sexta-feira, 17 de maio de 2019

Veganas no Rio


Restaurantes ampliam opções veganas no cardápio

Não mais restritos a casas especializadas, pratos sem produtos de origem animal são cada vez mais frequentes

- Ají
O ceviche de cogumelos, com shiitake, shimeji, creme de abacate, coentro, cebola roxa, tomate cereja e dedo-de-moça (R$ 35), é a pedida do Ají (99604-9301) para veganos. Vem com chips de baroa e milho crocante.

Ají: Be+Co. Rua da Matriz 54, Botafogo - 99604-9301. Ter e qua, do meio-dia às 23h, qui a sáb, do meio-dia até meia-noite, dom, do meio-dia às 20h.

- .OrgTati Lund renovou o jantar, servido de quinta a sábado (2493-1791). Entre os destaques, queijo curado de macadâmia com ervas, fermentado com kombucha, mais cracker de beterraba, chutney de flores, dip de damasco, gengibre e pecan (R$45).

.Org Bistrô: Av. Olegário Maciel 175, Loja G, Barra - 2493-1791. Seg a qua, das 12h às 20h, qui a sáb, do meio-dia às 22h.

- Bazzar
O queijo da lasanha de berinjelas com creme de feijão- branco da casa (3202-2884) é feito a partir de castanha de caju. O prato leva ainda minicebolas assadas (R$47).

Bazzar: Rua Barão da Torre 538, Ipanema - 3202-2884. Seg a qui, do meio-dia até meia-noite, sex e sáb, do meio-dia à 1h, dom, do meio-dia às 19h.

- Cobre
ntre os quatro sabores da pizzaria (97986-9900) do Humaitá, o curioso pepperoni vegano (R$ 39), com molho de tomates, mozzarella de castanha e pepperoni de fermentado de soja tempê.

Cobre: Rua Visconde de Caravelas 149, Humaitá - 97986-9900. De ter a dom, das 18h à 1h.

- Conflor
As novidades da doceira Luisa Mendonça (98167-7220) são o bolo de amêndoas com peras cozidas em especiarias com calda de caramelo (R$ 89, 14 fatias) e o bolinho de cenoura, com açúcar demerara, ganache de chocolate Amma 60% e creme de leite de castanha do caju (R$ 8). Conflor: Rua Ererê 11, Cosme Velho - 98167-7220. Ter a sáb, das 13h às 18h30.

- DoJour
Muito além do mix de folhas, o salad bar do La Fruteria (3042-4609) serve a red fussili (R$ 38): massa de arroz , pesto de tomate, legumes assados, amêndoas, mix de folhas, tofu defumado crocante e tapenade de azeitona preta.

Salad Bar da DoJour: Av. Lúcio Costa 3.150, Barra. De seg a dom, das 7h30 às 20h30.

- Gaia Art & Café
O vegetariano no Leme (2244-3306) tem mais de uma opção vegana, de sanduíches a pratos principais. Uma delas é o Frida vegan (R$ 34), um burrito com chili de feijão-vermelho, coentro, milho, pimentão, carne de casca de banana, arroz, repolho roxo, guacamole e jalapeño com polenta frita.

Gaia Art & Café: Rua Gustavo Sampaio 323, Leme - 2244-3306. Ter a sáb, do meio-dia às 22h, dom, do meio-dia às 19h.

- Hopi Burritos
Lanche com sabor mexicano e vegano: burrito de carne de jaca (R$ 9), que pode ser com feijão ou arroz, chilli ou sour cream.

Hopi Burritos: Barra Shopping. Av. das Américas 4666, Boulevard Gourmet. Diariamente, das 11h30 às 23h.

- Pato com Laranja
Criado por Daniel Biron, do bar de vegetais Teva, o burger vegano (R$ 37), de cereais, cogumelos, tomate, rúcula e aoli de castanha , tem lugar fixo no menu (2540-8380).
Pato com Laranja: Rua Visconde de Pirajá 539, Ipanema - 2540-8380.  Diariamente, das 6h à 1h.

