento de se divertir um pouco. É manter o foco mas ter um pouco de diversão. Os caras trabalharam muito duro para fazer o carro. Eles trabalharam por meses e meses para terminar esse carro que estamos vendo nos boxes - disse Hamilton.

Chefão da Mercedes, Toto Wolff comemorou os dez anos desde que a Mercedes voltou a ter uma equipe na Fórmula 1 - na época, os pilotos eram os alemães Michael Schumacher e Nico Rosberg, enquanto Wolff era sócio da Williams.

- Foram dez anos fantásticos. Há dez anos, tomamos a decisão de não ser apenas fornecedores de motores, mas ter uma equipe própria, e, com nossos parceiros, conquistamos doze campeonatos (seis de pilotos e seis de construtores, desde 2014). Ver o carro pronto é muito importante, e o sucesso vem dia a dia - comentou.


F1 2020: em busca de conquista histórica, Mercedes lança seu novo carro para a temporada

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Coronavírus


China aumenta cerco para 40 milhões e fecha parte da Grande Muralha

RIO — Mais de 40 milhões de chineses foram isolados em suas cidades, nesta sexta-feira, depois da imposição de restrições às redes de transporte em outras quatro localidades. A medida tem o objetivo de evitar a propagação do coronavírus, que já matou 26 pessoas e contaminou pelo menos 830.


Ao todo, 13 prefeituras adotaram medidas de confinamento na região de Wuhan (centro), a metrópole de 11 milhões de habitantes, onde o vírus foi detectado em dezembro.

O governo chinês também anunciou, nesta sexta-feira (24), o fechamento de trechos da Grande Muralha, assim como de monumentos emblemáticos de Pequim, em meio às medidas adotadas para controlar a propagação do coronavírus.

Os túmulos da dinastia Ming e a floresta Yinshan Pagoda serão fechados a partir de sábado.
O Estádio Nacional de Pequim, conhecido como Ninho de Pássaro, construído para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, teve suas portas fechadas hoje.

A AMEAÇA DO CORONAVÍRUS


Nesta sexta, a Tailândia confirmou o quinto caso de coronavírus no país, e Hong Kong confirmou mais dois. Países da Ásia estão intensificando o cerco contra a doença. Xangai também pediu aos cidadãos que vêm de áreas de foco que fiquem em casa ou em quarentena centralizada por 14 dias.

Além disso, o parque temático da Disney em Xangai, que costuma esgotar ingressos na época do Ano Novo Lunar, anunciou nesta sexta-feira que fechará as portas por tempo indeterminado.

O Ocidente também observa o número de casos com apreensão.
O diretor médico emérito da Public Health England, agência do Departamento de Saúde e Assistência Social do governo britânico, disse ser "altamente provável" que casos do coronavírus já tenham surgido no Reino Unido.


O porta-voz do premier Boris Johnson anunciou a convocação de um encontro entre lideranças do governo para planejar uma resposta emergencial à possível chegada do vírus no país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está examinando a propagação do novo coronavírus. Casos da doença causada pelo 2019-nCoV provavelmente devem continuar a se disseminar na China e ainda é muito cedo para avaliar a gravidade do surto, de acordo com Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS.

— O foco não é tanto no número (de casos), que sabemos que irá aumentar — afirmou Jasarevic em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira.

Uma mulher com uma criança no colo usa máscaras de proteção no aeroporto internacional de Daxing, em Pequim. O número de mortes causadas pelo coronavírus na China chegou a 17 nesta quarta-feira Foto: NICOLAS ASFOURI / AFP



segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O crescimento do antissemitismo no mundo


O Papa Francisco condenou nesta segunda-feira o que chamou de "ressurgência bárbara" do antissemitismo no mundo. Durante a visita de uma delegação do Simon Wiesenthal Center, uma entidade judaica sediada nos Estados Unidos, o Pontífice relacionou o fenômeno ao crescimento do populismo no mundo.


Na próxima semana, a libertação do campo de concentração de Auschwitz completa 75 anos. Francisco disse que a efeméride deveria servir como um lembrete da necessidade de não se tornar indiferente diante de atos contra o povo judeu.


— É preocupante ver, em diferentes partes do mundo, um aumento do egoísmo e da indiferença, uma falta de preocupação com o próximo, na  ideia de que a vida é boa desde que seja benéfica para mim. E, quando as coisas dão errado, a raiva e a maldade tomam conta — afirmou.

