Médico e psiquiatra, Brian Weiss conta que teve medo de divulgar os
resultados de sua experiência com a terapia de vidas passadas. "Levei quatro
anos para decidir escrever o que aconteceu, quatro anos para reunir coragem e
assumir o risco profissional de revelar esses fatos nada ortodoxos", revela em
"Muitas
Vidas, Muitos Mestres".
Segundo Livio Túlio Pincherle, médico psicoterapeuta, a iniciativa de Weiss
"requer uma coragem que muitos cientistas não têm, porque o medo de ser
criticado e mesmo ridicularizado impede a decisão de enfrentar o paradigma
científico vigente".Ao publicar o livro, Weiss colocou em risco sua carreira e reputação. A
regressão à vida antes da concepção não tem reconhecimento científico. Ele
poderia se tornar alvo de chacota de seus companheiros de profissão.
Devido sua formação acadêmica --graduado na Universidade de Columbia e na
Faculdade de Medicina de Yale e diretor do departamento de psiquiatria do Mount
Sinai Medical Center--, Weiss era cético.
"Fui treinado para pensar como cientista e médico, amoldando-me aos estreitos
caminhos do conservadorismo na minha profissão", escreve. "Desconfiava de tudo
que não se pudesse provar por métodos científicos tradicionais".
Porém, em 1980, Catherine mudou a visão de mundo do autor. Com 27 anos, ela
buscava ajuda para controlar crises de ansiedade, pânico e fobias, sintomas que
se manifestavam desde a infância. "Durante 18 meses utilizei os métodos
convencionais", conta Weiss. Então decidiu usar a hipnose para tratá-la.
Com a terapia, Catherine passou a narrar experiências de vida após a morte e
receber mensagens de seres do "espaço entre vidas". Esses relatos apresentavam a
origem dos traumas em outras encarnações.
"Muitas
Vidas, Muitos Mestres" surpreendeu a comunidade científica, principalmente
por defender abertamente os benefícios terapêuticos da terapia de vidas
passadas. "Em toda a história, a humanidade tem resistido às mudanças e à
aceitação de novas ideias", diz o autor. "A tradição histórica está repleta de
exemplos".
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