- Prana Vegetariano
Pelo menos um dos pratos do dia (R$ 39) da casa (2294-9887) é vegano, como a trouxinha de espinafre recheada de caponata, feijão branco salteado com pesto, gratinado de raízes com molho de tomates assados e palmito. À noite, tem pizzas com mozzarella de castanha (R$ 55).

Prana Vegetariano: Rua Lopes Quintas 37, Jardim Botânico - 2294-9887. Seg a sábado, do meio-dia às 16h e das 19h às 23h.

- T.T. Burger
Em dois dias, o Futuro T.T., hambúrguer de carne vegetal (ervilha, grão-de-bico, soja e beterraba) esgotou (96458-8683). Mas já tem de novo (R$ 43), e vem queijo NoMoo , picles de chuchu, catchup de páprica e cebola agridoce no pão de batata.

T.T. Burger: Rua Barão da Torre 422, Ipanema - 96458-8683. Seg a qui, do meio-dia até meia-noite, sex e sáb, do meio-dia às 2h, dom, do meio-dia à 1h. 

- Yasai Natural Sushi
s cores saltam aos olhos. Para provar vários sabores, vá no combinado de 12 peças (R$ 46,90). Entre as criações (3322-3686) de Nati Luglio, tem okura sushi (quiabo grelhado e maionese de nirá) e pink sushi, arroz rosa, avocado e eryngui.

Yasai Natural Sushi: Rua Anibal de Mendonça 55, Ipanema - 3322-3686. Dom a ter, do meio-dia às 20h, qua a sáb, das 11h30 às 23h.

Yasai Natural Sushi. Sushi, sashimi, rolls e outros sabores livres de crueldade animal Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação

terça-feira, 14 de maio de 2019

Brasileiros em Portugal


Destino preferido dos imigrantes nos últimos anos, Portugal nunca barrou tantos brasileiros quanto em 2018. Foram mandadas de volta para o Brasil 2.856 pessoas, um recorde. O número é mais que o dobro dos barrados em 2017 (1.336). Em 2016, quando a nova onda de imigração começava a ganhar contornos gigantescos, 968 foram barrados nos aeroportos.
Ao todo, em 2018, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) impediu a entrada de 3.758 imigrantes. Destes, 76% eram brasileiros. São pessoas que se apresentam no balcão da imigração nos aeroportos sem vistos de entrada adequados e sem apresentar motivo válido para entrada ou conseguir comprovar que é, de fato, turista.

O caso mais comum nesta nova onda de imigração tem sido o brasileiro se apresentar como turista. Para esta condição, a permanência é de 90 dias, estendidos por mais 90 com prorrogação de permanência temporária concedida pelo SEF. Neste tempo, o “turista” pode procurar trabalho e obter uma promessa de contrato, o que daria uma autorização de residência temporária. Mas a promessa pode não se concretizar e há casos de pessoas que permanecem ilegais no país após os 180 dias totais.
Os números foram divulgados na manchete desta terça-feira dos Jornal de Notícias, diário do Porto. Na reportagem, é informado que os brasileiros têm sido mantidos em centros de instalações temporárias. Apesar das denúncias e reclamações da Casa do Brasil, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) diz que segue o que determina nestes casos a legislação europeia. O reenvio dos barrados para o estado de origem fica a cargo das companhias aéreas.