Em novembro, durante uma conferência no Vaticano, o Papa comparou políticos que atacam gays, judeus e ciganos a Adolf Hitler. Na ocasião, ele já havia criticado o crescimento do antissemitismo ao redor do mundo.

— Isso cria um terreno fértil para as formas de sectarismo e populismo que vemos ao nosso redor, onde o ódio é disseminado e ocorre rapidamente. Recentemente, temos testemunhado uma ressurgência bárbara de casos antissemitas — disse o Papa. — Mais uma vez, condeno firmemente toda forma de antissemitismo.

O Pontífice não entrou em detalhes, mas, em dezembro, túmulos de um cemitério judeu na França foram vandalizados horas antes de legisladores locais aprovarem uma lei que igualou o antissionismo ao antissemitismo.
O país tem a maior comunidade judaica na Europa, com 550 mil judeus.
Em 2018, mais de 500 casos antissemitas foram registrados.

Uma pesquisa divulgada em novembro pelo grupo judaico americano Anti-Defamation League (Liga Antidifamação, em tradução livre) indicou que atitudes antissemitas cresceram em diversos lugares do mundo, em especial no continente europeu.

Segundo os números da organização, 78% dos entrevistados na Polônia, país ocupado pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial e onde está localizado o campo de Auschwitz, disseram acreditar que os judeus "falam demais" sobre o Holocausto. Cerca de seis milhões de judeus foram assassinados pelo regime na Europa, além de homossexuais, ciganos, deficientes e dissidentes políticos.

Em 2016, durante visita a Auschwitz, Francisco destacou a importância da preservação da memória do Holocausto para que seus horrores não se repitam no futuro. Hoje, no Vaticano, reforçou sua fala:

— Se perdemos nossa memória, destruiremos nosso futuro. Que o aniversário dessa crueldade imensa que ocorreu há 75 anos sirva como uma oportunidade de pausa, para que possamos refletir e lembrar. Nós temos que fazê-lo para não ficarmos indiferentes.

Túmulos de cemitério judeu na França foram vandalizados com suásticas, símbolo do Nazismo, em dezembro Foto: Arnd Wiegmann / REUTERS


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Forte Chuva em Petrópolis


A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, sofre com uma forte chuva que atinge o município na tarde desta quarta-feira. Há registro de diversas ruas alagadas em diferentes pontos, inclusive com carros sendo arrastados. Os bairros Bingen e Quitandinha estão entre os mais atingidos.

De acordo com o último boletim da Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias, divulgado às 17h50m, foram registradas 45 ocorrências por conta de uma pancada de 90 milímetros de chuva em menos de uma hora nesta tarde em Petrópolis: quase nove vezes mais que o esperado para o dia de hoje, de acordo com o órgão. Ao todo, até agora, foram 33 casos de deslizamentos de terra, em ruas como Veridiano Felix, na Estrada da Saudade, Alagoas, no Quitandinha, Carlos Frederico Keuper, na Mosela e Paulo Hervê no Bingen. Além disso, houve alagamentos em diversos pontos na cidade, como em ruas do Centro, Quitandinha, Valparaíso, Mosela e Bingen. Equipes do órgão estão nas ruas atendendo aos chamados.


Ainda de acordo com a nota, a Defesa Civil está em estado de atenção, por causa da previsão de mais chuva para as próximas horas e 55 agentes estão de prontidão para atender aos chamados dos moradores. Nas últimas 96 horas, o pluviômetro da Rua 24 de Maio registra 201.8 milímetros acumulados.

— É importante que os moradores que vivem em áreas de risco tenham atenção redobrada, já que chove na cidade desde o dia 2 de janeiro e o acumulado está alto — afirmou o secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias, coronel Paulo Renato.

Em caso de qualquer sinal de instabilidade no imóvel ou terreno, a Defesa Civil  pede para que ligue para o número 199 e peça uma vistoria preventiva ao órgão. A ligação e o serviço são gratuitos.

— A coisa ficou bem complicada. Nós já enfrentamos muitos problemas com enchentes, mas, desta vez, parece que houve alagamento em muitos lugares, até onde normalmente não há. Na Coronel Veiga, que liga o Centro ao Quitandinha, uma via com bastante movimento, a rua ficou alagada, mas ali é até comum. Em outros pontos como no próprio Palácio, o lago transbordou e tomou as pistas em volta. O rio transbordou acima do normal, e os bueiros também parecem ter entupido acima do normal — contou o morador Vítor de Paiva, de 27 anos.

