O pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, Aécio Neves, deu na
manhã desta segunda-feira uma resposta às críticas que vem enfrentando do
ex-governador e também presidenciável Eduardo Campos (PSB), seu provável aliado
no segundo turno das eleições de outubro.
— Não vou perder tempo com indelicadezas — disse ele, em entrevista
concedida por telefone a uma emissora local de rádio, onde ele deveria estar
nessa segunda-feira, para falar por uma hora sobre seus planos para o Brasil.
— Tenho respeito por Eduardo, espero que ele possa fazer uma bela
campanha como fez um belo governo em Pernambuco. Tenho ouvido algumas críticas
de Eduardo Campos. Mas, de minha parte, nada mudou. As pesquisas eleitorais não
mudam nem alteram o meus valores e minhas amizades — disse.
Ele reforçou a importância de candidaturas de oposição.
— Continuo tendo pelo ex-governador respeito pessoal, respeito político.
Acho que sua candidatura faz bem à democracia. Nós sempre a estimulamos, ao
contrário do que fez o PT.
O tucano cancelou a agenda que teria em Pernambuco, devido ao nascimento
prematuro dos filhos gêmeos. Ele teve uma conversa rápida com o radialista Geraldo
Freire, do programa Super Manhã, da Rádio Jornal do Commercio, onde prometeu
estar na próxima quarta-feira, para uma conversa ao vivo com jornalistas por
uma hora.
— Eu sempre, no Congresso Nacional, o estimulei pessoalmente e aos seus
companheiros para que pudesse ser candidato — disse ele, referindo-se ao
socialista.
Aécio acrescentou que o seu objetivo, hoje, não se limita a casos ou
desentendimentos como esses:
— Meu objetivo hoje vai muito além do que tratar de questões pessoais.
Eu hoje conduzo uma candidatura que tem por objetivo encerrar esse ciclo de
governo do PT que tão mal vem fazendo ao Brasil, seja no campo ético, no
administrativo, no ideológico, com visão atrasada de mundo. O Brasil é hoje um
país que menos cresce na região, a inflação está de volta atormentando a vida
dos trabalhadores brasileiros. Não vou perder tempo com indelicadezas —
ratificou.
Ele disse, ainda, que as críticas que vêm sendo feitas pelo socialista
não mudam a posição do seu partido na questão estadual, na qual o PSDB já
liberou seus filiados para apoiar a pré candidatura do ex-secretário da
Fazenda, Paulo Câmara (PSB), lançado por Campos no momento em que o PSDB se
preparava para indicar um nome próprio para a sucessão estadual, do deputado
estadual Daniel Coelho.
— O entendimento à pré candidatura do ex secretário da Fazenda, Paulo
Câmara (PSB), foi conduzido pela direção local, da qual participei. Da minha
parte, não tenho nenhum motivo para mudar os compromissos. Minha palavra foi
dada. E se essa for a vontade majoritária dos companheiros do PSDB, nós
manteremos esse entendimento. Acredito muito nas coisas naturais na política.
Já há essa parceria há algum tempo, e eu jamais sacrificaria companheiros meus
do partido, em razão de candidatura presidencial que eu possa ter. Tenho
certeza que os companheiros do PSDB trabalharão no limite de suas forças e das
condições pela nossa candidatura. De minha parte, a liberação é absoluta para
que o partido tome essa decisão — afirmou o tucano.
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