Depois de seis anos em queda, a população brasileira residente em Portugal voltou a crescer em 2017. Naquele ano, o número de brasileiros no país aumentou 5,1% em relação a 2016, passando de 81.251 para 85.426. Este número representa 20,3% do total de 421.711 imigrantes em Portugal. O Brasil é a maior colônia.
Este ano, o SEF já admitiu que houve aumento significativo de brasileiros em Portugal. Os dados anuais ainda serão divulgados no segundo semestre, mas é estimado que a população oficial residente se aproxime dos 100 mil, o que seria um recorde histórico.
A demanda obrigou o Consulado Geral de Portugal em São Paulo a abrir um centro de solicitação de vistos , um posto administrado por empresa particular para desafogar a demanda por serviços consulares. Em outubro de 2018, o consulado chegou a interromper os pedidos de cidadania por não dar conta da quantidade de solicitações. Os consulados do Brasil em Faro, Lisboa e Porto estão sempre cheios .
Em relação aos refugiados, que também são encaminhados aos centros de instalações temporárias, o relatório anual The Asylum Information Database (AIDA), gerido pelo European Council on Refugees and Exiles (ECRE), revela que "cidadãos que entraram em Portugal vindos do Brasil representam mais de 83% dos imigrantes sul-americanos e mais de 1/3 da população estrangeira que ficou retida, em 2016, nos centros de instalação temporária ou espaços equiparados". Recentemente, o jornal Público informou que 74 crianças ficaram retidas na fronteira e foram enviadas aos centros, o que contraria as regras da ONU. 

Passaporte brasileiro Foto: Reprodução


quarta-feira, 17 de abril de 2019

Ex-presidente se matou


O ex-presidente do Peru Alan García se matou na manhã desta quarta-feira em Lima com um tiro na cabeça, depois de receber uma ordem de prisão preventiva emitida pela Justiça. García, de 69 anos, era um dos quatro ex-chefes de Estado do Peru investigados sob a acusação de terem recebido suborno da construtora brasileira Odebrecht. Ele negava a acusação de corrupção.

O secretário pessoal de García, Ricardo Pinedo, informou que o ex-presidente entrou em seu quarto e atirou contra a própria cabeça ao ser informado de que um promotor batia à porta de seu apartamento levando a ordem de prisão. Levado para o hospital Casimiro Ulloa, ele foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu e morreu depois de três horas.

Orador habilidoso que liderou por décadas um partido tradicional do Peru, o Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana), García governou o país como um nacionalista de 1985 a 1990 antes de se reinventar como um defensor do livre mercado e ganhar um novo mandato de cinco anos em 2006. No ano passado, ele pediu asilo político ao Uruguai depois que uma ordem judicial  o proibiu de sair do Peru para evitar que fugisse ou interferisse nas investigações do caso Odebrecht. Montevidéu não aderiu à tese de perseguição política e rejeitou o pedido.

O caso contra ele faz parte da chamada Lava-Jato peruana e avançou após a  delação premiada  do advogado brasileiro José Américo Spinola, que afirmou no Brasil ter pago US$ 100 mil a García a pedido da Odebrecht . García afirma que recebeu o dinheiro como pagamento de uma palestra feita na Fiesp, em São Paulo, sem nenhuma relação com corrupção.

— Se estou impedido de sair do país já é uma forma de prisão. Já não posso ir a nenhuma conferência, não posso assistir a nenhuma reunião. Estou, de alguma maneira, atado — disse o ex-presidente em entrevista recente.

Em 2013, García havia sido inocentado por falta de provas em uma primeira investigação envolvendo o pagamento dos US$ 100 mil, mas sua situação se complicou com revelações recentes de que o secretário da Presidência do seu último governo, Luis Nava, teria recebido US$ 4 milhões como propina da Odebrecht pela obra do metrô de Lima. O dinheiro seria destinado ao ex-presidente.

A ordem judicial de detenção desta quarta-feira também afeta Luis Nava e mais sete pessoas: o ex-ministro de Transportes Enrique Cornejo; José Antonio Nava, filho de Luis Nava; o empresário Miguel Atala; seu filho Samir Atala; Oswaldo Plasencia Contreras, ex-diretor executivo da Autoridade Autônoma do Trem Elétrico; Jorge Menacho, ex-secretário do Ministério de Transportes e Comunicações; e Raúl Antonio Torres, ex-chefe de Vias Nacionais do Ministério de Transportes.