Atenção redobrada na Serra
Ainda não há registro de ocorrências, como deslizamentos, por exemplo, em função do temporal na estrada que liga Petrópolis ao Rio. No entanto, a grande quantidade de chuva que cai na região desde os primeiros dias do ano exige que motoristas tenham atenção na Serra. Em nota, a Conser, concessionária que administra a via, recomenda prudência redobrada.

Brincadeira perigosa
Além das imagens assustadoras da água arrastando carros e deixando pessoas ilhadas, uma atitude inusitada de dois homens também ganhou atenção de moradores do bairro. Numa brincadeira perigosa, um deles se vestiu como se fosse à praia surfar, pegou sua prancha e a amarrou na moto do colega, como se ela fosse um jet-ski. Resultado: o wakeboard da dupla virou centro das atenções por onde passou, e diversos internautas registraram a cena. Em todas elas, o surfista se desequilibra e acaba caindo.

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Iran struck back at the US

TEHRAN, IRAN
Iran struck back at the United States early on Wednesday for killing its most powerful military commander, firing a barrage of ballistic missiles at two Iraqi military bases that house American troops in what the Iranian supreme leader said was a “slap” against America's military presence in the region.

The retaliation is another dangerous escalation that could draw the region deeper into turmoil, despite insistence by Washington and Tehran that neither side wants war. U.S. and Iraqi officials said there were no casualties among their forces.

Iran's Supreme Leader Ayatollah Ali Khamenei made clear that Iran's missile strikes were in revenge for the U.S. killing of Revolutionary Guard Gen. Qassem Soleimani, whose death last week in an American drone strike in Baghdad prompted angry calls for vengeance and drew massive crowds of Iranians, said to number in the millions, to the streets to mourn him. Khamenei himself wept at the funeral in a sign of his bond with the commander.

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domingo, 5 de janeiro de 2020

A MENINA DAS MAÇÃS



 Por favor, leia esta história interessante que está prestes a ser um filme.  A garota das maçãs.  Uma verdadeira história de sobrevivência do Holocausto e dos misteriosos caminhos de Deus que reuniram as pessoas aqui nos Estados Unidos depois que suas vidas se terem cruzado nos dias sombrios de Hitler.

 Agosto de 1942. Piotrkow, Polônia

 O céu estava sombrio naquela manhã enquanto esperávamos ansiosamente.
 Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow tinham sido reunidos numa praça.

 As notícias eram de que estávamos sendo transladados.  Meu pai havia morrido recentemente de tifo, que corria desenfreado pelo gueto lotado.  Meu maior medo era que nossa família fosse separada.

 - Faça o que fizer - sussurrou Isidore, meu irmão mais velho -, não diga a sua idade.  Diga que você tem dezesseis anos.

 “Eu era alto para um garoto de 11 anos, por isso eu consegui.  Dessa forma, podia ser considerado valioso como trabalhador. '

 Um homem da SS se aproximou de mim, botas estalando contra os paralelepípedos.  Ele me olhou de cima a baixo e depois perguntou minha idade.

 "Dezesseis", eu disse.  Ele me dirigiu para a esquerda, onde meus três irmãos e outros jovens saudáveis ​​já estavam.

 Minha mãe foi levada para a direita com as outras mulheres, crianças, doentes e idosos.

 Eu sussurrei para Isidore: 'Por quê?'
 Ele não respondeu.
 Corri para o lado da mamãe e disse que queria ficar com ela.
 "Não", ela disse severamente.
 'Cai fora.  Não seja um incômodo.  Vá com seus irmãos.

 Ela nunca tinha falado tão severamente antes.  Mas eu entendi: ela estava me protegendo.  Ela me amava tanto que, desta vez, fingiu não gostar.  Foi a última vez que a vi.

 Meus irmãos e eu fomos transportados num carro de gado para a Alemanha.

 Chegámos ao campo de concentração de Buchenwald uma noite depois e fomos levados para um quartel lotado.  No dia seguinte, recebemos uniformes e números de identificação.