García, que tentou pedir asilo ao Uruguai, chega à Promotoria para depor em novembro de 2018 Foto: ERNESTO BENAVIDES / AFP

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Low Cost


Sair só com a roupa do corpo. E para voar. A chegada das companhias aéreas low cost ao país mostra a disposição dos brasileiros em embarcar usando uma passagem que oferece unicamente o transporte. Todo o resto — da mala de mão, passando pelo lanche e pelo cobertor, ao lugar marcado — tem de ser pago. E, na chegada, é preciso estar disposto a desembarcar em um aeroporto distante, que demanda gasto adicional com transporte. A norueguesa Norwegian inaugurou neste domingo sua rota Rio-Londres, com bilhetes a partir de US$ 239,90. A chilena Sky, que liga a capital fluminense a Santiago desde novembro, tem tarifas que começam em US$ 67, mais taxas de US$ 28. Em três meses, alcançou 86% de ocupação média nos voos da linha.

Voar em companhias de baixo custo é uma experiência nova no Brasil. A edição da resolução 400 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ainda em 2017, passou a permitir que as empresas aéreas possam escolher os produtos que vão oferecer aos passageiros, cobrando pelos adicionais. O objetivo era justamente atrair as low cost , que têm passagens a preços mais competitivos, e estimular o movimento de passageiros.

A entrada de empresas low cost tende a impactar os preços das concorrentes, que podem cair — afirma Daniel Kamlot, professor da ESPM-Rio.

Os bilhetes da Norwegian têm preço 45% menor que a média da rota Rio-Londres. Levantamento feito pelo GLOBO para o trecho, com passagens aéreas disponíveis para os dias 28 de abril e 22 de maio, mostra que a tarifa da Norwegian nessas datas custa entre 64% e 74% menos que o bilhete mais barato de outra companhia aérea.

— Temos cinco tarifas, que variam entre menos de R$ 1 mil na classe econômica e a partir de R$ 2.800 na premium . Mas preferimos usar o conceito de baixa tarifa, em vez de baixo custo, porque investimos muito para ter a frota mais moderna. Não há luxo a bordo, mas segurança e qualidade. Voamos com o Boeing 787 Dreamliner, com wi-fi grátis, quatro vezes por semana — diz Matias Maciel, diretor de Comunicação e Assuntos Públicos da Norwegian.

Ano passado, a Norwegian inaugurou o voo Londres-Buenos Aires, entrando na América do Sul. Na sequência, iniciou as operações da Norwegian Argentina, que é a cabeça das operações regionais.

— Começamos pelo Rio olhando para o longo prazo. É um destino muito atraente do ponto de vista turístico para os europeus. Assim como Londres é uma porta de entrada para o brasileiro que vai à Europa. Aos poucos, essa operação vai crescer — diz Maciel.

Aeroporto mais distante
Em tempo de crise econômica, os voos no frills — sem frescuras — parecem ter acolhida no país, diz Jaime Fernandez, gerente de vendas da Sky Airline para a América Latina:

— Estamos voando com 86% de ocupação média em nossos voos entre Rio e Santiago. A tarifa Zero é a mais vendida, com 80% dos bilhetes. Das pessoas que compram essa tarifa, 65% adquirem algum adicional, principalmente a mala despachada.


COMPARE AS TARIFAS
Rio-Londres 28/4

Norwegian US$ 329,90 LowFare
US$ 90 mala despachada (20kg), US$ 45 alimentação,
US$ 45 reserva. Já inclui 1 mala despachada (20kg),
alimentação e reserva de assento +US$ 90 sobe
para LowFare+

Delta Air Lines US$ 914,53 US$ 30 para 1 mala despachada (23kg)

Latam
US$ 993 Já inclui 1 mala de mão e 1 mala despachada (23kg)

Gol
US$ 1.111,66 A partir US$ 15 para 1 mala despachada (23kg)

British Airways
US$ 1.215,68 US$ 120 por 1 mala despachada ou +US$ 45 para trocar
de tarifa, que inclui franquia de bagagem

Rio-Londres 22/5

Norwegian
US$ 329,90 LowFare US$ 90 mala despachada (20kg), US$ 45 alimentação,
US$ 45 reserva. Já inclui 1 mala despachada (20kg), alimentação e reserva de assento
+US$ 90 sobe para LowFare+

Delta Air Lines
US$ 914,53 US$ 30 para 1 mala despachada (23kg)

Latam
US$ 993 Já inclui 1 mala de mão e 1 mala despachada (23kg)

Gol
US$ 1.094,86 A partir US$ 15 para 1 mala despachada (23kg)

British Airways
US$ 1.054,68 US$ 120 por 1 mala despachada ou +US$ 45 para trocar
de tarifa, que inclui franquia de bagagem

Segundo a RIO Galeão, que administra o Aeroporto Internacional Tom Jobim, em fevereiro, a taxa de ocupação dos voos da Sky chegou a 95%. Naquele mesmo mês, a ocupação dos voos para Santiago partindo do Rio, considerando todas as companhias, subiu de 86% para 88%. Até o fechamento desta edição, a concessionária estimava que o voo inaugural da Norwegian para o Rio teria 95% de ocupação. A norueguesa não quis comentar sobre a taxa.


Avião da Norwegian decola do Aeroporto de Gatwick, em Londres, onde chegarão os voos da empresa saindo do Rio Foto: Simon Dawson / Bloomberg

sexta-feira, 22 de março de 2019

Pressão social para a mulher ser mãe




 Aos 38 anos, uma mulher reflete obsessivamente: afinal, deseja ou não um bebê? A dúvida é o tema central de “Maternidade”, livro da escritora canadense Sheila Heti, que acaba de ser confirmada como atração da próxima Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Com Euclides da Cunha de homenageado e convidados como Kristen Roupenian, Walnice Nogueira Galvão e Kalaf Epalanga, o evento acontece de 10 a 14 de julho.

Lançado agora no Brasil pela Companhia das Letras, “Maternidade” acrescenta um ponto de vista racional à questão, frequentemente marcada por forte carga emocional e cultural.

— Decidir não ter um filho é uma escolha tão positiva quanto a de ter um filho — pondera a autora de 42 anos, que já escreveu oito livros e não tem filhos.

Por e-mail, Sheila falou sobre diferentes aspectos da maternidade, condenou a chamada maternidade compulsória, um tema acalorado Ocidente afora graças ao escrutínio de gerações de feministas, e preferiu não comentar a própria experiência.

Em seu livro, questiona: “Viver de um jeito não é uma crítica a todos os outros jeitos de viver. Será que é essa a ameaça que a mulher sem filhos apresenta?”

A protagonista de “Maternidade” é consumida pela dúvida entre ser mãe ou não. Essa questão deveria ser tão central na vida das mulheres?

Eu não diria que deve ser, nem que não deve. O que eu queria olhar é o que acontece quando alguém tenta responder a essa pergunta de maneira aprofundada, com a questão no centro de seu campo de visão. Os grandes temas da nossa vida — nosso trabalho, a cidade em que vivemos, quem se torna nosso parceiro, de quem nos separamos — têm suas dinâmicas, acontecem conosco ou fazemos nossas escolhas inconscientemente.


É possível que essa decisão seja puramente racional?

Eu queria ver que pensamentos surgiriam se este fosse um assunto de real consideração intelectual. Não vi isso antes na literatura. Esses pensamentos são muitas vezes circulares e confusos. Deve ser a questão mais importante da vida da mulher? Não. Mas deveria ser levada a sério a possibilidade de que não é preciso ter filhos para se ter uma vida gratificante? Sim.

Ao problematizar sua tendência a rejeitar a maternidade, a personagem chega a recorrer ao “I-ching” para se decidir.

'Não tem como explicar para outra pessoa o que é a maternidade', diz Karine Teles, de 'Benzinho'
Ela lança moedas para obter um “sim” ou um “não”, recorre ao tarô, conversa com um médium na rua... Volta-se para todos esses dispositivos místicos e aleatórios, porque acho que é o que muitos de nós fazemos quando confrontados com um futuro misterioso ou um dilema insolúvel. É claro que ela não confia completamente em nada disso. Mas há uma parte arcaica dela que procura por sinais e símbolos no mundo. Precisa disso, porque as mulheres que realmente não querem filhos ouvem que estão erradas, que não deveriam confiar em si mesmas.