 - Não me chame mais de Herman.  Eu disse aos meus irmãos.  'Chame-me  94983.'

 Fui colocado no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador de manivela.

 Eu também me senti morto.  Endurecido, eu me tornei um número.

 Logo, meus irmãos e eu fomos enviados para Schlieben, um dos subcampos de Buchenwald perto de Berlim.

 Uma manhã, pensei ter ouvido a voz de minha mãe.

 "Filho", ela disse suave, mas claramente: vou lhe enviar um anjo.

 Então eu acordei.  Apenas um sonho.  Um sonho lindo.

 Mas neste lugar não poderia haver anjos.  Só havia trabalho.  E fome.  E medo.

 Alguns dias depois, eu estava andando pelo acampamento, pelo quartel, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam ver facilmente.  Eu estava sozinho.

 Do outro lado da cerca, vi alguém: uma garotinha com cachos leves e quase luminosos.  Ela estava meio escondida atrás de uma bétula.

 Olhei em volta para garantir que ninguém me visse.  Falei para ela baixinho em alemão.  "Você tem algo para comer?"

 Ela não entendeu.

 Cheguei mais perto da cerca e repeti a pergunta em polonês.  Ela deu um passo à frente.  Eu era magro e magro, com trapos enrolados nos pés, mas a garota parecia sem medo.  Nos olhos dela, vi a vida.

 Ela puxou uma maçã da jaqueta de lã e a jogou por cima da cerca.

 Peguei a fruta e, quando comecei a fugir, ouvi-a dizer baixinho: - Vejo você amanhã.

 Voltei ao mesmo local perto da cerca, à mesma hora todos os dias.  Ela estava sempre lá com algo para eu comer - um pedaço de pão ou, melhor ainda, uma maçã.

 Não ousávamos falar ou nos demorar.  Ser apanhados significaria a morte para nós dois.

 Eu não sabia nada sobre ela, apenas uma garota de fazenda gentil, exceto que ela entendia polonês.  Qual era o nome dela?  Por que ela estava arriscando sua vida por mim?

 A esperança era tão escassa e essa garota do outro lado da cerca me dava algo tão nutritivo quanto o pão e as maçãs.

 Quase sete meses depois, meus irmãos e eu fomos amontoados num carro de carvão e enviados para o campo de Theresienstadt na Tchecoslováquia.

 "Não volte", eu disse à garota naquele dia.  "Estamos saindo."

 Eu me virei para o quartel e não olhei para trás, nem me despedi da garotinha cujo nome eu nunca havia aprendido, a garota com as maçãs.

 Ficámos em Theresienstadt por três meses.  A guerra estava terminando e as forças aliadas estavam se aproximando, mas meu destino parecia selado.

 Em 10 de maio de 1945, eu estava programado para morrer na câmara de gás às 10h.

 No silêncio da madrugada, tentei me preparar.  Tantas vezes a morte parecia pronta para me reivindicar, mas de alguma forma eu tinha sobrevivido.  Agora acabou.

 Eu pensei nos meus pais.  Pelo menos, pensei, estaremos reunidos.

 Mas às 8 da manhã houve uma comoção.  Ouvi gritos e vi pessoas correndo em todas as direções pelo acampamento.  Alcancei meus irmãos.

 Tropas russas tinham libertado o campo!  Os portões se abriram.  Todo mundo estava correndo, então eu também corri. Surpreendentemente, todos os meus irmãos tinham sobrevivido;  Não sei bem como.  Mas eu sabia que a garota com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência.

 Em um lugar onde o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvou minha vida, me deu esperança em um lugar onde não havia nenhuma.

 Minha mãe prometeu me enviar um anjo, e o anjo havia chegado.

 Por fim, fui para Inglaterra, onde fui patrocinado por uma instituição de caridade judaica, hospedado num albergue com outros meninos que haviam sobrevivido ao Holocausto e treinados em eletrônica.  Depois vim para a América, para onde meu irmão Sam já se tinha mudado.  Eu servi no Exército dos EUA durante a Guerra da Coréia e voltei para Nova York ao fim de dois anos.

 Em agosto de 1957, eu abri minha própria oficina de eletrônica.  Eu estava começando a me instalar.