Questionar-se sobre a maternidade compulsória faz dela uma feminista? Você se considera uma?

Eu me considero uma feminista, sim. Se a personagem o é, não importa. Trata-se de uma mulher tentando entender sua vida por um enquadramento que ainda não existe. Não através da retórica do feminismo ou do marxismo ou de quaisquer outras estruturas intelectuais. Mas é claro que ela nem estaria na posição de poder se perguntar se quer ou não filhos se não fosse pelo feminismo e pelo trabalho de gerações de feministas.

A personagem chora todo dia. Poderia ser descrita como uma pessoa com quadro depressivo?

Não penso na vida dela dessa forma, embora a depressão nela seja um dado. Sua depressão vem de uma sensação de inércia: não saber o que fazer é pior do que apenas escolher um caminho e descer e abraçar todas as coisas terríveis e maravilhosas que vêm com qualquer escolha. Mas ela está presa, parada. E carrega a depressão da mãe e da avó. O livro é muito sobre o que herdamos e, como neta de sobreviventes do Holocausto, seu sangue tem uma tristeza que vai além de suas circunstâncias pessoais.

Ela se sentiu abandonada pela mãe. De alguma forma isso a influencia a não querer um bebê?

Eu não acho que decidir não ter um filho é sinal de uma perturbação ou uma patologia. É uma escolha tão positiva quanto a de ter um filho. Não há algo de errado nela; isso nunca me ocorre quando vejo mulheres sem filhos.

Por que as mulheres que não querem ser mães não são deixadas em paz, em pleno século XXI?

Acho que sua pergunta anterior mostra por quê: mulheres sem filhos são consideradas danificadas de alguma forma. Acham que foram traumatizadas, ou que falta algo essencial em sua feminilidade ou humanidade.

Como tem sido para você?

Estou tão feliz com a minha vida quanto qualquer um. O que significa, por vezes, estar em paz com as escolhas que me trouxeram até aqui, e, outras vezes, não. Sentiria o mesmo se tivesse filhos. A vida de alguém nunca é uma construção perfeita na qual todas as perguntas são respondidas para sempre. Não acho que há algo que você possa dizer sobre todas as mulheres sem filhos, nem sobre todas com filhos. Nós não dizemos que homens que não são pais são todos iguais de alguma forma fundamental.





Resultado de imagem para ter filho

quarta-feira, 20 de março de 2019

Abacate, todos querem


Em forma de creme pode virar uma sobremesa gostosa; pedaçudinho e com ervas frescas, uma entradinha deliciosa; batido e gelado, um sorvete refrescante; em fatias e com ovo, um super recheio para sanduíche. O abacate é um curingão na cozinha, e a lista de receitas com ele, enorme: pratos salgados, sobremesas e até bebidas. Ter uma fruta madura na mão é certeza de algo bem gostoso na mesa. Já que esta é a época em que o abacate está mais carnudo, aproveite para experimentar as mil e uma formas de sabor que a fruta pode ter.

A aposta da DoJour, marca especializada em pratos leves, são os toastslow carb, feitos com uma mistura de legumes e grãos, recheados com pasta de abacate, ovo caipira e brotos. O creme leva cebola-roxa, limão, azeite de ervas e páprica picante, e foi uma inspiração do chef Robson Silva depois de uma viagem à Califórnia.
— Passei um verão lá, onde eles usam muito abacate por conta da influência da culinária mexicana. Voltei com vontade de criar em cima do ingrediente, que é um super aliado em receitas saudáveis — conta o chef, que está sempre de olho em novidades para ampliar o leque de sabores de suas saladas, seus petiscos leves e doces fit.
Por ser bem gorduroso e, até mesmo bem maduro, não ter um sabor forte ou adocicado, o abacate é uma fruta que vai muito bem com folhas, pães, peixes e harmoniza com temperos como ervas, cítricos e sal. No Café do Gula, que fica no Gula Gula da Gávea, vem em versão cremosa no rol das entradas: a torrada de abacate no pão orgânico salpicada com gersal para dar um croc é uma maneira ótima para começar o dia ou para o lanche da tarde. A chef Carolina Figueiredo serve também uma opção que combina um creme da fruta com pesto de tomate.

— O abacate é uma das melhores frutas para a cozinha, na minha opinião. É superversátil, já que funciona bem tanto nas preparações doces como nas salgadas. E se for falar em funções para a saúde, ele ainda é um dos melhores para reduzir o colesterol ruim, o temido LDL — conta Carolina.

Durante a infância, a chef Marina Mattos morou em uma casa que tinha um abacateiro no jardim que vivia carregado. Era uma época em que tudo levava a fruta: tortas, cremes, geladinhos.
— Até água com abacate nós tomávamos. Mas foi só aos 18 anos, em uma guacamole com pico-de-gallo (saladinha mexicana feita com pedacinhos de tomate, cebola, cebolinha e folhas de coentro) que fiquei viciada. Hoje, sirvo várias opções com a fruta no meu catering. A vieira é sempre elogiada, e vem com um creme de abacate feito com óleo de gergelim torrado, queijo de cabra, coentro, limão-siciliano, pimenta-do-reino e flor de sal. Acho que a fruta se espalhou muito por conta da modinha do avocado, um tipo de abacate mernorzinho e menos calórico, que invadiu os supermercados. E também por causa das casas de comida peruana que se espalharam pela cidade — conta Marina, que comanda um bufê que leva o seu nome.
Zazá Piereck colocou um creme de abacate com cara de sobremesa da casa da avó no cardápio do seu café no Rio Design Leblon. Ele é adoçado com agave e leva chips de coco por cima.

— Poucas frutas vão tão bem em receitas tão diferentes. Ele encara bem uma sobremesa ou um prato principal. Ainda tem uma consistência cremosa e, gelado, é muito refrescante — comenta Zazá.
Os restaurantes japas também adoram a fruta. Um naco de abacate faz as vezes do peixe cru servido no Yasai, sushi plant based em Ipanema. Ele vem combinado com cogumelo e arroz tingido com beterraba. O legal é que a textura cremosa do abacate chega a lembrar a de peixes mais gordurosos, como o salmão e o atum gordo. Já no Gurumê, a taça com cubos de salmão fresco com creme de abacate no estilo guacamole é uma das entradas mais pedidas da temporada. O Sushimar serve os pokes com a fruta fresca, ainda não muito madura, para ter consistência mais durinha. Uma combinação legal é a que leva atum, edamame e sementes de gergelim sobre uma camada de gohan. Com molho de laranja fica uma delícia.
Para quem preferir fazer em casa, aqui ao lado ensinamos três receitas fáceis e que fazem bonito à mesa.


RECEITAS COM ABACATE

Salada de abacate com ovo cozido e couve-de-bruxelas
Ingredientes: 1/2 brócolis; 2 abacates; 3 ovos; 8 couves-de-bruxelas; 1 dente de alho; queijo grana padano para ralar; azeite.
Modo de fazer: Cozinhe as couves-de-bruxelas e o brócolis até ficarem al dente , cerca de 8 minutos em água fervente são suficientes. Cozinhe os ovos por 5 minutos, deixe esfriar e descasque. Bata meio abacate com alho, azeite, raspas de grana padano e sal, até virar um creme. Corte os abacates frescos em lascas. Coloque os legumes, os ovos cortados em quatro e os abacates em pedaços em um bowl. Despeje o molho por cima e misture bem. Se quiser, pode colocar mais azeite na hora de servir