 Um dia, meu amigo Sid, que eu conhecia da Inglaterra, me ligou.
 Tenho um encontro.  Ela tem uma amiga polonesa.  Vamos sair em dobro.
 Um encontro às cegas?  Não, isso não era para mim.  Mas Sid continuou me chateando,  e alguns dias depois fomos ao Bronx para pegar seu encontro e a amiga Roma.

 Eu tinha que admitir, para um encontro às cegas, até não estava nada mal.  Roma era enfermeira de um hospital do Bronx.  Ela era gentil e inteligente.  Bonita também, com cachos castanhos em turbilhão e olhos verdes em forma de amêndoa que brilhavam com vida.

 Nós quatro fomos para Coney Island.  Roma era fácil de conversar, fácil de conviver.  Acontece que ela também desconfiava de encontros às cegas!

 Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos.  Demos um passeio no calçadão, apreciando a brisa salgada do Atlântico, e depois jantámos na praia.  Já não me lembrava de me divertir.

 Quando voltámos para o carro de Sid, Roma e eu dividimos  o banco traseiro.

 Como judeus europeus que sobreviveram à guerra, tínhamos consciência de que muito havia sido deixado sem ser dito entre nós.  Ela abordou o assunto: "Onde você estava", ela perguntou suavemente, "durante a guerra?"

 "Os campos", eu disse.  As terríveis lembranças ainda vivas, a perda irreparável.  Eu tinha tentado esquecer.  Mas você nunca pode esquecer.

 Ela assentiu.  "Minha família estava escondida em uma fazenda na Alemanha, não muito longe de Berlim", ela me disse.  "Meu pai conhecia um padre e ele nos comprou papéis arianos."

 Imaginei como ela também deveria ter sofrido, o medo, uma companhia constante.  E, no entanto, aqui éramos ambos sobreviventes, em um mundo novo.

 "Havia um acampamento ao lado da fazenda."  Roma continuou.  "Vi um garoto lá e jogava maçãs para ele todos os dias."

 Que coincidência incrível ela ter ajudado outro garoto.  'Como ele era?  Eu perguntei.

 Ele era alto, magro e com fome.  Eu devo tê-lo visto todos os dias por seis meses.

 Meu coração estava disparando.  Eu não podia acreditar.  Isto não era possível.  - Ele disse um dia para você não voltar porque estava saindo de Schlieben?

 Roma olhou para mim com espanto.  'Sim!'

 'Era eu!'

 Eu estava pronto para explodir de alegria e pavor, inundado de emoções.  Eu não podia acreditar!  Meu anjo.

 "Eu não vou deixar você ir."  Eu disse para a Roma.  E na traseira do carro naquele encontro às cegas, pedi-a em casamento.  Eu não queria esperar.

 'Você é louco!'  ela disse.  Mas ela me convidou para conhecer seus pais para o jantar de Shabat na semana seguinte.

 Havia muita coisa que eu esperava aprender sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade.  Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio à cerca e me deu esperança.  Agora que a encontrei novamente, nunca mais a deixaria ir.

 Naquele dia, ela disse que sim.  E eu mantive minha palavra.  Depois de quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, nunca a larguei.

 Herman Rosenblat de Miami Beach, Flórida

 Esta história está sendo transformada num filme chamado The Fence.
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Soleimani Death

Morte de Soleimani é um evento sísmico no Oriente Médio JANUARY 03, 2020
Mais do que qualquer outra operação militar americana desde a invasão do Iraque, o assassinato do general e comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Qassem Soleimani, é um evento sísmico. As mortes de Osama bin Laden e Abu Bakr al-Baghdadi, os líderes da Al-Qaeda e do Estado Islâmico, foram certamente significativos e também foram em grande parte simbólicas, porque suas organizações foram destruídas. No entanto, o extermínio do arquiteto da campanha ativa de décadas da República Islâmica da violência contra os Estados Unidos e seus aliados, especialmente Israel, representa uma mudança tectônica na política do Oriente Médio.

Para ver o quão realmente significativa é a morte de Suleimani, ela ajuda a entender o jogo geopolítico ao qual ele se dedicou durante sua vida. No Líbano, Soleimani transformou o Hezbollah em um poderoso estado dentro de um estado. Uma organização terrorista que recebe fundos, armas e ordens de Teerã, o Hezbollah possui hoje um arsenal de mísseis maior que o da maioria dos países da região. O surpreendente "sucesso" do grupo tem ajudado a consolidar a influência do Irã não apenas no Líbano, mas também em todo o mundo árabe.