Creme de abacate com limão
Ingredientes: 1 abacate maduro e macio; suco de 1/2 limão tahiti ou siciliano ou 1 limão cravo; açúcar, preferencialmente demerara.
Modo de fazer: Corte o abacate ao meio e retire o caroço. Com o auxílio de uma colher, tire a polpa da casca e coloque em um prato. Com um garfo, amasse o abacate, deixando alguns pedaços maiores. Se preferir uma versão cremosa, bata no liquidificador. Junte o suco de limão espremido na hora e adicione o açúcar (quantidade sugerida: 1 colher de sopa). Dica: também pode ser usado mel ou adoçante.
Ingredientes: 1 abacate maduro; ½ xícara (chá) de creme de leite fresco; suco de ½ limão; ¼ de xícara (chá) de açúcar.
Modo de fazer: Corte o abacate em pedaços de 2 cm. Transfira para uma assadeira e leve ao congelador. Deixe no freezer por pelo menos 3 horas antes de usar (o melhor é congelar já na noite anterior). Em seguida, retire o abacate do congelador e deixe em temperatura ambiente por 5 minutos antes de bater. Deixe a fruta bater, até ir virando uma pasta, e coloque o suco de limão, o açúcar e o creme de leite. Continue batendo até ficar bem cremoso, com a consistência de sorvete. Pode demorar, mas insista. Sirva a seguir. Uma dica para quem quiser preparar o sorvete até mesmo fora da época da fruta é congelar os pedaços em um saco hermético. Ele fica fresco por por até 3 meses.

Sorvete de abacate é fácil de fazer Foto: Shutterstock

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Oscar - 2019




Green book: o guia: Vencedor nas categorias de melhor filme, roteiro original e ator coadjuvante (Mahershala Ali). Tony Lip, um dos maiores fanfarrões de Nova York, precisa de trabalho após sua discoteca fechar. Ele conhece um pianista que o convida para uma turnê. Enquanto os dois se chocam no início, um vínculo finalmente cresce à medida que eles viajam.

Roma : filme dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón foi o vencedor na categoria melhor filme estrangeiro, direção e fotografia

Bohemian Rhapsody: Vencedor nas categorias de melhor ator (Rami Malek), edição de som, mixagem de som e montagem. O filme retrata a vida de Freddie Mercury, líder do Queen, nos anos que precederam a aparição da banda no concerto Live Aid, em 1985

A favorita: Vencedor nas categorias de melhor atriz (Olivia Colman). Na Inglaterra do século XVIII, Sarah Churchill, a Duquesa de Marlborough (Rachel Weisz) exerce sua influência na corte como confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana (Olivia Colman).

Se a Rua Beale falasse: Vencedor na categorias melhor atriz coadjuvante (Regina King), o longa é dirigido por Barry Jenkins, de 'Moonligth', vencedor do Oscar de melhor filme em 2017. Baseado no romance de James Baldwin, conta a história de mulher, moradora do Harlem (NY) dos anos 1970, que luta para livrar seu marido, negro, de uma acusação criminal injusta.

Vice: Vencedor na categoria de melhor maquiagem e cabelo. O filme escrito e dirigido por Adam McKay traz Christian Bale na pele de Dick Cheney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos.

Infiltrado na Klan: Vencedor nas categorias de melhor roteiro adaptado. O longa conta a história real do detetive do Departamento de Polícia do Colorado Ron Stallworth, um negro que, junto com o colega Flip Zimmerman, cumpriu a missão de se infiltrar na Ku Klux Klan.

Nasce uma estrela: Vencedor na categoria de melhor canção original ("Shallow"). O músico Jackson Maine se apaixona por Ally e a convence a seguir seu sonho de ser uma cantora de sucesso. Começa uma relação amorosa que aos poucos desmorona por conta dos problemas de Jackson.

Homem-Aranha no Aranha verso: Vencedor na categoria de melhor longa de animação. O adolescente do Brooklyn Miles Morales se torna o Homem-Aranha após a morte de Peter Parker. Numa das suas aventuras, ele descobre o Aranha verso, um universo de diferentes dimensões em que outros heróis usam a máscara do Homem-Aranha

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