Com base nessa experiência bem-sucedida, Suleimani passou a última década replicando o modelo do Hezbollah no Iraque, na Síria e no Iêmen, sustentando as milícias locais com armas de precisão e conhecimento tático de guerra. Na Síria, suas forças se aliaram à Rússia para sustentar o regime de Bashar al-Assad, em um projeto que, na prática, significou expulsar mais de 10 milhões de pessoas de suas casas e matar mais de meio milhão. No Iraque, como vimos nos últimos dias, as milícias de Suleimani passaram por cima das instituições estatais legítimas. Eles chegaram ao poder depois de participar de uma insurgência, da qual ele era o arquiteto, contra as forças americanas e da coalizão. Centenas de soldados americanos perderam a vida com as armas que de Suleimani forneceu aos seus "procuradores" iraquianos.

O chefe da Guarda Revolucionária do Irã construiu esse império de milícias, apostando que os EUA evitariam um confronto direto. Essa aposta certamente valeu a pena sob o presidente Barack Obama e até parecia ser uma aposta segura sob o presidente Trump, apesar de sua política declarada de "pressão máxima".

Em setembro, Suleimani ordenou o ataque a um campo de petróleo da Arábia Saudita, um verdadeiro ato de guerra, que ficou sem resposta. Ele seguiu orquestrando ofensivas contra os americanos usando suas milícias. O governo Trump, por sua vez, já havia dito claramente que atacar americanos era uma "linha vermelha". No entanto, Soleimani havia recebido ameaças de líderes americanos no passado. De novo, ele pensou que poderia "apagar" a linha vermelha de Trump.

Sua partida tornará o Irã muito mais fraco. Isso encorajará os rivais regionais do país - principalmente Israel e Arábia Saudita - a perseguir seus interesses estratégicos com mais veemência. Também vai instigar os manifestantes no Irã, Líbano e, principalmente, no Iraque, na esperança de que um dia eles tirem o controle de seus governos das garras da República Islâmica.

Em Washington, a decisão de matar Suleimani representa o final de uma estratégia de Obama para o Oriente Médio, que procurou realinhar os interesses americanos com os do Irã. A busca de Obama por um convivência pacífica com Teerã nunca se ajustou à realidade do caráter fundamental da República Islâmica e às ambições regionais. O presidente Trump, por outro lado, percebeu que o objetivo de Teerã era substituir a América como o principal ator no Oriente Médio.

Os Estados Unidos não têm escolha. Se o país quiser permanecer no Oriente Médio, terá de ter controle sobre o poder militar do Irã. Para um presidente eleito em uma plataforma de paz e prosperidade, enfrentar o Irã não foi uma decisão fácil de tomar. Sem dúvida, Trump prefere negociar com o Irã seu programa nuclear do que ordenar o assassinato de seu general mais famoso. Entretanto, o presidente percebeu que garantir a posição regional dos EUA exigia uma resposta forte e visível às escaladas cada vez mais comuns de Suleimani.

Contudo, essa resposta veio atrasada. Soube por meio de um ex-alto funcionário da Casa Branca e do Departamento de Defesa, que os Estados Unidos tiveram várias oportunidades passadas de matar Suleimani, mas sempre relutaram. Ficou provado que a indecisão não tornou o mundo mais seguro e só deu a Soleimani mais tempo para construir seu império.

Os críticos de Trump imediatamente o acusaram de provocar o Irã desnecessariamente, argumentando que o assassinato de Suleimani poderia levar o país à guerra. Esta é uma análise que ignora o fato de general iraniano já travar guerra contra os EUA e seus aliados há anos e estar diretamente envolvido no planejamento de ataques a aliados.

O mundo em que acordamos hoje, livre de seu terrorista mais bem-sucedido e mortal, é um lugar melhor. Em nenhum local esse pensamento é mais evidente do que em todo o Oriente Médio, onde cidadãos comuns têm postado vídeos em mídias sociais comemorando a morte do autor de tanta miséria. Todos devemos - mesmo aqueles entre nós que não se importam particularmente com o Sr. Trump - se juntar a eles e continuar a negar o legado do assassino anti-americano Suleimani.

Michael Doran é membro sênior do Instituto Hudson e autor de "Ike's Gamble: America's Rise to Dominace in the Middle East" 


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